Suspeita

53 9 0
                                    

- Eu quero voltar pai... Não quero te deixar sozinho aí, eu tô tão preocupada com tudo. Ninguém resolve nada, porque ainda não descobriram algo?

- Eu não quero que você volte agora Hannah. Aqui tá tudo uma bagunça, os polícias pediram permissão pra olhar as coisas da sua mãe, e eu não sei se deixo ou não.

- Mais pai... Tem que deixar, como vão descobrir algo? Por isso quero voltar. Eu quero ajudar nisso.

- Não quero me preocupar com sua segurança filha, aí você está segura... - Ele respirou fundo antes de continuar, parecia cansado. - Tenho que voltar agora, falo com você depois tá bom?

- Certo. - Falei enquanto desligava. Meu pai era tão teimoso... Ele não queria que eu voltasse agora, mais eu não ia ficar aqui parada .

Saí do quarto e desci as escadas, naquele dia Luara estava preparando uma torta pro lanche da tarde.
Não falei com ela, fui direto pra sala e abri a porta. Eu precisava dar uma volta.

Eu não queria ir a praia, então resolvi passar na sorveteira do seu Geraldo. Ele era um homem legal, e tinha me contado que sabia várias histórias sobre meu pai e meu tio, talvez seria bom conversar um pouco com ele e me distrair.

Antes de chegar lá, percebi um carro atrás de mim... Ele andava devagar, quase parando. E era um carro preto, parecia com o carro que eu tinha visto na noite que estava na varanda com o Rafael.
Talvez fosse impressão minha, mais algo dizia que não. Resolvi andar mais devagar, desacelerar. E o carro ficou um tempo parado, eu não quis olhar pra trás então continuei andando. Se eu corresse, poderia ser pior!

Assim que entrei na sorveteira, fechei a porta de vidro e fiquei olhando pro lado de fora, o carro tinha estacionado do outro lado da rua, quase em frente de onde eu estava. Eles me descobriram...

- Oi mocinha! - Falou seu Geraldo do outro lado do balcão. - Achei que não voltaria mais.

- Ah, oi. - Falei sorrindo.

- O que vai querer hoje?

- Um sorvete de morango no casquito.

- É pra já! - Falou ele enquanto ia pegar o sorvete.

Resolvi ligar pro meu tio, eu não ia sair dali sozinha.

- Oi Hannah?

- Tio... - Falei um pouco baixo indo até a janela. - Acho que estão me seguindo... É um carro preto, eu tenho certeza que estão atrás de mim.

- Onde você está?

- Na sorveteria.

- Tô indo pra ir!

Desliguei o celular, e continuei olhando pela janela. O carro ainda estava lá... E o pior, todos os vidros eram pretos e não dava pra vê quem estava dentro. Isso só me assustava ainda mais.

- Aqui está! - Falou seu Geraldo enquanto me entregava o sorvete.

- Obrigada.

- Você está bem? Parece assustada. - Perguntou ele enquanto me entregava o guardanapo.

- Estou bem sim... - Menti. - E o sr?

- Ah, eu estou ótimo. Na medida do possível... Você sabe, que quando chega uma certa idade aparece dores em todos os cantos. - Falou ele rindo.

Me sentei em um dos bancos alto do balcão, eu só precisava comer o sorvete e torcer pra que meu tio chegasse logo.

Enquanto seu Geraldo conversava comigo, alguém entrou. Me virei de pressa pra vê se era meu tio, mais não era...
Era um homem comum.

FUGA Where stories live. Discover now