— Jimin viveu muitos anos sem mãe ou pai, só quando tinha uns sete a oito anos que encontrou a tia Mina.

— Puxa. — Jaemin parece verdadeiramente chateado, ele até me abraça de lado enquanto completa. — Que bom que agora tem a vovó Mina, né? Ela é muito legal, que nem o meu papai.

— É. — eu concordo com um sorriso levemente divertido nos lábios. — Somos bem parecidos nesse quesito, eu não tive a minha mãe e o meu pai mas eu tive uma pessoa que me amou muito, você também não teve uma mãe mas agora tem um pai que te ama e cuida muito bem de você, certo?

— Aham, e a vovó também. — ele conclui feliz, e só de ouvimos o "vovó", mais uma vez, trocamos de olhares.

É melhor deixar o Jungkook anunciar essa parte.

— Olha, pirralho. — meu namorado começa, calmo, mas consigo perceber a agitação no seu corpo. — Temos uma coisa para te falar sobre a sua vovó. — ele para por um momento, como se esperasse por alguma coisa para poder continuar, quando ele percebe o olhar curioso de Jae em cima de si é que continua, mais tenso ainda. — A sua vó nunca, mas nunca mesmo deixará de amar a gente. Eu acredito que onde quer que ela esteja, vai ser incondicional tudo o que sente pela gente e, acredite, é o sentimento mais belo e puro desse mundo, tanto quanto o seu.

— Co-como... Como assim, papai? — Jaemin não é burro, nunca foi. Sempre foi ingênuo e bondoso, mas isso não significa que ele não entenda a situação em sua volta. Aliás, ele conviveu os anos iniciais de sua vida com um pai que não o olhava direito, se é uma coisa que ele entende é sobre "problemas de adulto", infelizmente.

E, com os olhos carregado com lágrimas e a visão sendo dívida entre mim e Jae, sua respiração falha quando ele tentar segurar o choro indesejável e fala com a voz fraca e sem vida:

— Sua vó tá indo embora, meu anjo.

Depois da mudança de Jungkook, nunca mais imaginei que Jaemin voltaria a carregar todo o peso que eu presenciei quando cheguei a casa dos Jeon's, mas aconteceu.

Ele ficou pálido primeiro, olhou para a paisagem a sua frente em segundo e, depois, para mim: — Não é verdade, é?

— Eu queria muito dizer que não... Mas é, Jaemin. — é o que respondo, percebendo as lágrimas fortes do meu namorado já se arrastarem pelas suas bochechas enquanto Jaemin só agora da início ao seu choro desesperado, ele até soluça e isso machuca tanto.

É difícil vê-los assim, eu só queria colocá-los em alguns potes e protegê-los. Depois de tudo que passaram, seria tão bom eles seguirem a vida calma e pacífica, tanto eles quanto a tia não merecem essa despedida, justo agora que tudo parecia está se encaminhando para o seu "felizes para sempre".

Jungkook imediatamente tenta se aliviar ao perceber o estado crítico de seu filho, o abraça bem apertado enquanto começa a balançar o corpo e dá vários beijos em sua testa, eu até ouso em entrar nesse carinho fraterno para que Jae sinta ainda mais proteção.

— Calma, Jaemin. Você não vai ficar sozinho, filho. — Jungkook fala, mesmo com os soluços imparáveis do mais novo entre nós.

— Mas a vovó não vai está mais aqui, papai. — ele funga, limpando o nariz com a manga do casaco já que está bem frio. — Eu quero ela também, papai. Ela tem que ser feliz com a gente, somos uma família.

— Não é como se a gente conseguisse controlar, Jae. Se estivesse no meu alcance, morreriamos todos juntos e bem velhinhos. — isso não encerra o choro do pequeno, ao contrário, só aumenta ao ponto dele tentar se segurar para não deixar gritos escaparem de seus lábios. Dá para sentir sua dor de longe. — Isso não irá desfazer nossa família, Jaemin. Sua vó continuará com a gente em forma de lembrança, uma lembrança bonita. E eu estarei com você, assim como o Jimin. Nós três ainda daremos muito orgulho a ela, ok?

Cicatrizes - Pjm + JjkWhere stories live. Discover now