3. A receita de milhões

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Qin Fen acordara de mau humor

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Qin Fen acordara de mau humor. Ainda não tinha se acostumado a dormir em um pedaço de pano em cima do chão, e achava que nunca iria se acostumar. Suas costas estavam doendo tanto que ela jurava que caso movesse muito rápido, ela quebraria no meio.

Estava a caminho da praça do vilarejo. Hoje, os moradores fariam um pequeno festival em comemoração a uma entidade local. Teria comida, música e várias pessoas olhando para ela agir de forma nada adequada, porque não fazia ideia dos costumes tradicionais. "Uma hora isso ia vazar mesmo, não há motivo pra eu ficar me escondendo. Se qualquer coisa acontecer, eu culpo o sistema por ser um péssimo guia cultural", pensou consigo mesma.

Ao menos a missão era simples: "Participe do festival". Não havia metas para cumprir, então ela simplesmente poderia ficar parada em um canto, assistir às festividades e voltar para casa no pôr do sol. Não poderia dar errado.

No final, quase deu tudo errado.

Assim que chegou no pátio, aquela moça veio lhe questionar sobre a comida que Qin Fen tinha prometido trazer. "Você não se lembra da promessa?", a moça perguntou. "É claro que não! Nem fui eu quem fiz ela!", Joanne a respondeu em sua mente. Como continuou em silêncio, a mulher pensou que Qin Fen ficara sem mantimentos em casa, além das frutas que ela mesmo havia pegado ontem. Não deixava de ser verdade. Depois de revirar a casa para achar algum alimento, ela conseguiu a incrível quantia de 3 xícaras de arroz.

A moça pediu que Qin Fen usasse a cozinha da casa dela, que ficava bem em frente a praça. Joanne insistiu que não poderia usar os ingredientes de outra pessoa, mas nada adiantou:

—Por favor, Qinqin. Os seus pratos são sempre os melhores.

Então ela foi para cozinha.

Havia sacos e mais sacos de temperos espalhados pela bancada da cozinha, revelando que a dona da casa acabara de preparar o próprio prato. Havia alguns pedaços de carne guardados em uma cesta, coberto de sal para conservação. Ela buscou pela memória desesperada por uma receita para fazer.

Puxou uma panela para fora de uma prateleira e jogou o resto do porco junto com uma quantidade massiva de água. Cozinhar e selar a carne, sem sombra de dúvidas, devia ser um procedimento universal em qualquer cozinha tradicional. Qin Fen poderia focar seus esforços em criar um molho com aquelas especiarias na bancada. Ela tentou identificar a maioria dos temperos, tudo em vão. Joanne nem sequer sabia dos temperos contemporâneos. Devia fazer cerca de dez anos desde a última vez que cozinhara. Ela pedia tanta comida nos aplicativos que dois restaurantes locais criaram pratos em sua homenagem. O fogão em casa servia mais para decoração do que qualquer outra coisa e ela subitamente se perguntou o motivo de pagar todo mês a conta de gás do condomínio se não fazia uso dele.

Espiou pela pequena janela da cozinha e depois de ter certeza de que não havia ninguém perto o suficiente para ouvi-la, chamou pelo sistema. A mulher se projetou a sua frente. Qin Fen juntou as mãos e suplicou:

TRAGA AMOR A ESSA ROSA TÓRRIDAWhere stories live. Discover now