Imaginando a imaginação

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Quando começamos a escrever contos eróticos, geralmente queremos desaguar nos textos algumas de nossas fantasias. Com o tempo aprendemos técnicas e tentamos aplicá-las aos textos, brincando com reviravoltas, subvertendo a cronologia dos fatos ou apenas brincando com a linguagem. É tudo muito divertido, mas nada é melhor do eu o retorno dos leitores. Afinal, eles se tornam a nossa razão de existir, mesmo que escrevamos para nós mesmos, a princípio. Entre eles, existem elas. Elas, que entram em contato com as ideias pervertidas saídas da cabeça de quem escreve e sente prazer. Tem seus desejos estimulados e provocados por alguém distante, desconhecido, mas, pelas palavras certas e bem arrumadas, pode forçar os hormônios delas trabalharem, tirar elas de qualquer pensamento racional e focar apenas em desejo, em prazer. Certa vez me disseram:" imagina se dez por cento de todas as leituras dos seus textos implicasse em um orgasmo de alguém?". Pensar nisso e as centenas de milhares de visualizações me deixam envaidecido, confesso.

Se leitoras se deleitam com meus textos, poderiam elas ser também o próprio texto? A própria fantasia? Por que não? Que fantasia mais erótica, além de imaginar como seus textos tocariam a intimidade de quem o lê? Provavelmente vou imaginar tudo diferente do que seria com quem de fato me lê, mas enfim, é só uma fantasia. Porém, se por acaso se identificarem, fiquem à vontade para comentar.

Não preciso imaginar como ela é. Ela é apenas ela, e tem um dia comum como qualquer mulher: acorda cedo, passa o dia trabalhando ou estudando e volta a noite para descansar. Deixa momentos mais íntimos para exercitar sua libido com textos eróticos encontrados na internet. Com um universo gigantesco de escritores amadores, encontrou aquele com quem se identifica. Aquele capaz de deixá-la molhada enquanto estimula sua imaginação. De tempos em tempos ele publica um texto novo, e é aí que nossa história começa.

Foi durante a tarde quando surgiu a notificação. Um novo texto foi publicado. Foi um longo dia de trabalho lutando contra a ansiedade para ler logo um texto do seu autor favorito. Não havia uma vez em que não precisasse trocar de calcinha após ler seus textos, tamanho o prazer proporcionado pela leitura. Foi difícil focar no trabalho, tanto quanto qualquer uma de suas atividades em casa.

A ansiedade quase a fez se masturbar no banho, mas ela se segurou. Queria despejar toda a sua energia sexual na leitura. Já havia jantado e feito tudo que precisava fazer. Finalmente poderia se trancar em seu quarto e se dedicar a alguns minutos de um solitário, porém intenso prazer.

Vestia um camisão e uma calcinha bem confortável. Se sentia sensual, apesar de não vestir as lingeries descritas com detalhes naquelas narrativas. Havia uma sensualidade casual, aquela da roupa comum, também bem explorada naqueles textos, pois a formosura das mulheres se manifesta em qualquer roupa. A calcinha podia cobrir bem o seu quadril, mas mesmo assim realçava o seu volume, levemente descoberto pelo camisão. Sem sutiã, seus seios controlavam as formas daquela peça. Se olhava no espelho e, apesar de simples, se sentia desejável. Se imaginava sendo olhada com desejo por um daqueles personagens, fazendo brotar o formigamento entre suas pernas.

Com a porta trancada, luz apagada, com a exceção de uma luminária no lado da cama. Se enfiou embaixo no fino tecido do lençol, iniciando sua leitura. A introdução do texto gradualmente entrega os personagens e os conflitos da história. Para uma leitora ansiosa, aquilo era uma tortura necessária até as tensões sexuais começarem.

Concentrada em sua leitura, não percebeu quando suas pernas começaram a se esfregar entre aí. Segurando o celular com uma não, massageava os seios com a outra, ainda por cima do camisão. As cenas descritas deixavam os primeiros flertes para começar os beijos e os toques. Apertar o volume dos seios era gostoso, mas precisava de mais contato. Retirou o camisão para massagear a pele sensível dos seios enquanto mordia os lábios.

A leitura esquentava e os quadris se moviam por conta própria. Quando a delicada mão mergulha calcinha adentro, ela percebe o tamanho da excitação. A calcinha estava ensopada. Mais uma.

Não se importou, deslizou os dedos entre os lábios, provando lentamente o prazer do toque. Quando mais profundo, mais úmido e delicioso. Ela dá os primeiros e tímidos gemidos rebolando na própria mão. Geme mais alto ao brincar com o grelo endurecido. A calcinha tornou-se um empecilho quando os movimentos se aceleraram.

Já havia lido uma recomendação bem provocativa do autor para ler seus textos sem calcinha, para não ter de trocar depois. Porém havia algo provocante no gesto de tirar a peça enquanto lia. Gostava de ficar nua enquanto lia, como se estivesse se despindo para quem lhe escrevia. O jeito de fazê-lo dependia de como a cena era escrita. Com a protagonista sendo comida de quatro, ela virou-se de bruços, empinando o quadril antes de descer a peça até o meio das coxas. O contato do fino tecido do lençol com a suave pele da bunda aumentava sua excitação. Era como se as mãos dele estivesse ali, a tocando.

Era uma posição extremamente desconfortável para ler, mas se apoiando com a cabeça de lado no travesseiro, conseguiu ler, sua mão voltava a mergulhar entre suas pernas e seu quadril balançava. Se colocava no lugar da protagonista, fodida deliciosamente de quatro, tendo a boceta socada com vontade até ele cessar inesperadamente.

Acompanhando o texto, ela também parou os movimentos. Havia algo naquele autor que a deixava ainda mais excitada era a vontade dele explorar o corpo feminino. Apesar de não conhecê-lo, ler seus textos era como despi-lo, olhando sua intimidade e suas taras. Se masturbar lendo era como interagir com ele sem o próprio saber. Dependendo do texto, nem tudo era possível de repetir e outras coisas pareciam além do seu próprio limite. Naquela noite, o tesão rompia limites e a leitura daquelas palavras maliciosas guiaram seus dedos a locais ainda não explorados.

Úmido de tanto deslizar pela boceta, um dedo travesso percorreu-lhe as pregas até encontrar onde se esconder. Houve resistência no início, mas ler como aquela personagem se entregava ao prazer proibido a incentivou a ir mais fundo, até não ter como aquele dedo entrar mais. Estava de joelhos com a bunda empinada o mais alto possível e o rosto enfiado no travesseiro, com um dedo enterrado no cu.

Um vai e vem lento se iniciou, com ela ignorando o texto no celular para morder a fronha. Fechava os olhos, imaginando ser comida no cu. Pensava no personagem da história, em qualquer homem interessante do seu dia a dia, pensava no autor desconhecido e implorava para ele continuar como se ali estivesse, deflorando o seu rabo.

Tamanha foi a travessura daquele gesto que ela tirou o dedo de si, saindo daquela posição. Descobriu seu corpo totalmente, ficando ereta de joelhos na cama. Pôs um travesseiro entre as pernas e balançou seu quadril vigorosamente. Com as mãos apoiadas na cama, rebolava fazendo uma pressão imensa sobre aquele macio travesseiro, como se quisesse esmagá-lo. Sussurrava frases tentando descrever como o homem em sua imaginação era gostoso, fingindo ser ele o corpo entre suas pernas. A fricção do grelo cada vez mais forte com a fronha delicada provocou um orgasmo tremendo. Precisou tapar a boca com as mãos para não ser ouvida pelos demais, enquanto tremia sobre a cama. Se deitou de lado, sem deixar o travesseiro sair de entre suas pernas. Ficou por uns minutos deitada esmagando aquele objeto macio com as coxas. O travesseiro ensopara, restando a ela pegar outro, cobrir seu corpo nu com o lençol e dormir e esperar o próximo capítulo. 

Cenas eróticasWhere stories live. Discover now