CAPÍTULO 51

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Roberto não percebeu quando começou a tamborilar com os nós dos  dedos na mesa de reuniões.

As pessoas falavam e falavam e ele simplesmente estava impaciente com tanta falação e não conseguia se concentrar em nada do que era dito ali.

A Moura Álvares estava crescendo, assim como os seus lucros. Tudo estava indo conforme ele planejara e sabia que a equipe era boa. Analisou que talvez devesse reduzir o número de reuniões, pois parecia ser uma perda de tempo ficarem se sentando em volta daquela mesa com tanta frequência.

O presidente da Moura Álvares assustou-se  com os próprios pensamentos, pois sabia que se tudo estava indo tão bem era justamente porque o modelo que estava usando para gerenciar tudo aquilo ali estava funcionando.

_Time que está vencendo não se mexe._como dizia Alceu.

O velho tinha razão...não tinha por que diminuir o número de reuniões e ele tentou focar no assunto que estava sendo tratado, mas a sua cabeça estava naquele conflito que dona Mariana lhe metera na cabeça.

Ele deveria ter entrado naquela casa e ido atrás de Davi? Será que os irmãos estariam ali de plantão, esperando apenas uma fagulha para acenderem o fogo  entre os dois? Ele estaria preparado para resistir a Davi, caso o encontrasse naquela noite?

Roberto também estava pensando a mesma coisa que Davi...como os seus ex-amantes desencarnados iriam  reagir quando percebessem que ele queria encontrar-se com Davi sem a presença deles? Será que ficariam com raiva? Será que veriam Davi como um rival? Sentiriam ciúmes? E se assim o fosse...aquilo era perigoso? Poderiam fazer mal a Davi?

De repente, o tamborilar de seus dedos na mesa tomou conta da sala de reuniões, pois todos os presentes pareciam ter se calado irritados com aquele tique nervoso. Foi apenas aí que Roberto se deu conta de que chamara tanto a atenção dos ali presentes que interrompera o fluxo das discussões.

Olhou para o rosto das pessoas e pigarreou desconsertado...o que deveria dizer? Deveria mandar todos saírem a fim de que ele preparasse o seu discurso para aquela noite? Deveria pedir desculpas e fingir que finalmente havia focado no assunto ali tratado e dado sequência ao encontro ou deveria mais uma vez encerrar a reunião mais cedo, como fizera da última vez?

Uma funcionária entrou na sala  afobada e  veio falar algo no ouvido da secretária de Roberto. A pobre moça  pareceu perder a cor  ao saber da informação que teria que repassar ao patrão que já notara que parecia nervoso naquele dia.

_Senhor Roberto, desculpe-me incomodá-lo, mas é urgente!

Roberto a olhou impaciente:

_Se é urgente, então fale logo!

A moça teve que respirar fundo antes de continuar agoniada:

_É o  senhor Richard Stuart!

Ele definitivamente não estava com cabeça para falar com ninguém, nem com o famoso empresário do ramo de bebidas que era conhecido mundialmente. Queria tentar relaxar para garantir que estaria bem na hora em que fosse ao centro de dona Mariana. Se os dois irmãos se manifestassem, não seria por negligência dele.

_Diga pra ele ligar mais tarde._falou visivelmente aborrecido.

A secretária olhou para o patrão aflita:

_Ele não está no telefone, senhor Roberto! Ele está aqui!

Roberto olhou pra ela confuso:

_Aqui? Você quer dizer aqui no Brasil?

NINGUÉM FOGE DO PRÓPRIO DESTINO!-Armando Scoth Lee-romance espírita gayWhere stories live. Discover now