Caso

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Parecia tudo igual na minha casa... Meu pai trabalhando, eu sozinha com os empregados sem poder sair. Seguranças na entrada da casa, câmeras por todos os lado. Eu me sentia segura, mais não feliz.

Eu estava deitada no sofá, olhando pro colar da minha mãe que estava no meu pescoço. A noite tinha sido longa, eu não consegui dormir direito... Acordei bem cedo, e mesmo assim meu pai já tinha ido trabalhar. Havia três mensagens do Rafael no meu celular, todas perguntando se eu estava bem, se eu tinha chegado bem... Eu não queria responder. Falar com ele seria só um gatilho pra mim conversar todos os dias... Eu não ia conseguir ter uma amizade com ele, por conta de todos os sentimentos que eu sentia. Era difícil explicar, mais doía o fato de só ser amiga dele...
Mandei mensagem pro meu primo, disse a ele que eu tinha chegado bem e pedi pra ele avisar a meu tio. Não falei nada do Rafael, e Bryan também não entrou no assunto... Mais eu ia saber que ele ia perguntar, e Bryan ia responder.

Lembrei que eu tinha voltado pra casa pra ajudar meu pai em algo na investigação. O investigador que estava no caso, ia vim conversar comigo a noite, ele tinha muitas perguntas pra mim e eu mais ainda pra ele.

Levantei do sofá e resolvi ir até o antigo quarto dos meus pais... Eu nunca ia lá desde o ocorrido. Meu pai também não... Ele havia trocado de quarto desde que minha mãe se foi.

O antigo quarto deles era no andar de cima, era um corredor depois do meu.
Coloquei a mão no trinco da porta, mais estava trancada... Quem havia fechado?

Desci as escadas e procurei Eliza, mais não encontrei.

- Oi Hannah, que bom te vê de volta. - Falou um dos seguranças quando passei pela garagem.

- Oi Willian... É bom te vê também, você viu a Eliza? - Perguntei.

Willian era um dos seguranças mais antigo da família, ele está a conosco antes dessa confusão toda acontecer.

- Acho que ela foi ao mercado, já faz um tempo. Deve está voltando.

- Tá certo, obrigada.

Eliza demorou séculos pra voltar, mais assim que chegou me entregou a chave do quarto.

- Seu pai pediu pra que deixasse fechada. - Respondeu ela enquanto me entregava. - Ele entrou lá umas duas vezes depois que você viajou, e em seguida deixou fechado. Quer que eu vá com você?

- Não... Quero fazer isso sozinha. Depois te entrego a chave de novo.

- Está bem. - Respondeu ela.

Subi até o quarto, abri a porta e entrei... Estava tudo do mesmo jeito de sempre.
Fui até o closed que era da minha mãe, todas as roupas dela ainda estava no lugar... Quase um ano que ela se foi, e meu pai não teve coragem de mexer em nada ali. Nós não podíamos guardar tudo aquilo pra sempre.

Abri algumas gavetas atrás de algo, alguma prova ou sei lá... Qualquer coisa que pudesse ajudar. Eu já sabia que meu pai tinha feito aquilo, mais eu queria procurar por algo.

Revirei todas as gavetas, mais só havia roupas, sapatos, joias... Será que minha mãe escondia algo ou não?

Saí de lá sem nada... Tranquei a porta e desci as escadas pra entregar a chave a Eliza.

- Hannah, os policiais por dentro do caso estão chegando pra falar com você. Seu pai acabou de ligar, pra gente recebê-los. - Falou Eliza enquanto eu descia.

- Polícias? Meu pai disse que era só um detetive.

- Só tô te passando o que ele me disse.

Estiquei o braço enquanto entregava a chave a ela.

- O que acha que aconteceu naquele dia? - Perguntei enquanto me sentava no sofá.

- Está falando sobre...

- Sim... Você desconfia de algo?

- Não... - Respondeu ela se sentando a minha frente. - Não faço ideia, de verdade.

- Não faz sentindo Eliza... É como se eles não tivessem deixado pistas. Como vamos descobrir quem fez isso?

- Eu não sei meu bem.. Mais temos que acreditar que irão encontrar quem fez isso!

Eu não queria perder as esperanças, eu não queira que meu pai perdesse também. Nós tínhamos que vingar a morte da minha mãe, precisávamos encontrar quem fez aquilo e fazer com que pagasse por tudo.

Demorou cerca de uma hora até os policiais chegarem... Só eram três. Dois homens e uma mulher.
Os três trabalhavam na polícia no setor de investigação dos casos. A mulher eu já conhecia, e um dos homens também... Eles eram os mesmo que me fizeram as perguntas no dia do assassinato.

- Seremos breve Hannah, sabemos que é um assunto delicado. - Falou Sarah enquanto se sentava a minha frente. Ficamos os quatro na sala principal. Pedi que Eliza ficasse ao meu lado até o final.

- Pra começarmos, precisamos que você nos conte como foi a viagem... - Falou um dos investigadores.

Contei tudo pra eles, cada detalhe que aconteceu. Sobre eu sentir que estavam me seguindo, sobre a batida do carro, sobre o parque em uma das noites. Contei tudo, do início ao fim... Aquelas informações deviam ajudar em algo. Precisava ser útil.

Sarah anotava algumas coisas em um caderno pequeno, os outros dois policiais só conversavam comigo.
Depois que fizeram todas as perguntas, depois que contei tudo. Chegou a minha hora de perguntar.

- Meu pai disse que vocês não descobriam nada.

- Infelizmente não... Isso tá sendo mais difícil do que imaginávamos. - Falou um dos políciais.

- O que vai fazer com essas informações que dei?

- Estamos tentando juntar as peças do quebra cabeça Hannah, até o momento não temos uma resposta pra tudo. - Falou Sarah enquanto se levantava.

- Mais esse é o trabalho de vocês... Digo, quase um ano e não conseguiram nada?

- Hannah... - Falou Eliza colocando a mão sobre a minha, ela viu que eu estava ficando alterada.

- Assim que descobrimos algo, entraremos em contato depressa.

- Mais parece que vocês não estão se esforçando pra isso... Só vão agir quando eles me matarem? Quando eu não tiver mais aqui?

- Nós entendemos seu lado... - Falou um dos polícias que eu ainda não conhecia, ele era mais novo do que os outros. - Mais não eles foram mais espertos do que qualquer pessoa, até mesmo dos policiais.

- O que quer dizer? - Perguntou Eliza.

- Ele quer dizer, que fizeram tudo planejado. Não encontramos prova alguma de onde eles passaram. - Respondeu Sarah.

Me levantei do sofá e saí da sala. Aquilo já era demais pra mim... Nada estava andando, nada se resolvia.
Eu precisava pensar em um plano... Seria arriscado o que eu estava em mente, mais podia dá certo, muito certo!

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