𝐑𝐈𝐕𝐀𝐋𝐒, goularte ✔

Trinta e três

ATENA!

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Em algum momento, todos vão embora, sobrando apenas Gabi, Matt, Gou e eu. Era tarde da noite, por volta das três da manhã, e Gabi puxava sua bolsa.

⸻ Te, a gente precisa ir embora agora. ⸻ ela fala, me abraçando, continua, sem me soltar: ⸻ Foi incrível hoje viu! Qualquer coisa me manda mensagem. ⸻ ela sussurra essa última parte, mas eu entendo.

Por que sobraríamos eu e Gou.

Matt também me abraça e se despede, fazendo o mesmo com o Gou e indo até a porta.

Gabi solta um último "A gente se fala amanhã!" antes de fechar a porta e deixar o silêncio reinar na casa.

Quando volto a olhar para Gou, percebo que ele olhava para a cozinha. Logo se direciona até a mesma, repentinamente.

⸻ 'Que que 'cê vai fazer? ⸻ pergunto.

⸻ Isso aqui 'tá uma bagunça. ⸻ ele diz, simples, começando a organizar a louça.

O vejo começar a passar detergente em uma bucha e esfrega-la nos pratos, imediatamente corro até ele.

⸻ Não! ⸻ puxo o prato da mão dele e bato meu quadril com o seu, forçando-o a sair do local.

⸻ Qual foi, Te! ⸻ ele reclama. ⸻ Você pode aceitar uma ajudinha as vezes.

⸻ Mas eu não quero! ⸻ falo, enquanto esfregava o que ele começou.

⸻ Me deixa pelo menos guardar? ⸻ ele pede e, depois de um pouco de insistência, eu cedo.

O clima estava leve, agradável. Eu passava os pratos para o garoto, que os secava e guardava nos armários, o silêncio absoluto se apossava do lugar, até que meu espírito de algumas semanas atrás decide entrar em meu corpo e minha mente.

⸻ Sabe, Gou, 'pra alguém que tem uma voz tão chata você é bem legal, na verdade. ⸻ digo, dando de ombros.

Ele me olha e solta uma leve risada.

⸻ As vezes eu tenho dúvidas se a gente é realmente amigo. ⸻ ele solta.

Ergo as sobrancelhas e olho para ele.

⸻ Como assim, garoto? ⸻ falo, incrédula.

⸻ Você só me xinga! ⸻ ele explica.

⸻ Eu acabei de falar que você é legal! ⸻ seco minhas mãos e vejo ele fazer o mesmo e se apoiar no balcão.

⸻ Não, você disfarçou um xingamento em um suposto elogio. ⸻ ele alega.