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Parei em frente a porta do apartamento da Seeg, me virei para Lena que segurava minha mão e em seguida me envolveu em um abraço apertado.

— Vai ficar tudo bem, Kara. A Seeg vai entender o que aconteceu, ela entendeu uma vez, vai entender uma segunda.

— As vezes sinto vontade de quebrar a promessa que eu fiz a ela de contar toda a verdade.

— Amor, a Seeg precisa ouvir toda a verdade para ter certeza de que ela está cercada pelas pessoas que a ama e que a quer feliz, e que estão dispostas a construir novas lembranças com ela. 

— Eu só estou com medo dela ficar com raiva da Alex e se afastar. Eu não posso ficar entre minhas irmãs, ter que escolher um lado. Eu não vou saber o que fazer, Lena.

— Isso não vai acontecer, Kara. Você não teve que escolher antes, não vai ter que escolher agora. Você só precisa ser verdadeira com a Seeg e tudo vai se resolver. Vai ficar tudo bem. — me aproximei um pouco mais da Lena e me aconcheguei em um abraço cheio de amor. 

— Eu te amo. 

— Também te amo, Kara. — beijei os lábios da Lena por alguns segundos, me afastei e permiti que a Lena tocasse a campainha do apartamento.

— Finalmente resolveram entrar. A Seeg estava quase passando mal porque eu não deixei ela abrir a porta pra forçar vocês a entrar e nem permitir que ela usasse a super-audição dela para ouvir o que vocês estavam conversando. — Nia comentou enquanto abria a porta para nos dar espaço para entrar no apartamento.

— A Nia é bem mandona. — minha irmã falou se aproximando da Nia, a envolvendo pela cintura e depositando um beijo no rosto da namorada. 

— Não nego. — beijou os lábios da Seeg e se afastou em seguida para ir pegar algo na cozinha.

— Podemos conversar a sós, Seeg? Tem algumas coisas que eu prefiro que seja falado em uma conversa só nossa.

— Tudo bem, vamos para o meu quarto.

Seguir a Seeg até o quarto dela após pedir licença às meninas, que se mostravam tão ansiosas quanto eu na conversa que eu precisava ter com a minha irmã.

— Você vai me contar sobre como a minha mãe morreu? — Seeg sentou na cama sobre uma perna e olhou-me com atenção. — Eu sei que ela está morta, o silêncio que a Nia fez quando eu perguntei sobre a minha mãe me fez não ter dúvida sobre isso. E você bem sincera, Kara. Lembrando o pouco que eu me lembro da minha mãe, imagino que assim que ela chegou a esse planeta com o Non ao lado dela, provavelmente ela tentou domina-lo e foi isso que provocou a morte dela. A única coisa que desejo saber, Kara. É se a minha mãe me procurou? 

Seeg fitou-me por alguns segundos, e antes da minha boca ser aberta para falar qualquer palavra, Seeg deu um sorriso triste.

— Claro que ela não procurou.

— Os anos que ela esteve presa com o Non em Fort Rozz a deixou com desejo de vingança, Seeg. Seu único objetivo era conquistar um mundo ao lado do esposo e de seus aliados. Eu não poderia permitir as ações dela, e junto ao DOE eu defendi o nosso lar.

— Você fez o certo. — Seeg suspirou e se colocou de pé. — O Aster é homenagem a minha mãe?

— Sim. — segurei nos ombros da minha irmã e a fiz olhar em meus olhos. — Tem algo a mais que eu não posso esconder de você, Seeg. Sobre quem tirou a vida dela.

— Eu já entendi quem foi a responsável por isso, Kara. Seu nervosismo em falar comigo sobre esse tema, e o coração acelerado da Alex, me fez entender quem tirou a vida da minha mãe. Vocês lutaram para defender a terra, fizeram o que tiveram que fazer, eu não irei condená-las por algo que a minha mãe faria o mesmo se fosse em uma luta para defender Krypton. Eu sei que é meio estranho falar isso, mas vamos esquecer o passado. Vamos construir nosso futuro baseado nos amores que temos e nas  amizades que eu sei que são sinceras. Aquela ruiva lá na sala pode ter tirado a vida da minha mãe, mas aquela ruiva tem algo no olhar que me faz ter certeza que ela seria capaz de dar a vida para nos proteger. Alex é uma heroína, e eu sinto muito orgulho dela.

Laços de Sangue Where stories live. Discover now