— Certo. — ele responde após um suspiro longo, balançando nossas mãos unidas para cima e para baixo. — Eu vou conseguir, vou ajudar o meu filho.

— E nunca estará sozinho, eu e a minha mãe estaremos com vocês, ok? — novamente ele assente com a cabeça, parece martelar isso em sua cabeça como se fosse um mantra.

— Ainda bem que tenho você, Jimin.

Eu não consigo deixar meu sorriso de lado ao ouvir sua declaração, mesmo tão baixa eu sei que é tão sincera, me dói vê meu anjinho dessa forma mas eu não tenho muito o que fazer, só ajudá-lo no que posso mesmo.

É tão ruim ter esse sentimento de impotência, sabe? Não tenho o poder de fazer a dor passar, assim como toda a aflição. É algo normal de acontecer, querendo ou não é o ciclo da vida. Mas eu acredito que, mesmo que seja algo natural de todos os seres vivos, nunca estaremos pronto. Desde a morte de um animalzinho de estimação até um ente querido, a dor sempre será grande e o tempo só conseguirá diminui-la se a gente permitir.

Jungkook não deixou suas feridas cicatrizarem, agora que começou a permitir surgiu uma nova, mas acho que essa ele está conseguindo cuidar bem, até porque ele entendeu que o seu filho não tem culpa de nenhum sentimento negativo dele, ou melhor, entendeu que ele não tem que sofrer os efeitos que a negatividade traz para a sua vida. E esse é pior, pois o machucado também será feito em Jaemin.

Ambos feridos, mas ambos se cuidando. Eu sei disso, pois sempre foi assim. Eles só demoraram de mais para perceber.

Jaemin sempre teve medo das reações do pai, mas nunca o deixou de lado totalmente se não, não teria permitido a aproximação. Ele só deixou o pai ficar bem sozinho, teve muita paciência e aqui está o resultado. Eu nunca irei deixar de sentir orgulho deles ao pensar nisso.

Quando chegamos no local onde marcamos, Jaemin fica maravilhado quando os olhos vibram diretamente para a paisagem tão bela que eu e Jeon conhecemos tão bem, ele falta pular de tanta empolgação enquanto olha para mim e para o seu pai.

É, meu coração acabou de doer um pouquinho mais.

— Vem cá, Jaemin. — Jungkook o chama, cuidadoso. Ele tira a mochila que estava carregando até então em suas costas, a abre e pega uma toalha para forrar o chão, já que não queria que houvesse risco do filho ficar se coçando por conta de areia ou insetos pequenos.

Jaemin se sentou em perninha de índio, entre mim e Jungkook enquanto continuava observando a cidade aqui de cima. Os olhos estavam cheio de luz e não é por causa dos poucos raios de sol que persistem enquanto dá espaço a noite.

— É muito lindo, papai! — Jaemin verbaliza algo que já dava para perceber de longe.

— Quem mostrou esse lugar para o seu pai foi eu, sabia? — eu começo, já que percebo que só o sorriso do Jungkook conseguiu aparecer no meio de toda essa tensão. — Tinha a sua idade quando encontrei aqui, era um lugar que eu vinha quando ficava com medo de ficar sozinho.

— Sozinho? Por que, Jimin hyung? — Jae me pergunta, só então me toco que literalmente só Jungkook e sua mãe sabem que sou adotado, nem mesmo o pequeno teve essa noção.

Eu e meu namorado trocamos olhares rapidamente, nossa conversa consistiu apenas em um lábio torto vindo de sua parte e um assento com a cabeça vindo da minha, foi o suficiente para o Jungkook saber que eu o autorizei a vasculhar algo que tanto dói até hoje. Não porque o orfanato ou a minha mãe foi ruim, e sim porque eu descobri a origem que me levou até lá.

Cicatrizes - Pjm + Jjkحيث تعيش القصص. اكتشف الآن