Chegamos em uma praia diferente a que eu fui com os meninos, era mais cheia e com as ondas mais calmas, o que explicava o por que tinha várias famílias com crianças pequenas.
- Vamos sentar aqui? - perguntou Samuel apontando um espaço de areia um pouco longe das pessoas.
- Claro.
- Então, me diz sobre você. - disse enquanto abria o lençol na areia.
- Não tem muito o que dizer sobre mim. - ri. - Moro com minha mãe, meu padrasto e a filha dele, meu pai mora fora, ainda estudo e não sei ainda o que quero fazer quando me formar .
- Ok, parece que você já tinha essa resposta pronta - ele sorriu
- Normalmente é o que eu respondo quando me perguntam. - me deitei de bruços ainda de shorts.
- Bom, eu não quero saber o que você diz pra todos, me fala mais sobre você. - ele deitou do meu lado e olhou para mim - qual sua cor preferida? A comida que mais gosta? A música do momento? O teu lugar de paz ? ...
Eu esbocei um sorriso e respondi as perguntas.
- Minha cor preferida é amarelo, a comida que eu mais gosto é o Strogonoff da Lúcia, no momento estou escutando bastante The Wisp Sings. - respondi e pensei na próxima pergunta. - meu lugar de paz ? Não sei, o som do mar me faz relaxar e esquecer dos problemas.
- Então está tentando esquecer os problemas ? - ele perguntou olhando no meu olho.
- Quem não está ? - disse forçando um sorriso de canto.
- Isso é verdade. - ele riu tentando me fazer melhor. - bom, estamos na praia, e o que melhor do que um mergulho pra lavar a alma? - ele levantou e estendeu a mão.
Aceitei e me levantei logo após, nós desviamos das tendas e barracas até chegar ao mar. Sabe aquela conexão com alguém que você nunca viu ? Sei que fui imprudente da minha parte ter convidado um estranho pra vir aqui comigo, mas por aquele tempo eu realmente tinha esquecido tudo.
Nadamos, rimos, conversamos e quando vimos o sol já estava se pondo, majestoso e belo.- É lindo, não é? - Samuel falou sentado do meu lado vendo o por do sol.
- É sim. - respondi encantada olhando a vista.
A maioria das pessoas já tinham saído da praia, sobrando só o som do mar.
Alguns minutos depois o sol já tinha ido e também estava na nossa hora de ir, levantamos, arrumamos as coisas e caminhamos até o carro.- Coloca onde esse lençol? - perguntou Samuel com o lençol e o guarda sol nos braços.
- Aqui. - abri o porta malas e o ajudei a guardar depois de colocar a caixa térmica no lugar.
Entramos no carro e eu coloquei uma música pra tocar.
- Onde você mora ? - perguntei- sabe a rua do restaurante? Pode me deixar lá, minha moto tá lá - ele riu.
- Você tem uma moto? - perguntei
- Sim, uma harley 600.
- Que legal. - disse sorrindo.
- É sim, meu pai deixou pra mim antes de falecer. Vamos dar uma volta depois.
- Nossa, meus sentimentos.
- Tudo bem, já faz bastante tempo, relaxa. - disse para tentar me confortar. - mas e a volta de moto?
- Aaa sim, pode ser.
- quando você quiser, pode me chamar, já sabe onde trabalho e onde vou trabalhar.
- Ok.
Chegamos na frente do restaurante e eu estacionei e Samuel saiu e parou na frente da janela com os braços apoiados.
- Foi muito bom te conhecer, obrigada por me tirar da rotina.
- Eu também gostei bastante, desculpa ser repentina e estranha. - ri e senti meu rosto ficar vermelho.
- Relaxa. - ele sorriu de volta. - até a próxima.
- Até.
Ele se distanciou do carro, atravessou a rua e montou sua moto, depois tirou um capacetinho tipo harley davidson da mochila e deu a partida, observei ele indo embora e logo em seguida fui para casa.
O dia tinha sindo ótimo, tinha até esquecido do Nicol...
- Nicolas? O que tá fazendo aqui na porta ? - perguntei assim que parei na frente de casa e vi meu vizinho no degrau com a cabeça sobre os joelhos.
- Você chegou. - disse com um tom de alívio. - estava preocupado com você, fiquei te esperando.
- Me esperando? Desde que horas ?
- Desde que saiu.
- Não saiu daqui desde que eu saí ??!
- Não sai.
- Que merda, Nicolas, vai pra casa. - falei dando espaço pra ele passar e articulando pra casa ao lado.
- Me desculpa, Cami - disse com o olho enchendo d'água. - Por favor, eu te dou o tempo que for preciso para poder pensar, mas diz que me perdoa.
- Nicolas, podemos conversar sobre isso amanhã? Não quero acabar meu dia assim.
- Tudo bem, podemos conversar amanhã.
Meu vizinho deu um passo para frente e caiu sobre mim.
- Nicolas ? - disse desesperada tentando segurar o seu peso. - Nicolas, me responde, por favor. - nada, ele tinha desmaiado nos meus braços. - O que eu faço? Chamar uma ambulância vai demorar. - pensei alto e resolvi levá-lo ao hospital eu mesma.
Pedi ajuda ao um vizinho próximo para colocá-lo no carro e corri para o hospital que era uns 7 minutos de casa, e nada dele acordar.
Estacionei o carro na frente do hospital e chamei ajuda, dois enfermeiros vieram correndo com uma maca e tiraram ele do carro. Entramos no hospital e enquanto colocavam ele em um quarto eu ligava pra mãe dele e respondia algumas perguntas.
No final de tudo, foi tudo causado por uma desidratação.Esperei na frente do quarto esperando o médico.
- Ele está no soro, você pode entrar.
Agradeci e entrei no quarto e vi Nick deitado, pálido e com o soro no braço, aquilo fez meus olhos embaçar. Caminhei mais perto e me sentei em uma cadeira ao lado, fiquei ali, olhando para ele, sentindo as lágrimas escorrerem.
Quando fui ver eu estava com a cabeça escorada na cama e com a mão dada a de Nicolas. Me levantei e olhei para ver se ele estava bem, qual estava com sua cor de volta e com um sorriso pequeno no canto dos lábios .- Pensei que não ia acordar mais. - sua voz saiu rouca.
Mais lágrimas caíram.
- Eii, por que está chorando?
- Você está bem. - disse no meio dos soluços.
- Agora eu estou. - falou e sorriu para mim. - Vem cá.
Nick estendeu o braço me convidando pra deitar contigo.
Não hesitei e subi com cuidado por causa dos aparelhos, me aconcheguei do seu lado e ele começou a me fazer carinho com o seu braço onde estava o acesso com o soro.
Fiquei ali e nem vi quando peguei no sono...
ВИ ЧИТАЄТЕ
Meu Novo Vizinho
Підліткова літератураCamille é uma adolescente inteligente, focada, divertida e que tem um grande amor por música, de todos os gêneros possíveis. Era um ano novo e com isso vem novas oportunidades, amizades e quem sabe um novo vizinho... É meu primeiro livro então perd...