O Jardim Das Camélias

O Baile

Margot parecia animada aquela manhã. Raramente a cortesã descia até o salão principal, muito menos costumava tomar chá com as outras garotas do casarão. Camila, e Verônica, a observavam um pouco desconfiadas.

- Você parece estar com um ótimo humor. - Disse Camila.

- Sim, estou. - Respondeu Margot, dando um gole no seu chá.

- O Ramon, é o motivo desse seu bom-humor? - Perguntou Verônica.

Margot quase se engasgou com o chá. Ela fez uma pequena careta, disfarçando logo em seguida.

- O Ramon? Não, não mesmo. - Respondeu a cortesã.

Margot fez uma pequena pausa, fazendo uma pergunta as outras duas mulheres.

- Vocês por a caso, viram que horas o Nicolas foi embora?

- Nicolas? Não. Eu nem sabia que ele havia dormido aqui. Ele sempre vai embora de madrugada. Mas o Ramon veio hoje cedo a visitar. Eu pedi para que ele a esperasse no salão, pois você ainda dormia  - Disse Camila.

- Eu não o vi hoje. - Disse Margot, confusa.

- Estranho, eu acho que ele deve ter se cansado de esperar, e ído embora. - Disse Camila.

De repente, uma risada irritante tomou o salão. Verônica ria, como se tivesse escutado uma boa piada.

- Do que você está rindo? - Perguntou Margot.

- Eu acho que sei, porque o Ramon foi embora. - Disse a ruiva, tomando um gole de chá.

- Pois fale. - Disse Margot.

- Provavelmente ele deve ter se deparado com o Nicolas indo embora, após ter passado a noite inteira com você. - Disse Verônica.

- Isso não vai terminar bem. Teve uma vez que dois clientes brigaram feio, por causa de uma das meninas. Resumo da história, um deles levou uma facada. - Contou Camila, dando de ombros.

- Que horror! - Disse Margot.

Verônica caiu na gargalhada, novamente.

- Isso não tem graça. - Disse Margot.

- Você não pode ficar com dois clientes ao mesmo tempo, Margot. Lembrê-se tem que haver exclusividade. - Disse Camila, fitando a outra.

- O Nicolas não é um cliente! - Respondeu a cortesã, um pouco nervosa.

- Então o que ele é? - Perguntou Camila.

- Ele é meu... meu amigo. - Respondeu Margot, sem graça.

Verônica caiu na gargalhada outra vez.

- Me poupe Margot, "amigo"? - Disse a ruiva.

Margot estava constrangida, e sem graça.

- É por isso que não gosto de descer até aqui, a companhia de vocês é desagradável. - Disse a cortesã, se levantando do sofá, subindo as escadas.

Do corredor ainda era possível ouvir, a risada irritante da ruiva. Margot entrou nos seus aposentos, irritada com os comentários. Ela se sentou em sua cama tocando no rosto, que ardia de vergonha. A cortesã não gostava de agir daquele jeito, pois parecia mais uma jovem boba apaixonada.

- Vamos lá Margot, acorde. Pare de agir como uma boba, pare de pensar nele. - Disse a jovem.

A cortesã se deitou na cama, abraçando o travesseiro aonde Nicolas havia dormido. Ela podia sentir o seu cheio, a mulher então sorriu.

- Por que você tem que ser tão prefeito?

Enquanto isso, longe dalí. Nina havia decidido não sair aquela noite. A jovem achou melhor, não abusar da sorte. Na verdade ela estava sem coragem de se despedir de uma vez de Margot.