CAPÍTULO 16

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Depois de toda a confusão dos últimos dias, Kim tratou de manter Chay sempre sob seus olhos. O jovem mafioso insistiu para que o garoto só saísse de casa acompanhado por um guarda-costas.

Não era como se ele não pudesse sair só, era só uma forma de se precaver caso algum engraçadinho o quisesse como isca para atingir sua família.

O difícil de se envolver com a máfia era: você se torna um alvo fácil, estando envolvido ou não com os negócios, você ainda se torna um alvo fácil.

Se alguém sequer ousasse tentar levar Chay a força, o guarda-costas estava autorizado a atirar, para matar.

O que mais incomodava Kim, era que muitas vezes precisava se ausentar por causa de seu trabalho, mas Porchay nunca pareceu realmente incomodado com isso.

Ele sempre era compreensível com tudo, nunca reclamava e era sempre agradecido por Kim estar ao seu lado. Muitas vezes o mafioso se sentia insuficiente para o garoto, como se ele tivesse faltando com Chay.

Porchay era o tipo de garoto que sorria para tudo e dizia que estava tudo bem, ele nunca falava se estava zangado ou decepcionado com Kim por algo e isso era algo que enlouquecia o jovem mafioso.

— Estou em casa. — Porchay gritou para que Kim o ouvisse de dentro da casa.

Enquanto Porchay largava a mochila sobre o sofá, Kim surgiu no fundo de um cômodo com uma cara surpresa ao se inclinar para ver quem entrava no apartamento.

— Você saiu mais cedo da aula? — Questionou enquanto empurrava para o lado o pequeno caderno que usava para escrever novas músicas.

— A última aula foi cancelada. — Explicou ao atravessar o espaço que o separava de Kim.

Porchay abraçou o corpo do mafioso e o encarou com olhos brilhantes. Kim aliviava qualquer estresse que tinha só de olhá-lo como um bobo.

— Oi... — Chay sussurrou com um sorriso largo. — O seu dia foi bom?

Apaixonado, o coração de Kim falhava uma batida sempre que Porchay o deixava ainda mais apaixonado. Era impossível não se encantar por aquele garoto todos os dias.

Sorrindo de volta para Chay, Kim lhe acariciou a cabeça com carinho antes de depositar um beijo em sua bochecha direita.

— Meu dia foi normal. — Respondeu simplista. — Está com fome? Podemos pedir algo para comer. — Ter Porchay sempre tão perto era algo que não imaginava nem em seus sonhos mais loucos e por mais que já estivessem morando juntos a um tempo, ainda se tornava um desafio.

Por sorte não haviam passado por situações tão tensas como da última vez e sinceramente, preferia que continuasse assim.

— Porsche chamou para comer junto. — Explicou com um bico nos lábios parecendo preguiçoso só com a ideia de sair dali. — Algo como reunir os irmãos.

— Vegas e Macau irão também? — Kim perguntou curioso. Seria uma realidade paralela bem louca se não fosse verdade. Ainda era difícil racionalizar que eles eram mesmo irmãos.

— Eu acho que sim. Vai ser uma boa oportunidade... digo... somos irmãos e isso é bem louco. — Chay ainda parecia tão perdido quanto Kim no meio de toda essa situação.

Concordando com um balançar de cabeça, o jovem mafioso o soltou de seus braços por um momento. — Vá se arrumar então, minha cabeça pode rolar se você negar um pedido de Porsche.

Gargalhando alto, Chay o soltou. — Você tem sorte que Kinn intervenha. — Provocou antes de roubar um selinho de Kim.

As vezes se esquecia de como Porchay era astuto. Aquele garoto o traria grandes problemas se deixasse a guarda baixa um segundo que fosse.

[...]

Na casa da primeira família, tudo era nostálgico. Parecia igual desde que saíram dali, apenas algumas poucas coisas foram mudadas na decoração.

— Porchay! Seu pirralho ingrato, Kim o roubou completamente. — Khun esbravejou atravessando toda a sala de jantar para abraçá-lo.

Chay parecia se afundar em meio aos pelos de seu casaco, mas no fundo se divertia com aquela situação que fazia o jovem mafioso revirar os olhos e rir.

— É bom ver você também, Khun. — Retribuiu de bom grado ao abraço bem a tempo de Porsche o chamar para junto da mesa.

E não é que aquela era uma cena bonita de se ver. Os irmãos juntos, os cunhados e seus amigos guarda-costas. Estava longe de ser algo como uma família padrão, mas jamais questionaria isso.

Eles eram loucos e falavam alto o tempo, mas eles sorriam. Eles se implicam e se criticavam, mas se protegiam. Eles eram sérios e comprometidos, mas no fundo eram os mais doces.

Porchay só conseguia sorrir como bobo, é claro que faltava sua mãe ali ainda, mas não poderia julgá-la por estar cuidando de sua saúde e de sua amnésia.

Desde que Korn morreu, Porsche decidiu enviá-la para uma clínica especializada para reabilitação. Era o melhor a se fazer por ela naquele momento, exigir demais de sua cabecinha só parecia piorar aos poucos as coisas.

Já não era tão esquisito olhar para Vegas e Macau ali. Vegas que era o mais sério, só sorria ao lado de Pete que ajudava Macau a enfiar algumas batatas no seu nariz.

Família era isso, algo bagunçado, meio sem sentido, com brigas, estorvos... mas cheia de amor.

Não poderia estar mais agradecido por ter se enfiado no meio de toda aquela confusão, não poderia estar mais grato por ter uma família grande de novo, então... só lhe restava se jogar aos leões.

— Hey, deixe batata para mim! Eu não vou comer as do nariz de Macau. — Resmungou encarando os irmãos que pararam imediatamente com a brincadeira para encará-lo.

O clima esquisito pareceu tenso, mas foi Macau quem jogou a saída.

— Que isso irmãozinho, um temperinho especial desse você não pode perder. — Ele balançava insistentemente uma das batatinhas fritas que havia colocado no nariz.

A ação horrenda arrancou de Pete uma careta nojenta que veio acompanhada de seu resmungar alto. — Tão nojento!

Vegas só conseguiu concordar, antes de por na boca uma das batatas limpas para oferecer a Pete que o encarou travesso.

Sabia que eles estavam prontos pra agir melosos quando Kim sentou ao seu lado pigarreando. — É sério? Vocês são nojentos.

Desta vez foi Kinn quem lhe cutucou ao estapear sua nuca, no instante em que atravessava a sala de jantar para se juntar a Porsche.

— Aham, te dou dois meses para estar um pouco pior. — O irmão provocou Kim, mas foi Porsche que concordou em uma aposta desnecessária.

— Um mês! — O chefe da família menor ofereceu a mão ao namorado que selou o desafio.

— Fechado, bonitão!

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Red Lights [KimChay Vol2]Where stories live. Discover now