Capítulo 6

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ANA

Cada parte do meu corpo doía,como se eu tivesse sido jogada de um carro e atropelada por qualquer veículo de porte grande o suficiente para destruir o corpo de alguém. Quem dera tivesse sido isso...

Meus olhos estavam tão pesados, que por mais que eu tivesse acordada,eu não tinha forças para abri- los,não tinha força nem mesmo para mexer algum membro do meu corpo,o que já estava me deixando aflita

Porém,mil perguntas rodeavam a minha mente. Onde eu estou? O que aconteceu? Onde Paulo está? Como eu vim parar aqui?

Mas eu não tinha respostas para nenhuma delas,minha cabeça latejava de forma absurda e sinto que cada vez que eu me esforçava para lembrar de algo e responder esses questionamentos,ela doía mais

-Acorda minha lua,por favor -ouvi uma voz embargada entrar na minha mente e pude reconhecer quem era,pelo apelido que costumava me chamar

Senti minha mão ser levantada e ser acariciada,meus cabelos foram afagados e postos atrás das minhas orelhas. Uma leve pressão pairou sob meu peito e percebi que tinham deitado a cabeça sob meu corpo,enquanto ouvia o seu choro baixinho

-Me desculpa -murmurou- Eu fui uma péssima irmã,eu devia ter me esforçado mais e ter tentado de tudo pra tirar você de lá -fungou- Você não sabe quantas noites eu passei acordada,aflita por não receber nenhuma ligação sua -beijou minha mão- Você não sabe quantas vezes eu desejei que eu estivesse no seu lugar,pra você ficar bem e segura

Um turbilhão de emoções preencheram meu coração e o que eu mais queria agora era abraçá-la.
Reuni todas as forças que eu tinha e forcei meus
olhos a abrirem,mesmo com a dificuldade que estava tendo

-Eu tem amo,Ana -levantei meu braço e acariciei seus cabelos

-Eu também te amo -ela olhou pra mim no mesmo instante com os olhos arregalados

-Meu Deus -sorriu em meio as lágrimas- Não me dá outro susto desse,por favor -lágrimas descontroladas desceram pelo seu rosto,como se ela estivesse liberando toda a sua angústia nesse momento

-Eu tô aqui -limpei seu rosto e ela me abraçou. Um gemido de dor escapou da minha boca,fazendo ela se afastar de imediato

Olhei ao redor e reconheci que estava em um quarto de hospital. Encarei meu corpo,que estava vestindo uma bata e continha um acesso no meu braço. Levantei um pouco da vestimenta hospitalar e vi algumas marcas nas minhas coxas,elas já estavam claras,mas eu ainda podia vê-las ali,me lembrando de tudo

-Já passou,Ana -ergueu meu rosto- Vai ficar tudo bem,eu vou chamar o médico

Ela saiu sem me deixar responder, minha mente só me lembrava do Paulo,meu corpo entrava em pânico em imaginar encara-lo novamente e ter que passar por tudo de novo

Vi a maçaneta da porta mexer e eu me encolhi involuntariamente, abraçando meu corpo,no canto da cama. Meu coração disparou e minha boca secou no mesmo instante, ao contrário dos meus olhos,que se inundaram com lágrimas

-Não faz nada comigo -sussurrei quando ouvi a porta abrir- Por favor

-Ana? -uma voz masculina chamou meu nome e eu fechei os olhos com força,implorando que não fosse ele- Está tudo bem,você está segura

-Olha pra mim,sou eu,a Clara -relaxei meus músculos ao sentir seus braços rodearem meu corpo- O médico quer te examinar

Abri meus olhos e levantei meu olhar,vendo o médico e duas enfermeiras me olharem com pena,uma delas estava com os olhos marejados e isso só fez com que eu chorasse mais ainda

-Ninguém vai fazer nada com você,querida -a enfermeira mais velha veio até mim e segurou minha mão,passando segurança- Nós temos que examina-la e ver se está tudo bem com você

Minha perdição Where stories live. Discover now