capítulo 3

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Na sala de estar, Camila tomava um café que seu marido havia lhe feito. Estava pensativa, mas não surpresa.

- Você está bem? - Johnas perguntou, se sentando em frente a esposa.

- Acabei de te encontrar em um Pub gay se agarrando com o seu secretário, dá para ter um pouco de paciência.

- Tudo bem, eu vou ter paciência. Mas você não disse nada até agora.

Camila respirou fundo, escolhendo sabiamente as suas palavras. Não iria magoar Johnas, mas precisava ficar casada com ele para poder sobreviver naquele país e ter uma vida melhor.

- Nós nunca tivemos um relacionamento verdadeiro, desde do dia que a gente se casou. Nunca foi um romance, talvez amizade. Eu me importo com você e sei que você também se importa comigo, e não devemos deixar esse carinho um pelo outro de lado. Johnas, eu preciso ficar com você, pelo menos no papel e na igreja e você sabe disso.

- Eu sei, sinto muito por ter falhado em ser o seu marido.

- Johnas, eu te amo, de coração e só quero que você seja feliz, independentemente de quem você esteja, não vou suportar te ver infeliz. - ela pegou as mãos de johnas de um jeito carinhoso, olhando bem nos seus olhos tentando o reconfortar. - então eu tenho um acordo a propor.

- Estou ouvindo.

- Continuaremos casados, mas seremos apenas amigos, melhores amigos talvez. Você pode sair com quem quiser e até trazer para casa como companheiro de trabalho, para que ninguém suspeite, mas se alguém perguntar você é casado comigo e somos um casal que se ama muito.

Johnas sorriu, agradecendo pela compreensão de sua esposa. Sabia que poderia ser quem realmente é dentro de sua casa e isso era mais do que bom, era magnífico, não ter que se esconder da pessoa que mais confiava no mundo todo.

- Obrigado. - ele agradeceu.

- Então me fala do Calvin, como que aconteceu.

Os dois passaram a noite toda conversando e rindo, estavam felizes por finalmente chegarem a um acordo e poderem conviver em paz e harmonia.

Na manhã seguinte, Camila acordou em seu quarto, a onde havia dormido sozinha pois os dois decidiram que cada um dormiria em um quarto diferente, Johnas ficou com o de visita que era no fim do corredor, dando liberdade para sua esposa.

O homem já havia ido trabalhar e Camila fez as mesmas coisas de sempre, limpou um pouco a casa, assistiu um filme de romance que passava na televisão e acabou cochilando no sofá.

Quando acordou já era noite, mas um cheiro incrível de frango vinha da cozinha, o que fez Camila se levantar e ir até o local para ver o que acontecia. Lá encontrou Johnas e Calvin rindo enquanto tomavam vinho à vontade.

- Ah Camila, se junte a nós. - Johnas a convidou, fazendo a moça andar calmamente até o balcão de sua cozinha a olhar para seu marido e para Calvin.

- É bom te ver Camila. - Calvin disse sorridente, o que fez Camila pensar que Johnas havia explicado tudo para o seu secretário.

- Vocês estão em um encontro romântico?

- Não! Bom, mais ou menos.

- Tudo bem, eu vou dar uma volta.

- Para onde?

- Preciso de um pouco de ar, se vocês me compreendem. Bom jantar para os dois.

Então ela saiu de casa, deixando o seu marido e o amante dele, sozinhos. Do lado de fora, chuviscos caiam do céu, deixando o clima frio e solitário. Camila caminha, abraçada ao seu casaco de pele, enquanto procurava qualquer bar para se alojar.

Mas antes que pudesse encontrar qualquer lugar, dois homens a cercaram. Eles faziam piadinhas grotescas e riram sem parar, enquanto lançavam cantadas horríveis para Camila.

- O que uma cadelinha faz aqui perdida? Não deveria estar com o seu dono, cadelinha?

Camila odiava homens daquele tipo, mas não podia fazer nada além de caminhar um pouco mais rápido, o que não adiantou de nada já que eles a alcançaram sem problemas. Estavam levemente bêbados, mas ainda tinham pleno controle do que faziam.

- Me deixem, por favor. - ela implorou baixinho, rezando para que aqueles dois fossem embora.

- O que foi? Já quer ir embora? A diversão nem começou ainda.

- Por favor. - pediu novamente, mas de nada adiantou.

- Ela disse para deixarem ela! - A voz de uma mulher pode ser escutada na rua vazia.

- E quem você acha que é para mandar na gente?

- Não importa quem eu sou, apenas o que vai acontecer com vocês caso não deixem a pobre mulher em paz.

Então ela sacou uma arma e apontou para os dois, que ficaram assustados e correram, sumindo em um beco escuro.

Camila estava assustada, mas tentou se recompor ajeitando o seu vestido e o seu casaco.

- Você está bem? - a mulher se aproximou e a ajudou.

- Sim, obrigada. - Camila não olhou para a mulher, mas quando a viu sentiu o seu coração acelerar.- você?

- Nos encontramos novamente. - ela riu.

Good GirlWhere stories live. Discover now