Tell me that you're still mine (minsung)

Cada detalhe seu

Vermelho como brasa, Han insistiu em escolher e comprar algo de volta.

Ele olhou atentamente cada gôndola procurando o presente perfeito entre os souveniers caros da loja. Um acessório acabou por lhe chamar a atenção, uma simples pulseira banhada a prata.
Não era nem muito grossa, nem muito fina e quem olhasse bem de perto poderia ver que imitava um discreto padrão de escamas, mas o que atraiu Han, foi o pingente que também era o fecho da pulseira, tinha o formato do peixe hepatus, ou como vulgarmente conhecida, da Dory.

Se fosse qualquer outra pessoa fazendo-o abrir caixa e separar troco faltando segundos para o fechamento da loja, o funcionário atrás do balcão jamais teria sido tão educado, mas vendo o fofo garoto pagando pelo presente com a nota mais alta que tinha na carteira e outros trocados, ele pacientemente o ajudou e até colocou a pulseira em uma caixinha bonita.

Já não tão vermelho, Jisung sorriu alegremente para o jovem, agradecendo e desejando-o boa volta para casa. Em seguida correu até a entrada da loja onde Minho esperava junto da grande raia.
Ele abriu a caixinha mostrando a pulseira e com um sorriso gentil, Minho esticou a manga da jaqueta, liberando o pulso para que Jisung a colocasse.
Eles deixaram a loja cada um com seu presente e com seus corações em batimentos levemente irregulares.

Era uma noite serena e confortável. Tomaram o caminho mais longo até a estação, passando por uma barraquinha de doces em que Minho
atenciosamente comprou dois palitos com morangos cobertos por chocolate para eles.
Contrariando a expectativa de Jisung, que esperava se despedir na porta da estação, Minho simplesmente desceu as escadas com "Você não vem?" expresso em seu olhar.
E assim, ele foi acompanhado até em casa pelo mais velho.

— Eu fiquei muito impressionado com você hoje.

— Por quê? - perguntou encostado preguiçosamente no fundo do vagão.

— Você sabe tudo sobre o oceano! Um milhão de fatos, é realmente muito impressionante!

Um sorriso intruso apareceu no canto dos lábios de Jisung, ele desviou o rosto.

— Não é nada demais, só um antigo interesse bobo de criança.

O sinal sonoro soou, indicando a próxima estação, coincidentemente era a de Jisung, nenhum dos dois falou nada mas intimamente ambos lamentaram o quão rápido o trajeto de volta foi.
Assim que o ar quente do mundo exterior tocou a bela face de Minho, ele tornou a puxar assunto, se colocando ao lado de sua companhia.

— Em quantos aquários você já foi?

— Essa foi minha primeira vez em um.

Lee não parecia acreditar, vendo Han mais cedo qualquer um acharia que o garoto tinha as qualificações de um biólogo ou no mínimo um guia experiente.

— Você nunca teve a vontade de ir antes?

— Tive. No fundamental minha escola até fez um passeio, mas meus pais não se lembraram de pagar a taxa. Depois passei a estudar por perto, mas com o tempo deixou de ser importante para gastar tanto dinheiro com isso.

— Entendo... Você gostou de hoje? - com as mãos nos bolsos da calça, ele levemente se inclinou para perguntar.

— Muito! - os olhos de Jisung imediatamente brilharam animado - Eu nunca vou esquecer!

Minho sorriu.
Parecia exatamente como quando crianças, ele atentamente ouvia tudo que o pequeno esquilo dizia, mesmo que as vezes se perdesse no próprio raciocínio de tanta animação ou repetisse a mesma coisa continuamente, era uma pena que agora o garoto tivesse muito mais coisas ruins a contar do que boas.

Entretanto, o jovem mestre Lee estava destinado a mudar aquilo, contanto que as grandes orbes castanhas continuassem a brilhar para ele daquela forma, estava disposto a construir mil aquários se fosse preciso.

Faltavam poucos metros até a casa de Jisung quando uma ideia brotou na mente de Minho.

— Hannie, você já foi à praia?

— Já, mas só quando criança, não lembro muito do litoral - respondeu, parando em frente ao portão.

— Vamos juntos no futuro, ok?

... .. .

Ao entrar em seu quarto, Han tirou a enorme arraia cinza da sacola, inevitavelmente se sentiu esperançoso e até um pouco ansioso com o convite repentino de Lee.

"Foi um convite, não foi?" pensou, de fato o verão dava as caras dia após dia, então era propício viajar, porém aquela intrometida voz na cabeça dele espalhava "Ele não falou sério, estava sendo apenas legal" entre os pensamentos, fazendo-o acabar com os sentimentos anteriores.

"Que nome eu deveria dar pra você?" encarava o fofo animal, ele nunca tinha ganhado algo assim antes, mas deveria lhe dar um nome. Era isso que as pessoas faziam com pelúcias, não?

Mais de uma hora depois, Jisung já tinha passeado com Bbama, tomado banho, terminado seus últimos afazeres e até se preparava para ler o capítulo mais recente daquele webtoon que estava acompanhado.

Minho acabava de sair do banho secando seus cabelos com a toalha em seus ombros quando pegou a pequena câmera e a conectou no usb em seu computador. Estava prestes a sentar para transferir os arquivos, quando ouviu o som de notificação do celular na mesa de cabeceira do quarto.

"Obrigado por hoje, eu me diverti muito🦈
Hannie, 22:02"

"Eu quem agradeço, gosto da sua companhia
Durma cedo hoje.
Lino, 22:03"

"Certo. Boa noite.
Hannie, 22:04

"Boa noite, Hannie.
Lino, 22:04"

Ele ainda esperou mais alguns segundos antes de bloquear a tela e soltar o celular, a pulseira que ganhou também estava na mesa de cabeceira, ele a deteve com cuidado observando os detalhes, pensava que seu Hannie realmente tinha um senso estético muito bom, era realmente muito bonita e coerente. A tela do celular se acendeu mais uma vez com outra notificação:

"Por que não atendeu as ligações da sua mãe? Retorne imediatamente quando acordar.
Pai, 22:07 (09:07 edt)"

Minho nem se deu ao trabalho de desbloquear a tela e apenas ignorou a mensagem, guardando a pulseira de volta na caixinha e retornando para copiar os arquivos do dia. Ele separou o que tirou de Jisung, criando uma nova pasta em seu computador.

"Cada detalhe seu"
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