05. Finding Eddie

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Steve não sabia o que era pior: a dor de perder o seu carro ou a que sentia em suas costas após passar a noite no sofá da casa da Max.

Como o jovem crescido em família rica que era, nunca passou por experiências como dormir em um sofá. No máximo, um saco de dormir quando foi acampar com os escoteiros quando era criança. De todo jeito, estava bastante habituado a sua confortável cama, seus macios travesseiros e os quentes cobertores surpreendentemente caros. 

Mas então, seu precioso carro, que ganhou de presente de aniversário do seu pai depois que tirou a carteira de motorista, foi roubado pelo vizinho maluco da sua amiga, a quem ele estava humildemente fazendo companhia. Vizinho esse que ele conhecia desde o fundamental, embora não fossem tão próximos, e que parecia muito desesperado. E no fim, ele acabou preso em Forest Hill porque era tarde demais para ele ir andando pegar um táxi para sua casa.

Também não ligou para a polícia. Nem ele próprio sabia o porquê, apenas achou que seria melhor resolver isso no dia seguinte. Talvez, com sorte, Eddie retornasse de manhã para devolver o veículo.

Muita ilusão, mas uma esperança.

Max pegou travesseiros e cobertores para ele, e eles terminaram de ver o filme na televisão antes que ela fosse para a cama. Steve demorou um pouco para dormir, pensativo demais sobre o porquê de Eddie levar seu carro e parecer tão assustado. 

Aconteceu tudo tão rápido que sequer percebeu se Chrissy estaria ali ou não. Talvez estivesse no banco traseiro, e ele não viu.

Ela poderia estar passando muito mal e Eddie quis levá-la a um hospital o mais rápido possível?.

Não, talvez ele teria dito se fosse o caso.

Steve não sabia o que pensar. Já era estranho o bastante para ele imaginar Chrissy Cunningham com Eddie Munson. 

Ele mal pareceu fechar os olhos quando acordou já na manhã seguinte com o barulho de sirenes.

Levou alguns instantes para sua mente raciocinar que ainda estava na casa de Max, estirado sobre o sofá. Quando sentou-se, logo sentiu uma dor abater suas costas e suas mãos se guiaram para sua coluna. A expressão de dor e desconforto era nítida em seu rosto e fez Max rir pela primeira vez naquela semana.

— Bom dia, Vovô Harrington — brincou ela. — Ainda consegue levantar ou vai precisar de um guincho?

— Bom dia para você também, pirralha — ele disse.

Max estava sentada à mesa, comendo uma torrada ainda vestida em seu pijama, um enorme suéter azul que lhe caía como um vestido. Haviam duas garrafas de cerveja vazias sobre a mesa, além de duas xícaras de chocolate quente e mais torradas. 

— Sua mãe já chegou?

— Acabou de sair do banho.

— E de beber sua cerveja matinal, pelo visto — Steve completou e se levantou, estralando a coluna. — Ela não se importou de eu dormir aqui, não é?

— Minha mãe não tem se importado com nada ultimamente — respondeu, dando de ombros. — Fiz seu café da manhã.

— Obrigado.

Steve pegou a xícara cheia e uma torrada, dando um gole e uma grande mordida, ainda de pé. Max se levantou com sua torrada na mão e foi até a janela, abrindo a cortina para bisbilhotar a rua.

Harrington juntou-se a ela, franzindo o cenho intrigado ao ver carros de polícia em frente ao trailer dos Munson e um policial conversar com Wayne, tio do Eddie. Supôs a possibilidade de que estivesse preocupado por não encontrar o sobrinho em casa, mas logo descartou, pois todos aqueles carros pareciam exagero para um suposto sumiço de um garoto de 19 anos em poucas horas.

Upside Down Love | SteddieOnde as histórias ganham vida. Descobre agora