Um sempre - Ruth Costa

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Eu me via como água de uma chuva de verão.

Corria livre sem pressa e dor, sem deixar ninguém a me esperar.

Agora vejo que em você eu paro.

Deixei de ser raridade, singular. Quis ser nós, união.

Fazer do seu sorriso uma catarse de cada novo dia.

Tropeçar nessas linhas desarrumadas que agora, aglomeradas, chamamos de vida.

Amar de maneira desvairada, e as vezes odiar você por isso.

Perceber que encontrei meu compasso, que posso admirar as pegadas da nossa caminhada rotineira, e ser feliz assim.

Me estilhaçar se as vezes você chorar, me reerguer com a certeza de que apenas eu poderei ser sua ancora.

Você também é a minha.

E descobrir, por sobre todas as coisas, que com você sou melodia composta, sou inteira sendo sua, inteiramente.

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