CAPITULO QUARENTA E SETE

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GUILHERME

Esses dias tem sido bem difícil, assimilar que minha mãe não esta mais aqui é muito difícil, ainda mais depois daquela conversa, eu sempre fui muito apegado a ela, querendo ou não, fui a única criança que ela gerou. E ter ela falando aquilo tudo com aquela raiva e magoa foi muito complicado de digerir, eu não sei se ela falou aquilo do coração ou so porque estava com raiva, eu nunca irei saber. Ela me ligou no mesmo dia que cheguei em casa do hospital, e eu claro que não atendi... eu não estava com cabeça pra brigar com ela, eu so lembrava que eu tinha brigado com ela, mas nada especifico, a realidade mesmo do que aconteceu eu tive depois, eu não tenho ideia do que ela tinha pra me falar naquele dia, e tempos depois ela ligou pro Arthur também, mas muito tempo depois e também pro meu pai, mas não ligou pra mim novamente, e isso que me deixa com uma pulga atrás da orelha.

Eu me pergunto se ela ja sabia que iria falecer, ela nunca ligaria pro meu pai, desde que ele foi embora ela mal queria se dirigir ao nome dele, imagine ligar pra ele do nada depois de tantos anos. São tantas perguntas sem respostas, mas a policia desconfia de suicídio, o que eu não descarto depois de ouvir todas as coisas que ela me disse aquele dia, ela era infeliz.

Ver meu pai depois de mais de 18 anos foi uma sensação muito estranha, ja se passaram tanto tempo que acho que nem raiva eu sinto mais, eu não sinto mais nada e nem quero sentir. Eu tento não transparecer pra Aisha, mas é difícil fingir que esta tudo normal quando não esta, eu não gosto de conversar sobre isso por no final me sentir muito mal, eu vou voltar a viver minha vida e fazer tudo voltar ao normal, eu sempre faço isso.

Hoje voltei a trabalhar, esse tempo em casa foi muito necessário, eu sempre resolvi tudo sozinho e dessa vez eu tinha uma família pra passar por essa comigo, o que me faz ter mais orgulho da família que eu construir, e voltei a treinar como antes, eu sinto que isso me relaxa e tira minha tensão também.

...

- Ah agora eu sou um homem feliz - o Caio diz quando me ver entrando no bar.

- O exagero, iai - falo cumprimentando ele.

- Ja estava com saudades chefinho, quase um mês longe.

- Precisei desse tempo, e as coisas aqui como estão?

- Tudo sobre controle, a patroa veio aqui da uma checada nas coisas, eu admito que quero trocar.

- Trocar o que?

- Ela vira minha patroa oficial, e você vem uma vez na semana, a patroa não me da esporro.

- No seu sonho - falo dando tapinha nas costas dele - voltei pra colocar terror em vocês, estão folgados demais.

- Ah patronhia que saudades de você - diz colocando os braços pra cima - chefe aquela moça esta vindo aqui sempre - fala olhando em uma direção e acompanho o olhar dele, e vejo uma moça sentada - ela perguntou por você uma vez pra patroa, depois de alguns dias ela veio aqui de novo, e as vezes so pede agua e fica ali esperando não sei o que, ela demora no máximo 2 horas e vai embora.

- Mas eu não conheço ela, ela não disse mais nada?

- Não, ela so senta e observa - so aparece gente louca na minha vida.

- Eu vou lá.

- Cuidado - o Caio diz e dou risada.

- Com ela? olha o tamanho.

- Vai saber chefe, pra ser psicopata não tem tamanho, e pra usar uma arma so basta ter dedos, e olhando daqui acho que ela tem os dez - não digo nada e vou na direção da mesa que ela esta sozinha, a mesa mais distante de todas, que mal da pra ver.

- Você quer mais alguma coisa? - falo e ela parece assustada com a minha presença.

- Nã... não.

- Esta tudo bem? você esta bem vermelha.

- Estou bem sim - diz e abaixa a cabeça.

- Se precisar de alguma coisa pode acionar esse botãozinho aqui, ou ir no balcão ... e afinal sou o Guilherme se caso quiser chamar - ela agora me encara.

- Eu preciso ir - deixa o dinheiro da agua na mesa e sai, quando eu digo que so aparece doida.

...

- Descobriu quem era? - O Caio pergunta assim que volto pro balcão.

- Não, so descobrir que tenho raio pra gente esquisita.

- Quer isso chefinho, ela é meio estranha mesmo, mas é ate bonitinha - ele para um pouco pra pensar - é realmente ela é muito estranha, ela chega e sai parece uma stalk maníaca.

- Nem me assusto mais... olha meu melhor amigo, olha meu irmão, olha meus funcionários, nada mais me assusta.

- Essa doeu chefinho - diz colocando a mão no peito.

- Ah Caio me erra, vou trabalhar agora, ao contrario de você que so papeia - falo indo pro escritório e escuto a risada dele.

...

Depois de resolver as coisas no restaurante e no bar, fui pra casa;

- Hum que cheirinho é esse? - a casa inteira esta cheirando a comida.

- Estou cozinhando, cheguei inspirada.

- Esta com o cheirinho muito bom, cadê as crianças?

- Estão na brinquedoteca riscando tudo.

- A gente precisa arrumar ali né?

- Sim, mas não agora que nem tem como, eles estão com tantos brinquedos que não tem condições de arrumar aquilo, precisamos tirar muitas coisas e sair doando.

- Podemos diminuir a suíte deles e aumentar a brinquedoteca, ja que eles so usam o quarto pra dormir.

- Seria uma boa

- Acho que vou dar de presente de aniversario pra eles.

- Ai oficialmente você vira o favorito - se ela soubesse que ja sou - o aniversario deles estão chegando em, precisamos organizar tudo.

- E o nosso casamento? - ela me olha surpresa.

- Uau, não imaginei ouvir essa pergunta agora.

- Eu pedi né, eu quero casar

- Vamos casar quando então?

- Daqui há quatro meses? - ela me olha como se eu fosse maluco.

- Quem vai organizar um casamento em tão pouco tempo?

- Você - falo e ela rir.

- No máximo daqui a um ano.

- Muito longe, nem sabemos se vamos esta vivos ate lá

- Credo Guilherme, vira essa boca pra la

DO MEU VENTRE ♡ (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now