Cap 3

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POV Rengoku

No dia seguinte, ainda ferido, repouso em minha cama observando meu irmão varrer  o chão do quarto.

O que foi aquilo ontem a noite? Pra ser sincero, eu sabia que só expulsar ele seria suficiente. Então por que eu quis beijar ele?  Quer dizer, agora ele vai querer mais e mais! Se bem que este pensamento não é tão ruim...

Senjuro: —Você tá bem, irmão? Você parece pensativo.

Kyōjurō: —Não se preocupe, só tô cansado.

Senjuro: —Aquele oni de ontem... Por que ele gosta de você? Sem ofensa.

Kyōjurō: —Eu também não sei, deve ser masoquista.

Senjuro: —Você também gosta dele?

Kyōjurō: —Não, nossos ideais são completamente opostos, e a gente se conheceu há poucos dias.

Senjuro: —Pera, ideais?

Kyōjurō: —Ele acredita que os mais fortes devem usar sua força para eliminar os mais fracos, eu acredito que os mais fortes devem usar sua força para proteger os mais fracos.

Senjuro: —Então ele realmente deve te amar.

Kyōjurō: —O que você quer dizer?

Senjuro: —Mamãe me disse uma vez que paixão e amor são duas coisas opostas: "Paixão é achar que a pessoa é perfeita. Amor é quando você aprende a amar até os defeitos dela." Eu sei que isso não é um "defeito", mas se ele continua te amando mesmo que vocês tenham ideologias totalmente diferentes...

Kyōjurō: —Então o Akaza tá apaixonado.

Senjuro: —O que?

Kyōjurō: —Ele fica toda hora dizendo que me ama, me elogiando, me observando, sempre parece ansioso pra me beijar. Até na nossa luta ele parecia me olhar de um jeito "estranho".

Senjuro: —Se ele tá tentando te conquistar, por que ele não faria isso?

Kyōjurō: —É, faz sentido. Talvez eu possa tirar alguma vantagem disso.

Nosso pai, que estava na porta do quarto  ouvindo a conversa esse tempo todo, finalmente se enfurece.

Shinjuro: —Se eu pegar aquele oni perto de você de novo, eu mesmo acabo com ele!

Eu e meu irmão caímos na gargalhada, e não demora muito para nosso pai se juntar a nós.

POV Akaza

Não tinha mais para onde ir, então voltei para o Castelo do Infinito para passar o dia, assim como sempre permite Muzan com a condição de não perturba-lo.

Deitado no chão e olhando para o teto em um dos quartos, repenso sobre a noite anterior. Talvez ele realmente tenha cogitado aceitar meu pedido.

Akaza: —Ah, Kyōjurō... —Suplico mentalmente. —Por favor, meu amor, me ame como eu te amo. Por favor, aceite se casar comigo, Kyōjurō.💔

Muzan: —Kyōjurō?! O pilar das chamas?!

Meu coração chega errar uma batida, e eu me sento no chão num pulo.

Akaza: —K-Kibutsuji-sama?!

Muzan me olha de cima a baixo, não com raiva, mas com uma mistura de nojo e desgosto.

Muzan: —Às vezes eu me pergunto o que eu tinha na cabeça pra te tornar um Lua Superior.

Eu abaixo meu olhar com uma mistura de vergonha e medo.
Muzan apenas revira seus olhos com uma expressão de desgosto e vai embora para outro cômodo, mas não antes de parar na porta. Ele parece querer confessar algo, mas desiste e volta a seguir seu caminho.

Akaza: —O que foi isso?... Bom, pelo menos o Mestre Muzan não me matou...

Hesitantemente volto a me deitar no chão.
Logo me vem a mente o dia em que eu assisti Kyōjurō treinando, alguns dias antes de nossa luta, onde me foi desperto um primeiro interesse pelo hashira. Mas foi só no campo de batalha onde eu verdadeiramente me apaixonei por ele.

[Quebra de Tempo]

Dois dias depois, vou atrás de Kyōjurō, que dessa vez está acordado e logo percebe minha presença.

Rengoku: —Mas você é insistente, né não?

Akaza: —Você não está dormindo.😌

Rengoku: —Eu odeio quando você tá certo.🤡

Ele fala como se nos conhecêssemos há anos, é tão fofo. A cada palavra que esse homem fala eu me apaixono perdidamente por ele de novo e de novo.

Rengoku: —Mas o que faz aqui, oni?

Akaza: —Eu só queria voltar a te ver.

Rengoku: —Então para de querer me ver.

Akaza: —E o que eu ganho com isso?😏

Rengoku: — ...Mais um beijo?

Akaza: —Não, deixar de lado a minha felicidade para sempre não vale apenas um único beijo. Mesmo que seja seu beijo.🥺

Rengoku: —Que fofo, Akaza. 🤭

Akaza: —Não mais que você, Kyōjurō.🥰

Rengoku: —E o que você quer, então? —Ele se aproxima de mim e acaricia minha bochecha.

Ele deve ter notado meu olhar bobo e apaixonado, pois solta uma leve risada. Seu riso é o mais doce que já ouvi em minha vida.

Akaza: —Já falei, eu quero você. —Eu beijo sua mão.

As bochechas de Rengoku coram enquanto ele me encara com um olhar que parece uma mistura de desejo e relutância.

[POV Rengoku]

De repente, sinto um desejo quase incontrolável de beijar o rosto do oni em minha frente, porém me contenho.

Akaza nota que seu beijo me deixou feliz e beija a palma de minha mão novamente. Eu solto uma leve risada em resposta, e sou retribuído com outro beijo.

Rengoku: —Ah você me quer? —Eu o puxo levemente pelo queixo e beijo sua testa.

Akaza arregala os olhos e seu rosto pálido cora intensamente, e ambos nos encaramos surpresos.

Akaza: —K-Kyōjurō... E-eu posso... Passar uma noite com você?...

Nosso Querido Lua (Akaza x Rengoku)Where stories live. Discover now