A Febre (Parte: 2)

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Margot havia saído as pressas do casarão, e pego uma carruagem rumo ao endereço o qual Dora havia deixado no verso do bilhete. A cortesã estava extremamente preocupada e nervosa, para saber como Nina estava. Ela sabia que só iria conseguir se acalmar quando visse a mais nova.

Enquanto isso, longe dalí. O médico havia administrado os remédios para Nina, dizendo que retornaria no dia seguinte para ver como a garota iria reagir a medicação. Logo em seguida o homem foi embora deixando o local. Miguel permaneceu ao lado da irmã esperando para ver se ela iria melhorar da febre. O rapaz parecia estar cansado e mal havia dormido noite passada.

- Você não precisa ficar o tempo todo aí parado ao lado da cama como uma estátua. - Disse Philipe.

- Eu me sinto culpado por ela estar assim. - Disse Miguel.

- Ficar olhando para ela não irá fazer com o que o remédio funcione mais rápido. - Disse Philipe, tocando no ombro do rapaz.

Miguel olhou para o duque, dando um longo suspiro.

- Você tem razão. - Disse o rapaz.

- Venha, vamos tomar um café. - Disse o nobre.

Miguel balançou a cabeça, aceitando. Eles então saíram do quarto seguindo para a cozinha do local. Enquanto Philipe preparava o café, Miguel se encontrava sentado a mesa parecendo estar pensativo. Foi então que eles ouviram a campainha da residência tocar. Philipe franziu a testa achando que talvez o médico tivesse esquecido algo. Ele então foi em direção a porta para ver do que se tratava.

Enquanto isso, no quarto. Nina estava ardendo em febre. A jovem delirava parecendo estar em um estranho e vertiginoso sonho. Mesmo naquela estado a garota tinha noção das coisas que estavam acontecendo ao seu redor. Nina queria poder abrir os seus olhos, mas se sentia fraca demais para fazer isso. A jovem só conseguia sentir cansaço e uma dor terrível em seu peito toda vez que respirava. Ela também estava com muita sede e podia sentir os seus lábios rachados e sua pele que ardia como se houvesse um vulcão dentro dela. Era uma das piores sensações a qual a jovem já havia passado. O pior de tudo era ter em sua mente a imagem de D'artagnan sendo servido em uma bandeja.

No fundo Nina não sabia se realmente queria ficar bem. Talvez morrer aquela altura da sua vida não fosse um mau negócio. Afinal de contas a jovem não iria aguentar ter que ver e conviver novamente com o seu pai, agindo como se nada tivesse acontecido. Ela odiava o homem com todas as suas forças e desejava que ele morresse.

Nina estava no meio de um dos seus devaneios quando ouviu vozes no quarto. Parecia que estava tendo uma pequena discussão bem ao lado da sua cama. A jovem pode reconhecer as vocês de Miguel e Philipe, que não paravam de falar. No fundo havia uma voz feminina que parecia estar nervosa. Nina tentou abrir os seus olhos para ver do que se tratava, mas acabou apagando de uma vez.

Haviam se passado alguns minutos após toda aquela confusão no quarto. Nina ainda se encontrava desacordada quando sentiu algo úmido e refrescante em sua testa. A jovem agradecida, pois aquilo estava aliviando o calor intenso da sua febre.

- Eu estou aqui... - Disse alguém.

Nina pode ouvir novamente a voz feminina de minutos antes. A jovem franziu a testa parecendo conhecê-lá. A mais nova então se esforçou abrindo os seus olhos devagar vendo um vulto. Logo ela se surpreendeu ao avistar Margot, que deu um leve sorriso.

- Oi. - Disse a cortesã.

Nina sentiu o seu coração acelerar de uma forma mais intensa que o normal. A jovem tentou se mante acordada, mas infelizmente mais uma vez ela apagou.

Horas se passaram quando Nina conseguiu despertar novamente. Mesmo fraca a jovem conseguiu abrir os olhos. Ao virar a cabeça para o lado a garota avistou Margot, que se encontrava sentada a beira da cama. A mais nova demorou alguns minutos para ter a certeza de que a imagem não se tratava de uma alucinação. Nina se sentia um pouco melhor e dessa vez não apagou logo em seguida. A jovem agora observava a cortesã que estava distraída enquanto lia atentamente algo que parecia ser um pequeno frasco de remédio.

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