Capítulo 05: Hofnie, a lutadora de Deus

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- Por nada. – o sorriso dele foi tão genuíno e contagiante, que me peguei ampliando ainda mais o meu em resposta. – É melhor você correr, acho que os outros já acordaram e pode ser que não sobre nada.

- Não precisa dizer duas vezes! – passei correndo por ele, mas, ao ver que ele não me seguia, parei no meio do caminho. – Você não vem?

- Vou sim. – e ali estava aquele sorriso torto. – Eu só queria ver se conseguia assistir a mais um espetáculo de dança. – senti meu rosto corar e os olhos dele se iluminarem de divertimento. – Mas, pelo visto, não tive sorte.

Sentindo-me um pouco espirituosa, mostrei-lhe a língua e voltei a correr rumo a cozinha, deixando-o para trás sem preocupação alguma desta vez.


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- Tem gostas de chocolate no meio! – constatei admirada, entre uma garfada e outra das maravilhosas panquecas.

Eu havia abarrotado o meu prato com no mínimo umas dez e espalhara, de forma estratégica, várias coberturas e caldas, eu queria poder sentir o sabor de cada uma quando quisesse. Também havia algumas geleias caseiras, feitas por Mica e um mel delicioso que Tia Beca havia trazido de uma de suas lojas.

Além de todo este doce, Gabriel também havia preparado um pouco de seu famoso chocolate quente e Rafael estava terminando de encher duas jarras grandes de vidro com suco de laranja natural, recém-espremido por ele e Samuel.

Tio Má fizera alguns pães que, pelo aroma delicioso que vinha do forno, logo estariam prontos para serem devorados com manteiga fresca e queijo branco, comprados diretamente de um produtor local.

Vi Daniel pegar um pouco da manteiga e misturar com algumas especiarias, colhidas diretamente da mini horta da minha tia.

- O que está preparando? – perguntei curiosa

- Manteiga gourmet. – me lançou um breve olhar, enquanto misturava tudo com atenção. – Ás vezes, essas manteigas caseiras podem ter um gosto forte ou, se não estiverem de fato frescas, ficarem um pouco pastosas. Então, isso aqui pode ajudar com o sabor, caso não goste dessa daí quando experimentar. – sorriu doce, apontando para o restante da manteiga pura sobre a mesa.

- Nossa... – retribui o sorriso, impressionada com a explicação.

Olhei por toda a mesa, repleta de tanta coisa, que eu achava impossível comer um pouco de tudo. Mas, o mais surpreendente, era que praticamente todas as coisas ali eram algo que eu gostava muito de comer ou estava morrendo de vontade de experimentar.

- Até parece que você montaram este café da manhã baseados no que gosto! Não há nada nesta mesa que eu não esteja morrendo de vontade de devorar! – ri, antes de colocar mais uma garfada de comida na boca.

- Ora, querida. – Rebeca terminou de colocar todos os frios e frutas nos respectivos recipientes e veio me abraçar rapidamente. – Nós, de fato, preparamos tudo isto para você.

Senti meu rosto corar e alguns riram da minha expressão de surpresa, provavelmente, porque, meus olhos, de repente, haviam ficado bem arregalados.

- Então, é melhor aproveitar, Lara. – Mica sorriu para mim. – Afinal, não é sempre que temos a oportunidade de mimá-la assim. – piscou e acomodou-se na cadeira ao meu lado, se servindo de um bom copo de suco.

- Além disso, esperamos que tudo isso aqui ajude a amenizar um pouco o choque que a fizemos passar ontem. – Gabriel havia terminado de lavar a louça que sujara ao cozinhar e aproximara-se da mesa, servindo-se de uma torrada com geleia de amora.

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