— Henry está bem, Tom. — respirou fundo, revirando os olhos. Suas pernas ainda balançavam. — Ele está entrando na adolescência, vivendo coisas novas, não seja dramático pelo amor de Deus! Se ele não responde uma mensagem sua você não tem que vir até a mim criar um inferno, combinado? Respeite o espaço dele, e outra; Eu sei cuidar do nosso filho, tá bom? Não aja como se ele fosse unicamente teu, pois o fizemos juntos, o vimos nascer juntos então você não é ninguém, ninguém para tirar a maternidade de mim.

Que maternidade, Camila? Você nunca, nunca soube ser mãe e quer encher a boca para falar de maternidade logo comigo que estive ao lado dele em todos os momentos onde você virou um resto de ser humano? Eu sou o pai. O pai da criança que quase se perdeu num maldito subúrbio porque a mãe dele estava definhando atrás de drogas. Está na hora de você aceitar que sou pai e mãe de Henry. — aquelas palavras me deram um soco no estômago de tanto ódio. Ele não tinha o direito de usar isso contra ela. — Genitora. — falou com soberba e de forma desprezível. — Para mim você é apenas uma genitora, a mulher que me deu um filho, e matou outro. Jamais vou te olhar e pensar que você é a mãe do Henry, pois você não é. Uma mãe não coloca a vida do filho em perigo. Um pai protege e é isso que eu vou fazer.

Quando ela voltou a fechar os olhos, um fio de lágrimas escorreu por seu rosto. Se esse infeliz estivesse na minha frente, minhas mãos estariam inchadas e sujas de sangue.

— Um pai de verdade também preserva a dignidade da mãe do seu filho independente de todas as circunstâncias. — ela respondeu, com a voz trêmula. — Você é um moleque que só sabe debater jogando as minhas fraquezas em cima de mim, como se eu fosse a porra de uma inconsciente dos fatos que carrego nas costas. Nada do que eu fizer vai mudar sua visão dos fatos, então não sei o motivo insano de eu ainda te dar ouvidos. — respirou fundo. Seu maxilar estava rígido como pedra. — Goste você ou não, o Henry é nosso filho. Eu tenho mil razões para alienar ele contra você e jamais farei isso, porque meus motivos são pessoais, entre você e eu. Henry é apenas uma parte boa do que nosso matrimônio foi. Quem casou comigo foi você, quem dormia comigo era você, portanto eu não aceito que você me vista como um monstro para o nosso filho, pois isso eu não sou. Quer me culpar por algo que eu fiz quando estava fora de controle? Tudo bem. Quer me martirizar pelo resto da vida pela perda do nosso outro filho? Fique à vontade, Tom. Mas por favor, por favor mesmo; não me ligue achando que eu sou obrigada a ouvir tudo calada, pois acredite se quiser: eu não sou. Henry está bem, está vivo e se não está enviando mensagens a cada minuto do dia é porque o mundo não gira ao seu redor, seu filha da puta do caralho. — as últimas palavras saíram altas, berrantes e odiosas.

Camila desligou o celular e o jogou no sofá, cobrindo o rosto e soltando uma respiração longa e funda. Pelo movimento do seu ombro, percebi que ela estava chorando.

Tudo o que eu queria era ligar para aquele fodido e lhe dizer algumas boas verdades, no entanto ela precisava do meu colo naquele momento. Semanas e dias, era a primeira vez que eu a via assim, desestabilizada. Ela chorava baixinho entre suas mãos, me fazendo ter vontade de deita-la no quarto e niná-la até que todo esse sentimento ruim tivesse acabado. Ela não merecia ouvir essas coisas de um homem que deveria acima de tudo ser seu amigo, em prol do filho que tinham juntos.

— Venha aqui. — me sentei ao seu lado e toquei suas costas. — Pode chorar, vai te fazer bem. Quero que saiba que eu estou aqui pra tudo o que você precisar, Camz.

— Todos os meus esforços parecem em vão o tempo inteiro. — ela se virou para mim. Seus olhos estavam tristes, molhados. Ela precisava tanto de um abraço e Tom de umas porradas na cara. — Nada do que eu faço é suficientemente bom para ele. Tudo ele consegue virar para que eu me sinta um lixo por minha condição. Tudo, Lauren. Eu me sinto muito fraca e só ele consegue fazer que meu estado piore. — fungou. — Me desculpe por isso, queria que tivéssemos um dia tranquilo e então ele me ligou e… — ela começou a chorar novamente.

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