Capítulo 12

380 34 35
                                    

ANA

Não sei ao certo,mas deveria ser comprovado cientificamente que felicidade dura pouco,principalmente se tais seres felizes sejam pessoas pobres ou que não tenham momentos de paz constantemente

Há umas horas atrás eu estava conversando com a Teresa,moça que os meninos "resgataram" do pai e estava parcialmente me sentindo bem com o diálogo.

E em uns minutos posteriores eu estava conhecendo a loja que minha irmã trabalha aqui no morro,vendo como ela se sentia bem mostrando cada produto da loja e sua colega de trabalho

E agora eu estou aqui,encurralada em um beco por três meninas que eu nunca vi na minha vida,sendo acusada de querer "roubar o macho dela",segundo suas palavras cuspidas sem nenhum pudor na minha cara

-Moça,pelo amor de Deus,não faz nada comigo -pedi quase em um sussurro

-Não vem se fingir de santa sua vagabunda -puxou com força meus cabelos,me fazendo encara-la- Puta do caralho

-Mas,eu nem sei de quem vocês estão falando,me deixem ir,por favor -praticamente implorei,tentando olhar nos seus olhos e assegurar para elas que eu não estava mentindo

-Eu só quero falar essa vez,espero que fique claro pra não ter uma próxima -segurou meu maxilar- Eu não quero ver tu de papo com o Tiago -franzi o cenho

-Mas eu...-me impediu de falar quando largou meu rosto com força,fazendo com que minha cabeça fosse de encontro com a parede

-Eu vi tu saindo do carro dele,vi vocês de conversinha um pro outro várias vezes -indagou me encarando

-Primeiro que eu nem sei quem é Tiago,e segundo,eu não fiquei de conversinha desse jeito com nenhum menino daqui -ela ergueu a sobrancelha e quando pensei que fosse me soltar,ela me deu um tapa

-Mentirosa do caralho -xingou,remexendo na bolsa

-Faz logo o que tem que fazer,Bianca -a outra mulher de cabelos pretos e cacheados,com resquício de luzes que talvez tenha feito há um tempo,se prontificou a falar pela primeira vez

Senti meus olhos se arregalarem com força quando vi ela tirar um estilete da bolsa e colocar a lâmina toda pra fora. Ela segurou meu pescoço contra a parede e aproximou o objetivo cortante dele,o encostando em mim

-Vou deixar um presentinho no teu rosto,pra tu lembrar quem é a mulher dele -na hora que ela ameaçou cortar meu rosto,eu consegui,com o impulso das outras duas que me seguravam,erguer minha perna e chutar sua barriga,a fazendo cambalear pra trás

As outras afrouxaram o aperto com o susto,o que me deu abertura para soltar o meu braço direito,eu o dobrei e acertei com o meu cotovelo no rosto da menina de cabelo castanho

A cacheada tentou vir pra cima,mas eu consegui puxar um punhado dos seu cabelos e a derrubar no chão e quando ela ameaçou levantar,eu pisei com força na sua perna

Ela conseguiu segurar o meu pé,o puxando pra baixo e quanto mais eu tentava soltar,mais ela o prendia e isso deu tempo suficiente pra menina que me ameaçava,puxar meus cabelos e me arrastar pro meio da rua

-Tu tá achando que aguenta comigo? -ela me jogou com brutalidade no chão e chutou minhas pernas

-Se você continuar com isso,eu juro que não vou ficar quieta -eu disse me levantando e ela riu,vindo pra cima de mim

-Sabe o que eu acho -me deu um empurrão- Que tu é uma vagabunda -caminhou em minha direção- Igual a puta da tua irmã

Uma raiva incomum subiu pelo meu corpo,já era demais elas quererem brigar por uma coisa que eu nem fiz,agora querer falar da minha irmã na minha frente? Era o cúmulo

Minha perdição Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu