completamente travado. Quando percebe meu pai se levantando, Jungkook nem ao menos me deixa responder suas perguntas ele me puxa para trás do seu corpo, sem soltar minha mão em momento algum. Jungkook se coloca na minha frente para me defender do meu próprio pai. 

— Jungkook, ele não me bateu. Não dessa vez — sussurro. Mas ele não parece ouvir, e por algum motivo estranho a forma silenciosa em que meu pai o encarou de volta me assustou. 

— Vai embora do meu estabelecimento agora mesmo senhor ou serei obrigada a chamar a polícia! — avisa a senhora Choi, aparecendo ao meu lado, segurando seu celular na mão. Meu pai a ignora completamente. 

— Você. — ele aponta para Jungkook serrando os dentes — VOCÊ É O MOTIVO DE TUDO ISSO! — Aperto firme as mãos que seguram as minhas. — TODA A DESGRAÇA QUE CAIU SOBRE MINHA VIDA É SUA CULPA! SEU DESGRAÇADO, JEON VOCÊ NÃO VAI ACABAR COM A MINHA VIDA DE NOVO. — quando vejo ele avançar em Jungkook com ambas as mãos levantadas como se estivesse pronto para enforcá-lo, saio de trás do meu escudo e me jogo à sua frente. As mãos que agora estariam rodeadas em Jungkook pressionam forte o meu pescoço. — ME DEIXE EM PAZ SEU VERME, SUMA DA MINHA VIDA. 

O pouco ar que chega aos meus pulmões me permite tentar arrancar suas garras de mim, no entanto, quando meu pai tem seus surtos ele parece estar possuído por algo maligno, então só consigo me livrar delas com a ajuda de Jungkook que não pensa duas vezes antes de usar sua força ao máximo para afastar as mãos que me sufocam. Kim Namjoon avança no homem e consegue prender seu corpo contra o chão.

Sem forças para me manter de pé, caiu ajoelhado sendo sustentado pelos braços de Jungkook, tentando segurar meu corpo mole. Ele pergunta diversas vezes se consigo ouvir sua voz, posso ouvi-lo, mas não consigo responder de imediato porque a tosse me impede, ainda posso sentir as mãos do meu pai rodeadas em meu pescoço. 

Ouço a senhora Choi gritar para meu irmão que a polícia já está a caminho. Hoseok tentando chamar minha atenção. Os convidados cochicham entre si, pessoas que estão acostumados a me ver como um inabalável Park Jimin, criado em uma família rica e perfeita, agora está observando da pista prêmio o quanto ter dinheiro não faz diferença alguma quando não se tem amor em casa. Eles estão podendo ver um lado meu que sempre procurei esconder, o meu eu que se permite chorar por conta de todo o peso que carrego na minha vida. 

Minhas pernas são afastadas do chão quando Jungkook me pega no colo, passo os braços em volta de seu pescoço, e permito que ele me carregue até o sofá. 

— Eu estou bem. — falo assim que ele me senta. 

— Não, você não está. — olho para o lado esquerdo quando Leia aparece entregando um copo com água para mim, mas Jungkook recebe antes, e leva até minha boca pedindo que eu beba devagar. Depois que dou um gole volto a dizer: 

— Eu estou bem Jungko- — não consigo concluir a frase, essa que seria só mais uma mentira dita. Minha atenção é voltada para o meu pai se debatendo contra o chão tentando se livrar das mãos do professor. 

Observo os arredores e me sinto completamente indefeso com todos os olhares dos convidados sobre mim. Meus amigos estão todos ao meu redor, me olhando com pena. 

Não queria que isso estivesse acontecendo.

Eu só queria poder ter uma vida normal, ter um pai que me ama do jeito que sou, não um que repudia minha existência. Porque, porque eu estou sendo punido dessa forma? Eu não entendo! Não entendo!

Escondo o rosto com as mãos, abafando meu choro. 

Eu não quero que me vejam chorando. Não quero que pensem que sou fraco. Jungkook me abraça forte e diz: 

Serendipity of a dream Where stories live. Discover now