Pena que o último não aconteceu.

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Acordei no dia do meu aniversário com uma ligação da minha vó. Ela desejou várias coisas para mim como felicidade, paz, dinheiro, mas eu fiquei corado quando ela desejou "uma namorada". Se ela soubesse como duas garotas tinham virado minha vida de cabeça para baixo. Vi as mensagens no meu celular. Bee escreveu um texto cheio de brincadeiras assim como eu fiz para ele. Eu esperava que o que havia ocorrido no dia anterior não tivesse um efeito negativo na nossa amizade.

Ele dizia que estaria na minha casa em meia hora. Minha mãe também enviou e disse que faria um café da manhã especial e chamaria Bee para comemorar o dele também, então logo descobri o motivo de Bee ter acordado tão cedo. Meu pai, meu tio e tia Iara também me enviaram mensagens. Outros familiares, colegas de sala e alguns líderes de outra sala que eu conversava em um grupo da escola mandaram coisas como "Parabéns", "Felicidades", "Tudo de bom para você" e eu respondi todos, mas faltava algo. Faltava uma pessoa que não havia enviado nada até aquele momento.

B – A comida da senhora é sempre perfeita. - Disse Bee comendo um pedaço grande de bolo ao meu lado na mesa.

E - Você come tudo de qualquer jeito. - Eu falei olhando para Bee em negação.

M - Você está falando mal da minha comida Eduardo? - Perguntou minha mãe do outro lado da mesa me olhando com um olhar assassino assustador. Meu pai fez uma expressão de 'se vira'.

E – Eu não ofendi a comida da senhora. - Disse me defendendo.

B - Nós temos que aproveitar a vida, pois ela é imprevisível. E não há forma melhor de aproveitar a vida do que comendo. - Ele disse batendo na barriga. As vezes Bee parecia a mesma criança de dez anos atrás.

Após comer vários pedaços de bolos e algumas outras guloseimas, Bee e eu subimos para o quarto. Eu constantemente olhava para o celular esperando receber uma certa mensagem de um certo alguém. Já estava paranoico.

B – O que você olha tanto no celular? - Bee perguntou curioso e pegou o celular da minha mão. - Hentai? - Ele perguntou e fez uma cara de decepcionado. - Não é. Que triste. - Ele falou triste.

E – Claro que não. - Eu disse tomando o celular da mão dele. - Você tá realmente bem? Essa animação não me convence completamente. - Eu disse lhe olhando.

B – A gente é amigo desde antes de nascer né. - Ele disse sentando na cadeira do computador.

E – Desculpa. Eu não tive nenhuma reação. - Falei triste.

B – Tudo bem. - Ele disse rodando a cadeira. - Eu já sabia que ela nunca iria querer nada comigo, mas só não esperava que iria beijar você assim de surpresa. - Ele falou e parou a cadeira de repente. - O que droga você tem que faz as garotas bonitas te beijarem de repente?

E – Isso você tem que perguntar para elas. - Falei um pouco chateado.

B – Acho que vou começar a imitar a sua cara de sonso. - Ele falou e fez uma expressão com a boca aberta e olhando para mim como se estivesse bêbado.

E – Eu não tenho essa expressão. - Disse jogando meu travesseiro nele.

B – Mas é parecido. - Ele disse rindo.

E - Não é não. - Eu falei olhando para a janela.

B - Olívia é bem inteligente sabia? - Ele falou percebendo o porquê de eu estar olhando para a janela. - Eu não entendi uma parte da explicação de ontem e ela me explicou na biblioteca melhor que você. - Ele falou indo até a janela.

E – E por que eu deveria saber disso? - Eu falei desviando o olhar da janela.

Eu iria deixar o carregador antes do almoço. Chamei Bee para ir comigo, mas ele disse que não estava afim de ver Clara depois daquilo tudo. Então tive que ir sozinho. Clara me enviou o caminho até sua casa. Era a uns vinte minutos da minha de bicicleta.

Água com açúcarOnde histórias criam vida. Descubra agora