Capítulo 7

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(...)

Charlotte

Por duas décadas, mantive minhas emoções trancadas até conhecer Dylan, que desbloqueou o que me fazia ser uma humana comum. Esqueci como era sentir amor e raiva.

Dylan é um mistério para mim.

Mesmo aceitando ficar com ele, ainda tento entender por que estou fascinada por esse zumbi.

Será que ele possui algum patógeno que causa essa reação em mim?

Por que somos biologicamente atraídos um pelo outro?

Talvez um dia descubra a resposta, enquanto me deixo levar como as ondas do mar.

Transamos, e não me importo se os outros ouviram. Passei vinte anos sozinha, e meu zumbi tinha uma pegada incrível, então que ouçam.

Depois de um tempo na cama, levanto e digo que preciso de um banho. Dylan avisa pelo aparelho que se juntará a mim no chuveiro. No banheiro, alívio ao encontrar água corrente, toalhas e sabonetes.

Em vez de apenas tomar banho, fazemos amor sob o chuveiro.

Esse homem não cansa?

Após consumir minha pouca energia, ele me ajuda no banho. Quando saímos, volto para o quarto e desmaio de exaustão.

Ao acordar, meu corpo dói, xingo mentalmente por ele ter sido tão voraz. Visto minha roupa e Dylan, seu uniforme. Saímos do quarto, encontrando os outros em silêncio.

Spider quebra o silêncio, indicando que é hora de Dylan se alimentar. Sentada, aguardo enquanto ele se alimenta. Depois, saímos da casa em direção ao nosso destino.

Com as muralhas construídas em uma década, deveríamos encontrar muitos zumbis, mas há poucos no caminho, o que me intriga.

Algo está errado. Olho para o lado, mas nada vejo. Dylan balança a cabeça concordando; ele também percebe algo errado.

Andamos por horas sem encontrar zumbis, o que alivia os outros, mas me deixa desconfortável. O silêncio indica que algo está errado.

De repente, ouço passos. Olho para Dylan, que me sinaliza para ir. Mudamos de direção, me escondo e vejo um vulto. Aponto minha arma, e a pessoa para de andar.

"Não atira," - uma voz feminina fala e vira para mim, e vejo que é uma mulher.

"Por que está nos seguindo?" - pergunto e me aproximo com cautela. "Você é humana?"

"Sim."

"Por que tem uma humana na terra dos mortos?" - Spider pergunta ao se aproximar com a arma apontada na direção dela.

"Melhor sairmos. Logo eles estarão aqui."

"Eles quem?" - pergunto.

"Os sentinelas do alfa," fala e segura a minha mão. - "Confia em mim. Só quero ajudar," fala, e fico olhando para ela e escuto um grito. - "Eles estão vindo," -  fala apavorada. - "Por favor."

"Vamos," -  falo, e a mesma começa a correr, seguimos ela em silêncio, e tempo depois, ela entra no metrô e abre uma porta. Quando entramos, ela tira a capa. -  "Cacete," - falo ao ver a barriga enorme. -  "Você está grávida?"

"Estou," - fala e senta numa cadeira. - "Sou Maria. Qual é o seu nome?"

"Sou Zero."

"Seu nome é um número, que esquisito," -  fala e dá risadas. - "Ele é um zumbi," fala e se levanta, vai até o Dylan, e entro na frente dela. - "Entendi, vocês estão juntos," - fala, e Dylan me abraça. - "Uma humana e um zumbi. Nunca imaginei ver algo assim."

"Por que estava nos seguindo?"

"Estou aqui para salvar os outros humanos, e por isso estava seguindo vocês. Assim posso ajudar."

"Nos ajudar?"

"Sim, mas quero algo em troca."

"O que você quer?"

"Quero que vocês me ajudem com o bebê. Não posso fazer uma cesárea sozinha, porque posso matá-lo se tentar. E se me ajudarem, ajudo vocês a resgatar os humanos presos."

"Você os viu?" Spider pergunta.

"Sim. Será difícil para chegarem até eles. O prédio está cercado de sentinelas do alfa, mas os humanos conseguiram lacrar a entrada do prédio, e eles não conseguem entrar. Então, se me ajudarem, os levo até os humanos."

" Quem garante que você não vá nos trair?"

"Se eu quisesse matar todos, teria feito isso quando estavam dormindo na casa. A única coisa que me importo é com o meu bebê," fala ao colocar a mão na barriga.

"Tudo bem, eu faço."

"Você ficou maluca, Zero?" - Mika pergunta.

"Se o prédio está cercado, iremos morrer, e se ela tem outro jeito de entrar sem ter que passar pelo mar de zumbis, então irei ajudá-la," falo e abro a minha bolsa, tiro uma faca e luvas cirúrgicas e coloco em minhas mãos. "Deite-se," -  falo, e a mulher faz o que mandei. -  "Tem certeza, vai doer?"

"Isso não importa," - fala, e começo a cortar a barriga dela com delicadeza, e a mesma começa a gritar. Dylan a segura, e alguns segundos depois a mulher desmaia.

"Ela vai morrer se você não for rápida," - Mika fala, e ignoro, corto a bolsa. Tiro o bebê, e ele começa a chorar. - "É um menino."

"Ele está infectado?" - Spider pergunta.

"Não," - respondo e corto o cordão umbilical, entrego para Mika e limpo a mulher. Depois, pego o kit de primeiros socorros, tiro uma agulha e linha, e costuro o corte. - "Mesmo nesse inferno, existem milagres, - " falo ao me levantar.

"Mas ela está sozinha. Então, quem é o pai do bebê?" - Mika pergunta, e olho para o bebê.

love and zombiesWhere stories live. Discover now