━━━━━━ 𝐒𝐈𝐗

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Eu esperava de verdade que Elsa não sofresse consequências muito severas por ter feito Tsukiko receber o que merecia durante o almoço

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Eu esperava de verdade que Elsa não sofresse consequências muito severas por ter feito Tsukiko receber o que merecia durante o almoço. Nem mesmo sei como pessoas imbecis e tão machistas como ele conseguiram passar em uma escola tão boa quanto a U.A, mas não me resta muita escolha que não aceitar essa droga de fato. Apesar de saber que existiam formas menos agressivas e mais heróicas de lidar com a situação, achei que Elsa ainda foi boazinha demais com ele. Não acho que esse tipo de imbecil deva ser respeitado e também não da pra chamar de homem alguém que trata mulheres dessa forma tão baixa.

Mas não tive tempo para tentar descobrir o que seria de Elsa em relação ao que tinha acontecido, pois o intervalo acabou e as aulas de super herói começaram, me fazendo ficar um pouco agitada. Ainda mais quando Snipe sensei avisou que as aulas de hoje nós iríamos treinar combate. Ou seja, ele nos dividiu em duplas para que lutassemos um contra o outro, até mesmo para aprendermos a lidar com as individualidades diferentes de cada um, o que apenas me fez querer gemer de infelicidade e desaparecer. Não por eu ser fraca, pois se esse fosse o caso, eu jamais teria entrado para U.A. Mas sim porque eu sabia que, quando essa aula acabasse, eu ia passar o restante do dia tomando chá quente para fazer minha voz voltar ao normal.

Minha individualidade era a voz da seria, mas tava mais pra "como fuder a garganta em dois palitos". Nem mesmo sei onde achei que ser heroína e ao mesmo tempo cantora era uma ótima ideia já que um podia facilmente atrapalhar o outro se eu usasse excessivamente minha individualidade ou exagerasse em algum show. O que me fazia entrar em um tremendo beco sem saída.

-Amajiki e Suzuki, vocês vão ser a primeira dupla. Ganha quem conseguir imobilizar ou jogar para fora da area marcada o outro primeiro. - o sensei avisou, e mais uma vez naquele dia, apenas tive vontade de morrer. Acho que Tamaki sentiu a mesma coisa já que apoiou a testa contra a parede, não parecendo fazer muita questão de se mover para sair dali, o que apenas me fez mexer inquieta na jaqueta de couro azul do meu uniforme. Não era exatamente desconfortável para lutas já que tinha sido feito pensando no quanto eu era boa em combate corpo a corpo, e definitivamente minha maior inspiração para fazer meu uniforme tinha sido a Canário Negro das histórias em quadrinhos, já que minha individualidade lembrava aos poderes supersônicos dela. Um pouco diferente, mas com coisas bem similares.

Além da jaqueta azul escura, também usava um uniforme preto e meia arrastão, uma clara inspiração vinda da personagem que sempre foi minha favorita.

Lutar contra Tamaki ia ser desafiador levando em conta a individualidade dele. Eu nem mesmo sabia o que ele tinha comido no almoço, mesmo que estivéssemos juntos naquele momento. Eu estava prestando mais atenção em tudo o que estava rolando e tentando fazer Elsa se senrir acolhida para prestar atenção em Tamaki, e nem é como se ele quisesse que notassemos sua presença. De qualquer forma, não ia adiantar de nada; ele tinha poder o suficiente para evitar uma batalha corpo a corpo, meu maior ponto forte se minha individualidade resolvesse me deixar na mão.

Tirei do cinto do meu uniforme um frasco pequeno com xarope e nem mesmo pensei duas vezes antes de tomar, apenas rezando para que o efeito fosse bom o suficiente para que minha garganta não ficasse toda fodida.

Diante de Amajiki, percebi que ele parecia bem prestes de ter uma dor de barriga. Mas também sabia que não era inteligente subestimar as pessoas.

Tive ainda mais certeza disso quando Snipe sensei avisou que podíamos começar.

Fui a primeira a investir contra ele, correndo em sua direção para poder começar logo com aquela droga.

A distância entre nós diminuiu mais e mais, e Tamaki sequer se mexeu, parecendo perplexo demais ou desesperado demais para isso. Mas eu tinha entrado para U.A por um motivo, e não voltaria atrás agora.

Ergui a perna direita, preparada para atingir o rosto de Tamaki com um chute forte o suficiente para pelo menos o derrubar. Meus pais sempre haviam me ensinado que depender apenas da minha individualidade era burrice, motivo pelo qual treinei meu corpo durante anos para que ele fosse forte e eu conseguisse ser boa em artes marciais.

Mas meu pé se chocou contra uma superfície dura, me fazendo chiar e cambalear para trás, me dando conta que o que eu atingi não foi o rosto de Amajiki, mas sim uma armadura feita com a pele de caranguejo.

Se Tamaki queria passar despercebido por todos durante as outras aulas, era só chegar aqui que ele se destacava mais que qualquer um, mesmo que sem querer. A individualidade dele era de se invejar.

Tive tempo apenas de dar um grito antes que ele me atingisse com tentáculos de polvo. Sim, eu sei, era extremamente apelativo usar gritos supersônicos, mas foi o suficiente para deixar Tamaki ainda mais atordoado do que já estava.

E aí eu comecei a cantar.

Não sei como ninguém da minha turma tinha associado a normal Akiko Suzuki com a cantora incrível Siren. Talvez ninguém achasse que Siren fosse alguém tão patética quanto Akiko, e acho que era melhor que ficassem na ignorância mesma.

Quando eu usava a real faceta da minha individualidade, era o fim. A minha voz era, de fato, uma verdadeira perdição.

-Você vai desistir agora e me deixar ganhar. - cantei de um jeito suave, sabendo que Tamaki estava completamente sobre meu controle. Era difícil, pois para que funcionasse, eu precisava cantar os comando que eu queria e tinha que ser de forma melodiosa, e apenas podia controlar uma pessoa por vez. O grito supersônico era a única parte da minha individualidade que não precisava ser feita com muita cautela e concentração, ele era minha arma secreta não tão secreta assim. Já o canto da sereia...

Tamaki fez exatamente o que eu mandei e, assim que isso aconteceu, libertei meu comando sobre ele. Apenas para o ver apoiar a testa contra a parede de novo, parecendo querer morrer ou ir embora para casa, o que fez eu me sentir um pouco mal. Ele não era fraco; na verdade, se tivesse tido mais tempo, provavelmente ele teria descoberto uma forma de me vencer e tornar inútil minha individualidade, pois, mesmo que não quisesse que os outros reparassem, eu sabia que Tamaki era extremamente inteligente. Eu apenas não conseguia entender exatamente do porque ele querer tanto assim ficar na sombra dos outros, mas eu tampouco podia o julgar.

Quando as aulas finalmente acabaram, encontrei com Elsa a caminho da saída da escola. Ela parecia tranquila, o que me fez ter a certeza que de alguma forma tinha se livrado de tomar alguma consequência grave vinda do diretor, o que era ótimo.

-Ei! Tá indo pra casa agora? - perguntei quando me aproximei dela e Elsa apenas me olhou por um instante antes de assentir. Eu abri um meio sorriso para ela. -Você não conhece direito a cidade, né? Não seria uma ideia tão ruim assim a gente sair. Para, sabe, comemorar que você não foi expulsa no seu primeiro dia, uma grande vitória.

-Talvez. - ela disse, retribuindo de forma sincera o sorriso. E foi naquele momento que tive ainda mais certeza que Elsa seria a minha melhor amiga.

SKYFALL. . . BNHAWhere stories live. Discover now