capítulo quatorze: a chegada

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Assim que arrumamos as coisas,todos já estavam no ônibus e o último a chegar foi o treinador,que logo viu se todos estavam presentes e o motorista deu partida e seguimos com o time para Tokyo.

O relógio marcava 5:30 da manhã, e a viagem de ônibus seguia tranquila. A maioria do pessoal estava dormindo, e eu também tinha caído no sono por um tempo. Mas uma explosão de energia estava prestes a acontecer, e o silêncio seria interrompido por uma série de acontecimentos inesperados.

— Tanaka, e o som? — Nishinoya perguntou para o amigo, que parecia preparado para a pergunta. Tanaka tirou uma JBL da mochila e a conexão com o Spotify foi rápida.

— Vocês não vão acreditar... Esta semana, eu estava mexendo no Spotify e descobri uma playlist chamada "Brazilian Hits". As batidas são muito boas, não faço ideia da tradução, mas se dá pra dançar, é o que importa — O som começou a tocar e alguns meninos logo se animaram, dançando e filmando com os celulares. As vibrações do grave até faziam o ônibus tremer um pouco.

Eu estava me divertindo até que um grito interrompeu a festa.

— Socorro! — Hinata gritou, e todos ficaram em silêncio. Nishinoya rapidamente desligou a caixinha de som para entender o que estava acontecendo. Hinata estava no meio do ônibus, parecendo um pouco pálido.

— Acho que eu vou vomitar — Hinata murmurou com uma expressão que deixava claro que ele não estava bem. Kageyama, que estava ao lado dele, rapidamente se afastou para outro banco, enquanto o clima no ônibus ficou tenso.

Eu, que não lido bem com vômito, comecei a me sentir enjoada. As palavras de Hinata pareciam um aviso, e a cada segundo eu sentia minha barriga revirar.

— Se você vomitar, eu vou vomitar também, eu tenho ânsia só de ouvir o barulho — disse, tentando manter a calma.

O pânico foi instantâneo. Antes que alguém pudesse reagir, Hinata correu para a janela aberta e vomitou tudo que tinha no estômago. A visão e o som foram suficientes para me causar ânsia também. Sem muito controle, eu abri a janela ao meu lado e soltei a janta da noite anterior, sem sequer ter tomado café da manhã.

— Ah não, mano, que nojo, na moral — Tanaka gritou do seu lugar, expressando a repulsa que tomou conta do ônibus.

— Que ótima auxiliar, né? — Tsukishima comentou rindo, seguido por Yamaguchi, que deu uma gargalhada discreta.

— Eu não vou ficar do seu lado, não, moleque — Kageyama falou, visivelmente desconfortável. — Vai que você vomita em mim. — Ele mudou para um banco mais distante, tentando manter-se longe de Hinata.

Eu estava frustrada com toda a situação. — Eu te odeio, Hinata — falei, ainda limpando a boca, sentindo o gosto amargo do enjoo. — Você me paga, sua praga! — Não resisti à tentação e corri para cima do ruivo, pronta para pegar seu pescoço. Mas antes que eu pudesse alcançar, Daichi me segurou pelo braço e me puxou para trás.

— Calma lá, calma lá — o mais velho disse, segurando o riso de desespero diante da confusão.

— Eu sabia que não era uma boa voltar a jogar — Asahi exclamou, parecendo abalado. — Eu tinha tanta coisa pra fazer da minha vida, meu Deus!

— É estranhamente satisfatório ver o Jesus dizendo "meu Deus" — Ukai riu do banco da frente, acompanhado por Kiyoko. — S/n e Hinata, quero vocês vivos, por favor.

— Eu não sei se aguento uma semana com ele — resmunguei, ainda irritada, voltando para o meu lugar.

A viagem estava apenas começando, mas a aventura parecia que tinha dado uma virada inesperada. E eu só podia esperar que o resto do caminho fosse mais tranquilo, sem mais "surpresas desagradáveis".

𝑫𝒐𝒏'𝒕 𝒃𝒍𝒂𝒎𝒆 𝒎𝒆 {Kuroo-Leitora} Vol.1Where stories live. Discover now