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Tulum, México

MERLIA

Era estranho pensar que Charles é oficialmente meu namorado. Eu ainda não havia me acostumado com o fato de acordar com ele ao meu lado todas as manhãs. Ou ter ele me elogiando de cinco em cinco minutos.

Sendo sincera, o meu relacionamento mais duradoura foi com Mason e nem se quer passávamos mais de 24 horas no mesmo país. Nos víamos uma ou duas vezes ao mês e a conversa mais séria que tivemos foi pelo telefone.

Tudo o que Charles tem me proporcionado é muito novo pra mim. Era quase patética a maneira como meu estômago revirava só de ouvir sua voz me chamando. Eu realmente estava apaixonada por ele.

- Vamos contar para nossas mães? - Charles perguntou, acariciando meu braço.

Naquele momento, estávamos deitados em uma espreguiçadeira na beira da praia, assistindo o lindo pôr do sol mexicano. Minha cabeça estava deitada em seu peito e seus braços me acalentavam.

- Claro que sim. São nossas mães. Mas sobre tornar público, acho melhor esperarmos um pouco. Não quero ter mais problemas com o meu tio. - acabei falando sem pensar e quando percebi já era tarde de mais.

- Seu tio? - ele indagou confuso. - Quem é seu tio?

Droga!

- Merlia, o que não tá me contando?

Engoli em seco e me sentei, tentando buscar uma desculpa plausível, o que eu não achei. E bem, eu não conseguia mentir para ele. Por fim, decidi lhe contar a verdade.

- Eu vou contar, mas me promete que não vai surtar. - pedi com cautela.

- Eu... vou tentar, mas não prometo nada. - ele se sentou e apoiou suas mãos para trás, inclinando o seu corpo.

Eu respirei fundo, tomando coragem.

- O meu tio é o Christian Horner. - disse rapidamente de olhos fechados para não ver sua reação.

- O quê!? - ele praticamente gritou e seus olhos se arregalaram. Por sorte só havia nós dois ali.

- Eu disse pra você não surtar!

- Como eu não sabia disso?

- Geraldine Halliwell e minha mãe são irmãs. Mesma mãe, pais diferentes. - expliquei. - Ninguém sabe porquê elas não se dão muito bem. E se descobrirem que eu tenho algum tipo de parentesco com o Horner, minha carreira vai pelo ralo.

- Uau. - foi tudo o que ele disse. - Isso é... confuso.

- É. Bem confuso. Desculpa por não ter contado antes.

- Tudo bem, Meli. Sei que é difícil pra você, mas gosto de saber que você confia em mim. - sorriu e segurou meu queixo.

- Você é meu namorado, é claro que eu confio em você.

- Eu sou seu o quê? - perguntou com um sorriso presunçoso estampado seu rosto.

Eu revirei os olhos.

- Você é o meu estresse diário. Meu rival mais chato e também mais gato. - brinquei.

- Eu também sou o cara que faz você...

- Tá bom, já entendi. - o impedi de dizer algo impróprio. - As vezes eu esqueço que você tem o seu lado indecente.

- E é por isso que você me ama. - disse e se inclinou para me beijar.

Mas eu não consegui retribuir. Minha mente fez questão de me lembrar que eu não disse o mesmo quando ele se declarou pra mim. Eram apenas três palavras mas com um significado gigantesco.

Dizê-las em voz alta me assustava.

- O que foi?

- Você não se importa? - perguntei hesitante e evitei encará-lo.

- Me importo com o quê?

- Quando você disse que me amava, eu não disse de volta e eu não quero que pense que eu....

- Princesa, tudo bem. - ele me acalmou, segurando meu queixo. - Sem pressão, okay? Diga quando estiver pronta, temos tempos pra isso.

- Têm certeza que tá tudo bem?

- Tenho. - concordou. Como sempre, ele foi compreensível. - Agora deita aqui. - bateu no espaço ao seu lado.

Eu fiz o que ele disse e me aconcheguei em seus braços. Charles deixou um beijo na minha testa e nós voltamos a observar o horizonte.

🏎

Eu estava terminando de me arrumar para ir jantar quando ouvi o toque do meu celular ecoar pelo quarto. Busquei pelo aparelho e o encontrei em cima da cômoda.

Era uma mensagem da minha empresária, Alma, e por alguma motivo, eu sentia que não eram boas notícias. Com receio eu cliquei na mesma e respirei fundo antes de ler.

"Seu contrato não vai ser renovado. A RBR já está buscando por um novo piloto. Sinto muito, Lia."

Eu não conseguia acreditar.

A segunda etapa do campeonato nem se quer havia começado e eu já tinha levado um grande pé na bunda. Eles nem se quer me deram uma chance de provar ao contrário.

Mas eu realmente esperava muito vindo deles. A Red Bull podia ser uma grande equipe para quem via de fora, mas por dentro era tão tóxico quanto Chernobyl.

Talvez fosse um livramento, mas isso não mudava nada. Eu ainda estava chateada.

Acabei deixando o celular cair da minha mão e o estrondo alto chamou a atenção de Charles que estava no banho.

- Meli, tudo bem? - ele perguntou com o tom de preocupação carregando sua voz.

Eu não respondi, ainda estava tentando processar tudo, e isso provavelmente o preocupou ainda mais. Não demorou para que ele saísse do banheiro e me encontrasse em estado de choque.

- Merlia, fala comigo. O que aconteceu? - ele veio até mim e segurou meus ombros.

Encarei seu rosto e então tive vontade de chorar.

- Eu... eu não... eu não vou estar no grid ano que vêm. - tentei sorrir e mostrar que tudo estava bem, mesmo que não estivesse.

Um nó se formou em minha garganta e meus olhos se encheram de lágrimas. Não consegui segurá-las e então eu desabei.

Charles me acolheu em seu abraço e me levou até a cama. Onde eu chorei que nem uma criança por horas, até finalmente cair no sono.

 Onde eu chorei que nem uma criança por horas, até finalmente cair no sono

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Oi, gente!!!

Esse é o último capítulo que será postado esse ano, por isso vim agradecer por todo o apoio de vocês, que abraçaram essa fic com todo o coração.

Sério, vocês são demais.

Também queria avisar que essa história está entrando em reta final mas prometo, mas não desanimem porque ainda tem coisa pra acontecer.

BAD HABITS || Charles LeclercWhere stories live. Discover now