━━━━━━ 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐄

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Uma lenda chamada Mc Naninha, uma vez disse: "Quando eu te pegar, vou pisar no teu pescoço" e isso é claro reflexo do que vou fazer com Nemuri quando a encontrar nessa porra de colégio

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Uma lenda chamada Mc Naninha, uma vez disse: "Quando eu te pegar, vou pisar no teu pescoço" e isso é claro reflexo do que vou fazer com Nemuri quando a encontrar nessa porra de colégio. Tudo começa quando ela simplesmente me abandona no meio de um corredor e a única que me disse foi que o diretor ia me falar tudo que precisava fazer, o que fez um desespero crescer no meu peito, já que posso até ser capaz de falar japonês como uma nativa, mas isso não significa que todos conseguem entender meu japonês, afinal a porra do sotaque nordestino não me ajuda em nada.

Para minha sorte, o diretor Nezu é um ratinho bem fofo e se esforçou o bastante para me entender, só que...

─ Sou Akiko, do primeiro ano, prazer em te conhecer.─ O brilho em seus olhos escuros deixam claro o quão decidida estava e eu fiquei um pouco tentada a pular da janela mais próxima. Sério, Deus tá querendo me castigar por alguma merda que não fiz, uma vez que apenas dormi desde que cheguei no Japão.

Aperto os lábios um contra o outro, minha atenção focada na mão estendida da garota, ela se manteve no ar e só posso pensar que isso é culpa do treinamento de herói. Namoral, maldito seja o imbecil que inventou os heróis.

─ Elsa.─ Falo, colando minha palma na sua, mesmo sabendo que o diretor Nezu já se adiantou em falar meu nome para ela. A garota sorriu, balançou a cabeça, parecendo feliz por minha pequena interação.

─ Então, Elsa, você já sabe qual sala vai ficar?─ Sua pergunta me fez enfiar a mão nos bolsos da minha saia e pegar o pequeno papel que Nemuri praticamente esfregou na minha cara quando me deixou. Tá bom, parece que faço parte da turma B do curso de heróis e não demoro para mostrar isso a Akiko.

Seu sorriso se tornou maior. Devo confessar que tive um pequeno medo daquilo, principalmente quando ela só pegou minha mão e começou a me arrastar pela escola, falando algo sobre algo muito incrível e que eu ia adorar. Como conto para ela que é a primeira vez que piso em uma escola dedicada a heróis e só quero ir embora?

─ Com licença, Ectoplasm-sensei, vim trazer a nova aluna!─ Anunciou ela quando abriu uma porta com tanta força que franzi o cenho, me perguntando mentalmente como aquilo não quebrou.

Há um herói em frente à uma lousa e quero dar meia volta quando percebo que as equações perfeitamente escritas em giz branco. Não é possível que Deus me odeie tanto ao ponto de colocar matemática como minha primeira aula na U.A e com um professor que parece ter saído diretamente de uma Creepypasta da internet. Olho para Akiko, apenas para a encontrar me encarando com aquele sorriso meio assustador no rosto.

─ Quando tocar, vou vir aqui para almoçarmos juntas!─ Ela me deu um mero tchauzinho com a mão, antes de ir embora para sua sala e me deixar na toca dos leões. Tá legal, agora ela vai virar minha amiga nem que seja na base do ódio e eu vou ser a pior amiga que o mundo já viu, apenas pra retribuir essa palhaçada.

─ Se vai fazer parte da turma, é melhor escolher um lugar para se sentar.─ Fala o herói assustador. Não perco tempo e mantenho meu foco nas últimas cadeiras de cada fila, procurando por lugar, rapidamente o acho atrás de um garoto com os cabelos tão dourados e brilhantes que facilmente poderiam ser confundidos com o sol.

Reprimo um sorriso e dou um passo, pronta para me camuflar no canto mais esquecido da sala até a hora do almoço.

─ Mas, antes, ─ Creepypasta maldita!─ se apresente para nós, aluna nova.

Por um mero momento, me pego pensando no quão bom seria ter uma individualidade ligada a invisibilidade, bastaria apenas um piscar de olhos e ninguém não me veria. Eu seria capaz de escapar daquela vergonha universal. Mas, infelizmente, minha individualidade não seria para nada, além de dar um puta choque em quem me irrita demais.

Minha cara de sofrimento é real quando arrasto meus pés para perto do professor, bem na frente de toda a sala que me observava com curiosidade. Respiro fundo por um momento, tá bom, preciso pensar nas palavras e falar elas com calma e bem devagar para que pudessem me entender, é só...

─ Sensei, acho que tem algum problema com ela.─ Fala uma garota de longos cabelos carmesim com uma sobrancelha erguida e nariz torcido.─ Acho que ela é muda.─ Ela finge murmurar para uma amiga do lado que riu da piada imbecil.

Ah, ótimo, uma versão japonesa da Regina George é tudo que eu preciso.
Lanço um olhar para a Creepypasta, espero que ele não saiba falar português...

─ E eu acho que você é uma idiota, então estamos quites, não é?─ Retruco rapidamente na minha língua nativa e vejo como isso pareceu os surpreender. Ao meu lado, o herói espreitou o olhar na minha direção. A garota franziu o cenho, confusa.

─ O que você disse?─ Exclamou ela, seu tom entregava que era uma ordem. Abro um sorriso inocente e encolho os ombros.

─ Desculpa, esqueci que não é todos que podem falar além de uma língua.─ Falo, piscando os olhos. Ela sentiu a indireta e ficou vermelha.─ Meu nome é Elsa Brito, por favor, cuidem bem de mim!─ Me curvo, sabendo que isso fazia parte dos costumes dali e também algo que Nemuri me lembrou todos os dias desde que falei que queria entrar na U.A.

O silêncio que se seguiu após minha apresentação para a turma não me tranquilizou nem um pouco, talvez tenha sido muito passiva-agressiva com a garota e isso tenha deixado uma impressão nem um pouco boa. Fecho os olhos, sabendo que levaria alguns gritos por ter acabado com minha reputação logo no primeiro dia, mas não é como se eu me importasse realmente com isso. Estava na U.A para ter um pouco de paz, é só três anos tentando me tornar heroína e facilmente posso desistir do curso quando quiser, ou só seguir um outro caminho depois da formatura.

Um barulho alto chamou minha atenção e era aquele garoto de cabelos dourados. Em pé, com um sorriso enorme no rosto e me fitando com aqueles olhos azuis, ele apenas aumentou o sorriso quando notou minha atenção nele.

─ Meu nome é Mirio Togata! Seja bem-vinda, Elsa-chan! ─ Ele falou, na verdade berrou.─ Vai ser um prazer me tornar um herói ao seu lado!

─ Togata, pare de gritar, está assustando a garota e lembre que isso é uma sala de aula!─ Ralhou a Creepypasta para o loiro que apenas exibiu um sorriso constrangido enquanto toda a sala dava risadas dele. Estava tão distraída que nem ao menos notei quando o professor virou para mim e me fitou por trás da máscara.─ Se sente, Brito, garanto que esses vão ser os piores anos da sua vida.

Obrigado pelas palavras reconfortantes. Me guio entre o mar de carteiras, ignorando como todos os olhares parecem fixos em mim enquanto deposito minha bolsa na carteira bem atrás do tal Mirio Togata, espreitando meu olhar para ele, desafiando-o a falar comigo. Fiz papel de tonta, já que olhar feio adiantou de porra nenhuma e mal sentei na cadeira que ele já tava virado para mim, sorrindo.

O que tem de errado com esse povo? Por que sorrir tanto quando estamos na escola? Isso é o que? Um filme?

─ Você não é daqui, não é? Veio de qual país, qual é o nome daquela língua estranha que tava falando? Está gostando do Japão? Deve ser legal morar em outro país, não é?

Pisco os olhos, sentindo-me um pouco despreparada diante do bombardeiro de perguntas. Eu não sei a resposta de nem metade delas. Deve ser legal morar em outro país quando você se muda por uma razão que não seja literalmente ser despachada como um objeto com defeito para outro país, mas isso é algo muito pesado para falar, não é?

Mirio parecia uma criança com aquele brilho impressionado e só estava sendo curioso, acabar com aquilo é algo que só pessoas cuzonas fariam. E eu não sou cuzona, não é? Quer dizer, posso ter sido bem cuzona com a patricinha sentada a poucos metros, mas ela que começou e...

─ Togata e Brito, parem de bater papo ou vou reprovar vocês aqui e agora!─ Gritou o professor e não tive outra reação que não seja pegar meu caderno, começando anotar tudo que estava no quadro, mesmo que não entendesse porra nenhuma.

Droga, o almoço nunca foi uma hora tão esperada...

SKYFALL. . . BNHAWhere stories live. Discover now