8. Vólucre: o fim do começo

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Taehyung chegou a tocar a superfície do mar de crueldades e sofrimento, com as pontas de seus dedos.

Chegou a quase respirar a vida. A vontade de viver.

Mas não conseguiu botar sua cabeça para fora da água. Essa oportunidade não lhe foi dada.

Fiz o melhor que pude para ajudá-lo, mas... eu também estava tentando voltar à superfície. Não acredito que seja impossível, mas acho que é extremamente complicado e difícil tentar ajudar outras pessoas, sem antes ajudar a si mesmo.

No fim das contas, nós dois precisávamos de ajuda. Mas só tínhamos um ao outro. Duas pessoas quebradas, tentando juntar os cacos alheios, nunca vai resultar em algo bom.

E de fato não resultou.

Aquele dia... havia começado como todos os outros... havia se desenrolado como todo mísero dia até então... Não havia nenhum mísero sinal de alerta no ar, nenhuma mínima mensagem do destino.

Em um momento Taehyung estava em meus braços... e no outro... ele havia evaporado. Se tornado uma mera areia para contar história.

— Esse sou eu? — Pergunto, com o queixo apoiado no ombro de Taehyung, assistindo-o desenhar.

Muito bem acomodado no meio das minhas pernas, ele apenas balança a cabeça positivamente, sem tirar os olhos do papel.

— Você não acha que faz desenhos demais de mim?

— Eu gosto de desenhar coisas bonitas. — Taehyung vira a cabeça, enfim me olhando. — E você é a mais linda que eu já vi na minha vida.

Sinto o meu coração acelerar um pouco e acabo dando uma pequena risada.

— Não sei como você nunca namorou antes, sendo tão galanteador assim.

Taehyung acaba por rir também, voltando sua atenção para seu desenho.

— Ah, eu era cheio de pretendentes, sabe, mas dispensei todos. Sempre deixei claro que estava esperando pela minha alma gêmea.

— Ah, é?! Mas isso não te impediu de sair por aí beijando outras pessoas, não é, seu cara de pau?! — Dou um tapa fraco no ombro de Taehyung, o fazendo voltar a olhar para mim. — Eu que esperei por você! Nunca beijei ninguém antes!

— Ei! Eu só estava treinando, porque queria que o nosso primeiro beijo fosse perfeito! Eu sempre tive a melhor das intenções!

Semicerro os olhos.

— Você é mesmo um ordinário.

— E você me ama mesmo assim. — Taehyung joga a cabeça para trás, a apoiando em meu ombro, enquanto me olha de forma fingidamente inocente.

— Claro, que escolha eu tenho, se me deram logo a alma gêmea mais sem vergonha, que existe?

— É pelos sem vergonha, que as pessoas costumam se apaixonar. — Taehyung retruca de forma quase infantil.

— Por que está dizendo isso com tanto orgulho? Por acaso está querendo que outras pessoas se apaixonem por você, Kim Taehyung?!

— Jamais. — Taehyung se vira melhor para mim, entrelaçando suas pernas com a minha sobre a cama. Envolve meu rosto com sua mão e fica um pouco mais sério. — O seu amor é o único que me importa.

Todo o clima cômico vai ralo abaixo dessa forma, e então Taehyung me puxa para um beijo. O melhor de nossas vidas.

Até o próximo. Como sempre.

Vólucre (Taekook)Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu