O2.

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"— Abre a janela

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"— Abre a janela."


🌙

Carrera's Pov.

    
       Durante todos aqueles anos que os pogues se tornaram parte da minha vida e principalmente de mim, foi a primeira vez em que o grupo onde nos comunicavamos no imessage esteve parado, sem mensagem alguma. E é previsível, mas algo em mim dizia que a razão disso era essa festa, a qual eu nem queria realmente participar.

      Terminava de colocar meus brincos em frente ao espelho, nem mesmo a pouca maquiagem era capaz de disfarçar a cara de cansaço que tinha pela madrugada anterior. Sarah — extremamente bêbada, inclusive. — me acompanhou até em casa com Cléo, quando chegamos, entrei no meu quarto pela janela. Queria poder dizer que era a primeira vez que fiz isso, mas não, não era.

     Sair e entrar as escondidas de casa infelizmente era rotina.

     Algumas batidas na porta e, depois de eu praticamente gritar um "pode entrar", Anne, minha mãe, adentra o quarto. A caranca em sua face já denunciava qual seria o tópico da conversa.

      — Kiara, você está atrasada! —  Reclamou, soltando um suspiro sôfrego.

      Permaneci em silêncio, tentando ao máximo terminar de colocar o brinco o mais rápido possível com meus dedos desajeitados.

       — Como pode, uma festa surpresa de aniversário e a aniversariante não estar lá? Isso não existe!

       Em um revirar de olhos, meus calcanhares giram sob o chão e logo estou de braços cruzados em sua frente.

      — Uma festa de aniversário com pessoas que nem sequer são amigas da aniversariante, isso que não existe.

      — Eles não são seus amigos? Você estudou com eles Kiara! — Sua voz transparêcia uma indignação genuína. Ela realmente não via problema no que fez.

        — E por que raios você acha que eu não estudo mais?

         Mamãe sequer respondeu, mas pude ver em sua expressão que ficara chateada. O que me deixava ocasionalmente chateada também. Não é novidade que eu não gosto deles.

        — Você vai terminar de se arrumar, descer, comprimentar todo mundo e ser a kook que você é. Caso contrário, terá que lidar comigo, Kiara.

       Ela sai pisando fundo do quarto, batendo a porta com força de um jeito que foi inevitável não ver meu corpo estremecer. Um suspiro de alívio escapa de meus lábios quando estou sozinha de novo, mas a sua presença, e o medo do que veria a seguir, prevalecia no quarto. E era sufocante.

seus cachos intactos. - jiara.Where stories live. Discover now