cap. 2

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Nick.

Ontem, ao chegar em casa, percebi que poderia ter ido ao clube só para ver se Kaito talvez ainda estivesse por lá para adiantar algo; mas estava tão cansado para ir embora, e com tanta vontade que o dia acabasse logo, que isso nem passou pela minha cabeça.

Hoje, foi a primeira coisa que eu fiz: ir ao clube de química. Até acordei mais cedo para chegar e ter um tempo apropriado para isso.

Só que tinha um pequeno porém: nem sabia onde ficava essa merda. Perguntei a uma garota qualquer no corredor, que, até mesmo se disponibilizou a me levar até lá; mas ela estava fazendo uma expressão tão estranha pra mim, que só aceitei as instruções mesmo.

Segui pelos corredores até chegar no maldito lugar. Bati na porta, vendo que tinha algumas pessoas lá dentro.

Uma garota de cabelos curtos (castanho claro), gorda e baixinha me atendeu, se surpreendendo ao me ver na porta. Ela usava suéter, blusa social e saia, com meias altas e sapato oxford.

— Oi, eu sou o-

— Nicholas Fletcher! - ela não gritou, mas foi uma exclamação. Como sua pele era bem branca, vi que a região das suas bochechas estava ganhando um tom de vermelho.

— É... - tentei sorrir - Bom, o Kaito Kurosawa está aí? - ouvi esse nome o suficiente ontem para gravar.

— E-está! Sim, ele está! - ela me olhou empolgada.

— Pode chamá-lo para mim? Por favor? - me curvei um pouco em sua direção, dando um sorriso gentil. Ela era fofa.

— Ai meu... - ela estava vermelha - S-sim, posso sim! - saiu correndo para dentro, fechando a porta. Ouvi algumas conversas, e ela rapidamente voltou - Ele já está vindo - me disse contente.

— Obrigado! - fiz a expressão mais grata que consegui. Não me recuperei 100% dessa situação toda, mas não era justo descontar em alguém que estava sendo tão cooperativa (mesmo não sabendo o motivo).

Ele demorou (um tempo consideravelmente grande), e, acho que foi de propósito, assim que vi sua expressão ao me ver.

Que quebra de reações - pensei, dando um pequeno sorriso.

— Pode nos dar licença por uns minutinhos... - queria saber o nome dela.

— Martha! Martha Dumpstock! - disse feliz, entrando rapidamente para o cômodo. Ouvi uns gritinhos.

— Parabéns, você a fez tiltar - Kaito olhava sorrindo levemente para dentro da sala, possivelmente para a colega. Estava de braços cruzados, e encostado com seu ombro direito no batente da porta. Virou seu rosto para mim novamente, desmanchando qualquer resquício de felicidade a segundos atrás - o que você quer?

— Podemos conversar em particular? - sugeri.

Ele suspirou e fechou a porta, dando uns paços para frente, me fazendo andar para trás.

— Aqui tá bom? - não pareceu muito uma pergunta.

— Ok, ahm... - tentava ter uma linha de raciocínio. Sua nítida má vontade até para olhar no meu rosto me fazia me sentir meio desconexo. Sim, porra, eu sou um atleta e recebo bastante atenção. Não estou acostumado a ser tratado dessa maneira - A diretora me recomendou a fazer aulas particulares com você, pois preciso de ajuda em química - estava com a carta dela na mão, então só estendi para ele.

Ele só olhou. Não se esforçou para estender o braço e pegar, nem nada.

— É uma piada? - fez uma expressão... De nojo?

Feniletilamina, a fórmula do amor.Where stories live. Discover now