Vol.1 de Os Hérnandez - Série da Máfia.
Adrian, depois de um acidente sua vida mudou radicalmente, fazendo ele enxergar a vida de outro modo. Depois de anos escutando que deveria se casar, esse dia chegou, mas não por escolha própria. Nádia Wos, um...
Meus olhos estão focados nas pequenas letras que aparecem na tela do computador à minha frente. Infelizmente estou lendo a mesma coisa a uns vinte minutos, por que minha mente está longe e não conseguindo entender as malditas letras.
— Droga! – grito, jogando os papéis para o chão, fazendo outras coisas que estavam na mesa cair na mesma intensidade.
Minha respiração tá ofegante, o pé que perdi os movimentos está doendo e me amaldiçoou por isso. Deixo meu corpo cair mais na cadeira, que curva para trás deixando-me mais confortável. Encaro a paisagem de Barcelona pela parede de vidro, que tem em meu escritório.
Sempre gostei do país que eu nasci e cresci, mas após meu terrível incidente, a minha grande vontade é de explodir tudo e mandar os ares. Principalmente agora, que terei que me casar por puro capricho do conselho.
O telefone toca e eu tento ignorar, mas esse som irritante penetrando meus ouvidos não me deixam em paz. Maldição!
— O que foi? – atendo, assim que percebo que é a minha secretária.
— Senhor. O seu primo, senhor Iago está na sala de espera. – informa – Posso permitir a sua entrada?
— Pode sim. – desligo e volto a encarar a paisagem. Não ligo que Iago veja a bagunça que está esse lugar, assim ele pode perceber o quanto insatisfeito eu estou com esse maldito enlace.
A porta é aberta, passos decididos e firmes são feitos até onde minha mesa se encontra. Ele se senta em uma das cadeiras e respira fundo. Certamente, ele já percebeu que eu tive mais uma crise de raiva por aqui.
— Vai acabar destruindo todo seu escritório, se continuar assim.
— Talvez esse seja meu desejo – rodo a cadeira, fazendo ele encarar meu rosto – Algum problema?
— Todos, Adrian. – Iago se endireita na cadeira, arrumando seu terno impecável na cor preta. Ele é o homem mais respeitado da Espanha, é normal que anda como um rei por aí. – Você não procura sua noiva, nem para saber como andam as coisas sobre o casamento. Sei que esse enlace não é do seu agrado, mas é preciso.
— Preciso somente para vocês – estico meu braço, o abrindo ilustrando como se tivesse mais pessoas aqui – Pra mim isso não será vantajoso em nada.
— Eu entendo. Pense na máfia, na nossa organização e quanto lutamos pra ela se continuar firme. – Iago se levanta, caminhando com superioridade até o bar que tenho no meu escritório, e colocando uísque para nós dois – Não quero que Asier tenha que escolher um subchefe e um conselheiro. Meu desejo é que somente os Hérnandez permaneçam na liderança da máfia espanhola.
— Temos o Martim e o Isaac – rebato, brincando com a bolinha antiestresse.
— Isaac terá que ir atrás do seu próprio herdeiro, mesmo com Sara, ele não quer que outro entre em seu lugar. – Iago volta com duas doses de uísque, me entregando um e logo voltando a se sentar. – Martim ainda tem a cabeça fraca para casamento e filhos, quero esperar mais um pouco até firmar um casamento pra ele.
— Então só sobra eu – abro um sorriso sarcástico – O infermo que, não tem mais o movimento de um dos pés e usa bengala. Você acha isso certo de se fazer com a menina? Casá-la com um homem como eu?
— Não enxerge isso como uma segunda opção, ou como única saída. Você é um homem incrível, e tenho certeza que à fará feliz. – ele toma seu uísque em uma golada só e volta a me encarar firme – Não fique colocando sua nova condição como barreira para a felicidade. Você merece formar uma família e ser feliz.
— Não ache que porque você ama Giordana e ela te ama, que isso vai acontecer com todos. Você e Isaac tem sorte de terem se casado com mulheres que amam e formaram famílias lindas.
— Você também é merecedor dessa felicidade
O interrompo, já cansado dessa conversa.
— Não. Eu não sou merecedor desse insignificante sentimento! – irritado, me ponho de pé apoiando uma mão na mesa para não cair e aponto com a outra para a porta – Se me der licença, preciso trabalhar.
— Não seja cabeça dura. – Iago se levanta, ajeitando seu terno e caminha até a porta, mas antes ele se vira pra mim e diz; – Giordana está organizando um jantar hoje, sua noiva e você estão convidados. Espero que não falte.
— Não irei – abro um sorriso debochado e vejo meu primo sorrir abertamente, e logo sair pela porta e sumir da minha visão.
Me jogo novamente na cadeira. Rodando ela e permanecendo de olhos fechados, assim posso organizar meus pensamentos, que no momento estão mais embaralhados que uma sopa de letrinhas.
Não posso mais fugir. Faz um mês e meio que estou noivo da senhorita Wos, os tabloides ficaram sabendo da união à poucos dias. Preciso continuar o teatro que nossa acessória começou, não posso colocar tudo à perder por egoísmo meu, mesmo que eu saiba que não deveria prendê-la à mim.
Droga! Mil vezes, droga.
— Denise? – digo, a minha secretária ao atender.
— Sim, senhor. Como posso ajudá-lo?
— Mande um estilista vir, irei fazer uma compra.
— Algo à mais?
— Ah, sim! Peça para o gerente da tiffany vir também. – sorrio, ao pensar como a Wos irá reagir ao receber meus presentes. – Preciso que eles venham antes do entardecer.
— Sim, senhor. Já estou providenciando.
— Obrigado! – coloco o telefone na conexão, o que faz a ligação cair.
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— Boa tarde, senhor Hérnandez. Sou o gerente da Tiffany. – o homem de meia idade, se apresenta de forma formal e educada. Ele usa um terno impecável na cor branca e seus cabelos grisalhos estão penteados para trás.
— Adrian Hérnandez. Sente-se – aponto para a cadeira ao meu lado, resolvi atendê-lo na sala de reuniões, onde é mais espaçoso e privado.
— O que procura, senhor Hérnandez?
— Um colar. Quero algo único, que marque presença mais não seja exagerado nem brega. – o sorriso do senhor triplica de tamanho.
— Tenho algo perfeito para o senhor. – ele abre a enorme maleta turquesa e ali tem várias joias, de imensas variedades. Ele retira uma em especifica, logo abrindo e relevando uma joia linda de esmeralda – É do seu agrado?
— Com certeza!
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