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Maresia Em Plena Madrugada.

"Levantou-se e foi para a parada, a noite úmida e o cheiro de terra molhada invadiam seus pulmões.
Suspiros pesados saiam de sua boca enquanto andava.

Entrou no ônibus com as pálpebras pesadas, não dormira direito nos últimos dias.
Ainda sim não conseguiu tirar um cochilo, seus olhos agitados seguiam o caminho pela janela.

Caminhou até sua casa com os pés cansados, tanto que mal conseguia dar um passo.
As solas de seus sapatos faziam barulho nas pequenas poças escuras de água recém caída no chão.

Ao chegar nem comeu, apenas tomou um banho quente. O chuveiro parecia mandar seu amargor e suor pelo ralo como se fosse espuma.
Foi com pensamentos ainda mornos para a cama.

Fechou os olhos, com os restos de vapor transbordando por sua pele. Mal se secou, sentia as gotículas gélidas escorrendo nas pontas dos dedos dos pés.
Tal como as pontas dos dedos, seus olhos também eram líquidos, formando pequenos lagos na fronha de um travesseiro fino pelo uso contínuo.

Sentiu-os queimarem em fogo. Como poderia apenas água arder tanto? Mesmo assim não fechou a janela para a chuva forte e os trovões ressoando em si, querendo expulsar todo o maremoto para fora.

Por fim, dormiu, numa calmaria após a tempestade.
Neblina rasa saia de seus lábios enquanto respirava baixo, como uma praia ás três da manhã.
E ás três da manhã, naquele quarto escuro, foi oceano por completo."

Alex

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