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Kate Bishop-Part2

POV Sn

- Abra. - sou empurrada em direção a porta trancada e eu respiro fundo escutando Kate resmungar de dor ao ser amarrada, eu acho.

- Beleza... - murmuro insegura e procuro a entrada da chave cilíndrica, demoro um pouco para encontrar e pondero se devo ou não abrir - Quer mesmo que eu abra isso aqui?

- Acha que eu estou brincando, garota? - sinto a arma pressionar minha têmpora e aperto a chave na mão - Abra, agora!

- Está bem. - concordo e antes que eu me vire novamente, tomo impulso e finjo jogar para bem longe, mas com a outra mão joguei discretamente para Clint. Seu cheiro me ajudou a saber aonde ele está exatamente.

- Sua vadia! - caio no chão desnorteada ao receber uma coronhada na testa - Procurem a chave, andem!

As únicas coisas que escutei em seguida foi barulhos de brigas e disparos, o que me fez encolher no chão. Não acredito que vou morrer virgem e no meio do nada, inferno.
Mãos me agarram e eu me debato assustada, mas parei ao sentir o cheiro familiar pertinho do meu nariz. Kate me puxa correndo e eu só vou, confiando completamente nela e em segundos adentramos algo com cheiro de novo, o jato é claro. Uma explosão assustadora se faz do lado de fora, tremendo o jato levemente e eu quase fiz xixi nas calças.
Sou presa pelo cinto e escuto Clint gritar colocando o quinjet para subir na correria, mesmo a gente recebendo uma chuva de tiros.

- Que merda... - murmuro me sentindo um pouco tonta e algo quente escorre por meu rosto lentamente.

- Ela precisa de cuidados médicos, Clint! - Bishop grita segurando meu rosto com cuidado e eu deito minha cabeça no seu ombro - Hey, fica acordada.

- Tudo bem... - murmuro meio perdida, me esforçando para não dormir em meio a tanto sono que tenta me dominar - Deu tudo certo?

- Bem, estamos com a chave... - ri humorada acariciando minha bochecha e eu sorrio - Você foi muito corajosa hoje, pequena.

- É, eu fui. - concordo orgulhosa e meus olhos começam a fechar, escuto Kate me chamar distante e tudo que faço é apagar.

(...)

- Reparamos o tecido com novas células e verificamos tudo através de exames gerais. Ela está bem, sem nenhuma sequela. - escuto uma voz feminina quando acordo.

- Que ótimo, obrigada Dra. - a voz doce invade o ambiente e eu rapidamente abro os olhos - A bela adormecida acordou!

- Como se sente, senhorita Monroe? - a mulher desconhecida questiona segurando meu rosto com cuidado e avisando que irá olhar meus olhos.

- É curioso como os olhos não tem percepção da luz. - uma voz desconhecida diz e recebe uma pequena bronca da Dra.

- Desculpa o enfermeiro Colins. - pede me soltando e eu permaneço quieta.

- Se está tudo certo, então obrigada pela ajuda, Dra! - Bishop agradece e todos se despedem, só então noto estar em uma casa e não em um hospital.

- Vou fazer o jantar. - Clint parece se afastar e tudo fica silencioso, suspiro me ajeitando no sofá para sentar.

- Com cuidado... - murmura e sinto ela se sentar ao meu lado - Olha, me desculpa por te envolver nessa furada... Fomos descuidados demais e não fomos preparados.

- Olhe pelo lado bom, agora eu tenho uma cicatriz. - aponto para minha testa e escuto um lamentar de Kate - O que?

- A Dra trouxe um protótipo da máquina reparadora de tecido humano, não tem nadinha na sua testa agora. - conta parecendo estar fazendo uma careta engraçada e eu resmungo.

- Não foi dessa vez. - acabamos rindo e eu mordo meu lábio inferior, pensativa - Eu... T-Tem uma coisa que eu nunca pedi a você e...

- Ei, não precisa ter vergonha. - me empurra de leve pelo ombro e eu sorrio brincando com os dedos das minhas mãos.

- Posso te conhecer? - questiono receosa e ela não diz nada, acredito que não tenha entendido - Tocar... Seu rosto.

- Ah! Eu sou meio lerda as vezes. - ri sem graça e eu espero sua resposta com um sorriso esperançoso - Claro que pode.

Levanto minhas mãos com cuidado e sem pressa, toco sua pele macia e lisinha. Engulo seco ao contornar cada cantinho da sua fisionomia do rosto, tão delicada e linda.
Sorrio com o que sinto, deslizando meus polegares por suas sobrancelhas e em seguida por seu nariz pequeno, indo até seus lábios e os contornando lentamente. Foi tão automático que eu fiquei vermelha quando notei, eu umideci os meus tocando assim nos dela e é mais vergonhoso ainda com Kate suspirando a cada minuto.

- E-Eu... - sou interrompida por seus lábios, fecho meus olhos por instinto e aprecio o selinho demorado, mesmo estando surpresa.

É como se eu estivesse flutuando em meio a vários girassóis e o ar estivesse apenas com o cheiro dela, dominador e cativante. Permaneço da mesma forma quando ela se afasta lentamente, quero memorizar tudo o que acabou de acontecer agora.

- Tem um tempo que eu queria fazer isso... - confessa baixinho - Me desculpa se o que eu fiz foi estranho, prometo não fazer de novo é que-

Dessa vez eu a faço parar de falar com um beijo, prolongando nosso contato mas me separo dela, preocupada se estou ou não indo rápido demais, até porque, é uma situação nova para nós duas. Kate já me contou que ficou com garotos, mas não disse nada sobre garotas e eu nunca nem me apaixonei na vida.

- Você é mais linda do que eu pensava. - conto escutando sua risadinha fofa - Pode descrever seu cabelo para mim?

- São lisos, levemente ondulados nas pontas e é da cor castanho escuro. Sei que não sabe das cores, mas é escuro e é grandinho até. - tenta me explicar da melhor forma e eu levo as mãos nele.

- E é cheiroso. - sorrio sentindo o cheiro dele ao pegar uma mecha - Macio e sedoso.

- E mais uma vez está flertando comigo, senhorita Monroe? - pergunta em tom divertido me fazendo rir.

- Apenas se estiver funcionando. - brinco sugestiva e somos interrompidas por Barton que pede ajuda para finalizar o jantar.

(...)

- Amélia não vai gostar. - aviso para Kate que sugeriu que eu passasse a noite nesse apartamento da tia dela ao invés de voltar para o abrigo.

- Eu meio que já avisei a ela, só preciso te levar embora amanhã de manhã. - confessa me fazendo colocar minhas mãos em meus quadris.

- Planejou sem me avisar, hun? - finjo estar brava e em troca ela se aproxima beijando minha testa demoradamente.

- Desculpa. Mas sabe... É bem divertido e libertador poder te beijar e te tocar sem ter uma desculpa para isso. - concordo sorrindo e ganho um selinho rápido.

- Sou uma garota de sorte e amanhã vocês dois tratem de resolver toda aquela confusão, antes que fique pior. - aconselho e ela concorda ajeitando a roupa que me emprestou para dormir.

- Sim, senhora! - ganho mais um beijo na testa e nos deitamos com cuidado na cama de casal, nos embolando na coberta e por fim abraçando uma a outra discretamente, ou não.

Daria uma boa fanfic...