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Tristezas de Elevador.

"Há vazios em mim que carrego por aí,
vazios pesados que enchem meus bolsos
transbordando pelas mangas
infinitos inteiros caindo aos pedaços
cacos de mim que se derramam pelas ruas.

Diariamente alimento esses escombros.
Sou feito de fumaça, de lábios, de suicídios ocasionais,
sou feito de cada hábito venenoso
a cada manhã e a cada noite
procuro um jeito de não ser incompleto.

Nos meios-termos dos meios-dias
minha alma reside em ruínas
minha dor escorre a cada esquina
por deus, queria não ser feito de carne e osso!
O coração largado em becos
nem sei mais onde estão minhas entranhas.

Perdição cotidiana, cotidiano perdido
o silêncio do meu vazio
ainda vai me ensurdecer.
Minha dor e meu sofrimento
gosma pegajosa
grude gosmento
argh, solto um cuspe,
tenho nojo desse sentimento.

A solidão engole, agarra e afoga
Mesmo no meio da multidão ainda parece que tenho
água nos pulmões.
Quando ela me abraça mal consigo respirar
A solidão me tira o fôlego."

Alex.

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