❛ Anastacia Mattias está doente. Ela sabe que o seu tempo é limitado e quer realizar o seu maior sonho: ser mãe.
Ela sabe o que tem de fazer e é George Russell a sua vítima.
George Russell nunca pensou ser pai desta forma. Nunca pensou que uma rui...
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Milão - Itália, 16 de Março de 2022
A mala está preparada. É hoje que dou o primeiro passo no caminho para a realização do meu maior sonho. No dia em que contei aos meus pais e à minha melhor amiga que o faria, eles quase me mataram. Alegaram que era um perigo para a minha saúde, que iria piorar a minha doença e, quem sabe, acelerar o processo da minha morte. Que doença? Bem, há cerca de um ano, fui diagnosticada com leucemia mieloide aguda. Eu não vou perder tempo a explicar-vos tudo sobre a minha doença, apenas que ela não tem cura, que tem um componente hereditário (esse que me calhou através do meu avô paterno), e que me deram, no máximo, mais dois anos de vida. Nenhum dos tratamentos resultou e, sentindo-me cansada de pedir novas opiniões e ir para mais tratamentos, apenas aceitei o meu destino e decidi aproveitar a minha vida.
— Pai, aqui está. — Digo ao colocar a mala na porta de casa e sorrio largamente para o meu progenitor, quem me levará ao aeroporto, quando o vejo agarrar nela para a levar para o carro. — Mãe. — A minha voz sai de um modo suave enquanto a puxo para um abraço. — Eu só vou estar lá uns dias, não me vou mudar definitivamente! Sexta-feira já estou cá, hoje é quarta-feira.
— Tu tens a certeza que queres fazer isto, filha? — Confirmo com a cabeça ao afastar-me dela e reviro os olhos com o seu suspirar pesado. — Porque não escolheste outro rapaz? Porque tem de ser esse tal de Carlos?
— Tu já viste o Carlos Sainz, mãezinha? Ele é um Deus espanhol, o meu filho ou filha vai ter traços espanhóis, uma pele super morena, além de que ele é das melhores pessoas no mundo da Fórmula 1. — Consigo ouvir o limpar de garganta do meu pai, atrás de mim, e automaticamente lembro-me da reação dele acerca disso. Lembro-me de ele dizer que não queria saber pormenores porque não me queria imaginar a ter sexo com o Sainz. — Temos de ir. — Deixo um longo beijo na testa da mais velha e, sem olhar para trás, abandono a minha casa.
O meu pai costuma ser um homem de imensas palavras, é daquelas pessoas que não sabe estar calado, mas hoje ele não fala. A sua expressão corporal diz-me que ele não queria colaborar nisto, mas que no final o que importa é que eu esteja feliz e que parta deste mundo com o sentimento de realização. Num abraço forte despeço-me dele e entro no aeroporto, procurando pela porta que me levará ao avião.
Escolhi o voo mais curto, o da Emirates, mas ainda assim são 9h de viagem, o que faz com que eu me atire para a cama, assim que entro no quarto do hotel. Claro que estou no hotel poucas ruas acima do hotel onde a grande maioria dos pilotos ficam instalados, o que inclui os pilotos da Ferrari, os da McLaren, os da Mercedes e, para mal dos meus pecados os da Red Bull e AlphaTauri. Pergunto-me como é que aquele hotel aguenta com o Carlos e o Lando sempre a brincar. E terão eles portas suficientemente largas para os egos do Hamilton e Verstappen passarem?
