Capítulo VII

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Mina

Estava tudo escuro e meu corpo todo doía. Escutava alguns burburinhos a minha volta, mas pareciam tão distantes que não conseguia reconhecer ou distinguir o que se era falado. Sentia algumas mãos em meu corpo e uma sensação fria, como se tivessem o enfaixando. Não conseguia raciocinar direito, a dor era imensurável, parecia que minha cabeça havia sido esmagada.

- Mina? Você tá' me ouvindo? – era a voz de Orga, sentia que ele estava perto mesmo parecendo que a voz vinha de longe. – Você vai ficar bem, estamos cuidando de você. Mas precisamos que você acorde.

Eu estava tentando, mas minhas pálpebras nem tremiam, parecia que estavam coladas. Tentei mexer alguma parte do meu corpo, mas só consegui levantar um dedo, que passou despercebido por todos.

- Podemos levá-la para aquela amiga do velhote, Porlyusica-san – disse quem eu acredito ser Bickslow. Então deixei de escutar de novo, como se tivesse apagado novamente.

******

Abri os olhos, mas logo os fechei novamente devido a claridade do local. Minha mão estava sendo segurada por outra pessoa, que descobri ser Orga assim que abri os olhos novamente. Logo ele notou que eu havia acordado.

- Como você está se sentindo?

- Muita dor de cabeça e no corpo, mas estou bem, viva. – Respondi ao meu amigo.

- Você teve muita sorte, jovem. – disse a curandeira, que só agora percebi que estava conosco – Se eles estivessem levado um pouco mais de tempo para lhe trazer aqui, seu caso seria grave.

- Obrigada, senhora. Por ter cuidado de mim.

Ela não respondeu, apenas saiu do pequeno cômodo, ao mesmo tempo em que meus amigos entravam. Após garantir a eles que estava bem, perguntei a Freed sobre o livro.

- Chegou direitinho em minhas mãos, sabia que isso havia sido obra sua. – respondeu o mago de cabelos verdes – Já entregamos ao Conselho e eles nos recompensaram pelo trabalho.

- Que bom. – Respondi sentindo um certo alívio. Fiquei com medo de Shin ter pegado ele antes que chegasse nas mãos de Freed.

- Sua idiota, o combinado não era não lutar? – disse Orga depois de um tempo em silêncio, como se só tivesse lembrado desse fato agora. – Você quase morreu. O que diabos aconteceu lá dentro?

- Desculpa, não era minha intenção, mas quando encontrei ele não sabia o que fazer. Senti muito medo. – Já conseguia sentir as emoções tomando conta de mim. Mas sabia que teria que explicar tudo aos meus amigos, incluindo os magos da Fairy Tail.

- Ele quem? – perguntou meu melhor amigo. Adiei por tempo demais essa conversa, nenhum deles sabe sobre o meu passado, e já passou da hora de contar a verdade para eles.

- Nunca contei para vocês de onde eu vim. Quando eu tinha por volta de 12 anos, minha cidade natal foi invadida por uma guilda das trevas, todos éramos obrigados a trabalhar para eles, inclusive eu e meus pais. Eu já sabia usar magia, visto que minha mãe era uma maga de Solid Script e me ensinou tudo que sabia. Por meio de livros aprendi a magia de criação da luz, que é a que uso até hoje. Utilizava da magia para cumprir missões pra OuroSnake, a guilda que estava comandando a cidade. Todos da minha cidade foram convertidos ao mal, para poder viver. – Nesse momento as lágrimas começaram a se formar em meus olhos, lembrar da minha família e de tudo que passamos ainda era muito doloroso, mas respirei fundo e segui contando:

- Quando meus pais faleceram numa missão, alguns anos depois, eu fui selecionada a participar de um grupo de jovens magos que a guilda organizava para ser os comandantes, assim digamos, que iriam invadir outras cidades no futuro. Foi nesse grupo que eu conheci Shin, ficamos amigos muito rápido e depois de um tempo o sentimento cresceu para algo mais e começamos a namorar. Eu nunca me senti parte daquela guilda, não achava certo o que faziam e sempre quis sair de lá, mas sempre que alguém tentava era morto pelos guardas. Éramos obrigados a fazer coisas horrendas, eu já não aguentava mais, então comecei a treinar muito para poder fugir. Tentei levar Shin comigo, mas as trevas já haviam dominado seu coração, então parti sozinha. Foi quando te encontrei na estação – olhei para Orga – quando vi que ainda existiam magos bons, que nem meus pais. Foi quando decidi entrar na Sabertooth. – Nesse momento as lágrimas já haviam tomado conta de mim, estava sendo difícil de falar, porém segui:

- Isso foi há mais de um ano já e eu nunca mais havia encontrado com ninguém da guilda, até encontrar Shin hoje. Fiquei com medo, com medo de ter que retornar para aquele lugar, com medo de ser levada de novo. Por isso resolvei lutar. Desculpa gente, minha intenção nunca foi prejudicar a missão.

- Mina, por que você não nos contou isso antes? – perguntou Orga.

- Fiquei com medo de não ser aceita na guilda. Eu juro que nunca concordei com nenhum ideal propagado pela OuroSnake, só seguia lá para pode sobreviver.

- Nós acreditamos em você, milady. Você nunca seria rejeitada por nós, seu coração é puro. – respondeu Rufus.

- E nós não vamos deixar eles roubarem a ruiva mais linda da Saber! – complementou Orga.

- Obrigada, meninos. Muito obrigada por tudo que vocês fazem por mim.

- Agora você também tem o apoio da Fairy Tail – disse Evergreen chamando minha atenção – Já tivemos muitas missões relacionadas a OuroSnake, estaremos ao seu lado para destruir eles! Além do mais, mexeram com uma amiga nossa. – e deu uma piscadinha para mim. O time Raijiinshuu concordou com a fada.

- Muito obrigada gente, de coração.

Então eles me explicaram que um pouco antes do prédio desabar, Freed havia desfeito as runas, porém ficou ao lado de fora com o livro, para garantir que não iria o perder. Também descobri que quem me resgatou debaixo das pedras foi Laxus, que sentiu meu cheiro (um pouco estranho, porém sei que isso é coisa de dragon slayer).

Logo a curandeira entrou na sala expulsando todos, falando que eu precisava descansar para melhorar logo porque ela não aguentava mais sua casa estar cheia de humanos. Porém uma pessoa permaneceu na sala, a mulher de cabelos rosados apenas lhe deu um olhar feio e disse que não demorasse muito, então nos deixou sozinhos.

- Desculpa – começou ele.

- O quê? Eu que tenho que lhe agradecer por ter me resgatado debaixo das pedras, se você não tivesse...

- Se eu tivesse sentido a presença dele ali, você não estaria nessa situação. – disse o mago dos raios. Fiquei confusa, Laxus estava se sentindo culpado?

- Não é sua culpa, as runas devem ter impedido com que você pudesse sentir ele ali, eu só senti a energia mágica quando cheguei perto. Só tenho que lhe agradecer Laxus. Obrigada por ter me salvado, acho que fico lhe devendo uma.

- Espero que possamos fazer mais missões juntos, então, para que possa pagar o que deve algum dia – dei uma leve risada com o comentário do mago.

- É claro, seria um prazer. – Então ele deu um leve aceno com a cabeça e se retirou do quarto, me deixando sozinha em pensamentos.

Realmente, espero que um dia possa rever os magos da Fairy Tail, o pouco tempo que passamos juntos foi divertido e um certo loiro fez com que meu coração acelerasse um pouco. 


##Notinhas##

Oii gente, mais um capítulo. Curtam e comentem se estiverem gostando, me ajuda muito a seguir postando. Se tiverem críticas podem mandar também, para que eu possa melhorar. 

Talvez demore a postar o próximo, visto que estou com alguns compromissos da faculdade. Me contem, de onde vocês estão lendo isso? Eu sou do RS :)

Beijinhos 

Destiny - Laxus DreyarWhere stories live. Discover now