Johnny Depp : O Susto

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Palavras: 4Mil 100+

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Não sei como descrever minha relação com Johnny, nossa conexão, nossos olhares, nossos sorrisos tímidos e nossa maneira de se expressar para o outro. Já me perguntei se ele tinha realmente a idade que aparenta ter, pois seu comportamento e energia era ao contrário da idade, não sou tão novinha, tenho 28 anos e estranhamente já se passaram 16 meses deste que nos conhecemos e conversamos pela primeira vez. (estranho porque o tempo passou voando e já, já vai fazer 2anos).

Era janeiro e no chalé onde estava hospedada, todos ainda comemoravam o começo do ano. Bem... nem todo mundo.

Eu tava bem pra baixo (ainda), estava magoada com tudo que havia acontecido. Tinha um cara (estadunidense) éramos amigos e pensei de verdade em tê-lo mais "perto" e nisso ele começou as suas rápidas investidas, rápido até demais... Eu não sou de me entregar fácil. Penso seriamente antes de compartilhar minha vida para alguém. Porém ele não foi tão paciente e acabou antes do que eu esperava.

Eu sempre fui muito de amizade, por ser meio fechada é provável que involuntariamente fiz pessoas desistirem de "tentar" ter algo comigo. Por outro lado é até bom alguns amigos me tratam tão de boa, como uma amiga porque sabem que pode contar comigo para ajudar ou apoiar de verdade, sem más intenções. Tem de nerds, caseiros e até baladeiros (aqueles que não param em casa).

Por eu vim do Brasil sempre tive cuidado em compartilhar informações da minha vida em relacionamentos, quando era mais nova sempre ficava mal pelas notícias que não parava de passar na TV sobre perseguições, agressões e feminicídio. Aquilo mexia tanto comigo que custei para me entregar de fato a alguém pela primeira vez. E que bom que deu tudo certo. O rapaz era descontraído e foi muito gentil, aliás a situação toda foi hilária, eu realmente fiquei confortável com ele. E ele era brasileiro.

Enfim... (aquele rapaz do início) não me deu muita chance de me explicar e logo ele estava com sua atenção em outra garota. Fiquei bem magoada eu realmente queria conhecê-lo e saber de tudo, mais depois da sua desistência cai em si e vi que não perdi nada, ele não era pra mim, um homem que quisesse algo sério seria paciente e compreensível não é.

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Estava lá naquele chalé afastado da movimentada cidade de Los Angeles, saí do meu quarto para respirar e caminhar um pouco, fui para ala de "festa" onde algumas famílias e grupos de amigos estava curtindo ali seu início do ano, fiquei em um bar rústico aberto que tinha na área, queria um tempo sozinha pra mim por isso me isolei nesse chalé, me sentei em uma mesa para quatro pessoas, afastada, me escorando na parede virada na direção deles bebendo minha caipirinha.

Comecei a pensar sobre minhas atitudes, meu trabalho como Tradutora Intérprete estava indo muito bem, ganhava bem, podia até trabalhar em casa se quisesse. Conquistei meu sonho de morar fora, adquiri minhas coisas que ansiava deste adolescente como instrumentos de guitarra, violão, teclado, box de livros, álbuns de vinil das bandas nacionais e outros estrangeiros... e vários outros acessórios.

Nesse momento que estava pensando nas minhas conquistas olhando para o nada, dei um sorriso meia lua despretensioso mais logo desmanchei ele pois a lembrança de estar sozinha, não ter ninguém ali comigo, alguém pra me relacionar, estava fora de questão. Será que Eu era o problema? Porque eu tinha que ser difícil. Desci meu olhar pra baixo e comecei a encarar as pernas das cadeiras da frente ainda triste, até me ajeitar corretamente na mesa e passar meu olhar no bar e ver um homem me encarando da bancada.

Ele estava de óculos azul escuro, podia tá olhando pra qualquer coisa, mais minha intuição dizia que era pra mim. Parecia que sua expressão era de curiosidade. Será que ele me viu ficar feliz e triste logo em seguida... aliás a quanto tempo ele tava ali me encarando. Pensei nisso e finalizei meu copo, pedindo outro ao garçom, ao mesmo tempo vejo o tal homem se levantar e vir a minha direção com sorriso meia lua. E meu corpo se arrepia.

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