Vinte e um.

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O cap pode parecer um pouco confuso mas logo tudo vai fazer sentido no final. <3

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Jeongyeon sentiu um grande aperto no peito quando foi colocada presa na cama. Estava em uma sala e havia uma roda em freiras fazendo oração, olhou ao redor enquanto tentava se desprender.

— Eu não estou com o demônio em mim! Me soltem daqui — gritou.

O bispo ergueu o crucifixo acima de sua cabeça, pedindo em italiano que fossem tirado quaisquer demônio do corpo de Jeongyeon que ironicamente entendia tudo. O incômodo fazia com que as vozes em uníssono, o tom alto de mais da voz do bispo ecoassem por sua cabeça e a imagem de Nayeon observando tudo.

— Nayeon, por favor me leva com você — disse a olhando — eu não quero ficar aqui eu quero ficar com você!

Im negou levemente com a cabeça, uma lágrima desceu de seus olhos por ver mais uma vez o fim triste que Jeongyeon teria.

— Não posso — negou — infelizmente eu não posso.

— Você mentiu pra mim — a garota a olhou — você disse que me levaria para o inferno com você e você mentiu!

— Eu não menti! Eu prometi que cuidaria de você em todas as vidas mas essa foi a nossa punição. Esse é o nosso castigo.

— Esse não é o meu castigo, esse é o seu.

Nayeon olhou, seus olhos ironicamente se enchiam de lagrimas. Estava paralisada enquanto via mais uma vez Jungyeon perder a sua sanidade, e em todas as vezes chorava.

Mas secou com o dorso da mão as lágrimas quando tudo ficou em silêncio e tudo congelou. Jungyeon estava com os olhos tão brilhantes quanto ouro, seus cabelos estavam iluminados e sua pele brilhava tanto quanto um mar de joias.

O sol havia voltado.

E como em um passe mágicas ela estava de pé, tirando delicadamente as cordas amarradas ao seu pulso, caminhou em direção a porta do quarto enquanto o iluminado de seus olhos se clareavam cada vez mais.

— Jungyeon — Nayeon chamou mas a guardiã abriu a porta e saiu corredor a fora — Jungyeon!

A voz era inútil em frente a imensidão, o sol se reerguia mais uma vez após anos desacordada. A garota andava em direção a saída deixando a marca brilhante de seus pés sob o chão.

Assim que chegou ao jardim, ela parou. Ergueu o olhar para o céu e suspirou.

— Sol.

Ao ouvir a voz ela se virou, olhando para quem lhe chamava abrindo um enorme sorriso.

— Eu sou o sol — disse sorrindo — e eu sempre fui.

— Sim, você sempre foi o meu sol — Nayeon disse se aproximando.

— E você sempre foi a minha lua — abriu os braços.

Assim que se abraçaram eram apenas uma só. Não era demônio é uma freira que não deu certo, era sol e lua. Nayeon e Jungyeon.

Um clarão tomou o céu deixando ambas olharem em direção a luz, mas quando se deram por conta ao lado de si estava um homem de cabelos brancos e um cajado.

— Por que? — ele disse — eu deixei que pagassem por seus pecados mas eu me esqueci que o amor é maior que tudo. Maior que o ódio, maior que a decepção.

— Pai! — Jungyeon chamou — eu estou aqui. Eu não quero mais sofrer.

— Eu sei que não. Eu a castiguei e deixei assumir um pecado que não era teu. O seu amor foi o seu pecado.

— O meu amor foi a minha dor — Nayeon indagou — eu nunca pude ficar longe dela porque a amei desde quando fizeste nós — confessou a olhando — eu quero dizer uma coisa a ti, pai.

— Pode me dizer o que tu quiser.

— Mas antes — olhou novamente para Jungyeon e segurou em sua mão — eu sei que sempre estaremos juntas, sei disso porque eu sempre estive todos esses anos com você, e eu me arrependi em cada vida, em cada segundo e em cada milésimo contado. O seu amor me salvou mas também destruiu você e você sofreu tanto.

— Minha Lua me ouça...

— Não, por favor me deixe terminar... por favor — levou a mão livre até o rosto dela e suspirou — eu nunca quis te levar para o inferno eu sempre quis te trazer para mim, sempre quis te ter mais perto mas isso era tirado de mim a cada tentativa e eu não quero mais tentar.

Deixou um selar na testa de Jeongyeon e sorriu antes de selar os lábios e se afastar.

— Eu não quero te fazer sofrer, nunca mais — sussurrou — eu estarei aqui sempre, sempre, eu vou estar sempre com você. Eu sou a sua metade, eu sou o seu demônio e o seu anjo, eu sou sua e sou eternamente o nosso eclipse.

— Por que você... por que? — a olhou — Nayeon!

A lua se afastou e andou em direção ao seu criador, se ajoelhando a sua frente enquanto mordia os lábios para conter a vontade de chorar.

— Pai, peço a ti a minha eterna eterna desculpa e sei que meu arrependimento não vai tampar o buraco da traição de um dos seus filhos e é por isso que para conseguir o seu perdão e a liberdade do sol eu reivindico a ti — ergueu o olhar para ele — a minha existência.

Jungyeon gritou, correndo em direção a Nayeon ajoelhada enquanto os olhos estavam cheios d'água.

— Eu não aceito — o homem a olhou — eu sou o teu criador e me nego ao seu pedido, mas eu tenho uma condição.

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Devil With - 2Yeon G!PWhere stories live. Discover now