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- Bakugou, pode nos deixar a sós por alguns minutos, por favor?- Aizawa pediu, ciente de que eu fervilhava com questionamentos por trás da fachada comportada que eu sustentava.

- Não posso só ir embora? Tá tarde pra cacete.- Katsuki contornou a pergunta e ele o liberou.

Deve ser no máximo 10 da noite, ele tem o que...80 anos?

Assim que a porta fechou, Aizawa se esparramou em sua cadeira e gesticulou para que eu fizesse o mesmo.

- O que você quis dizer com nossos poderes podem se complementar?- obedeci e cruzei os braços ao me sentar, praguejando mentalmente quem teve a brilhante ideia de nos juntar- Se está me punindo por ter exagerado no exame mais cedo, foi longe demais.

- Já te disse que foram ordens superiores- repetiu e eu bufei em irritação- Sua individualidade se parece com a minha, Miranda. Apagar...ou no seu caso, tomar o que é dos outros te dá vantagem pela surpresa, mas nós dois sabemos que há riscos quando entendem como isso ricocheteia. Sei que você achou um jeito de balancear a parte da ofensiva usando o bastão, porém, precisamos ir além agora que tirou sua licença. Em missões...lutando com vilões de verdade, saber manuseá-lo talvez não seja suficiente para te trazer viva para casa.

O tom angustiado em que envolveu a última frase fez com que algo se apertasse em meu peito e a raiva evaporasse. Portanto, me esforcei para eliminar a apatia da minha resposta.

- Então o problema é depender da minha arma? Tenho certeza que você consegue me ensinar mais sobre combate do que aquele esquentado, ele foi reprovado, Aizawa.

Acho que isso não deu muito certo.

- Abaixa a bola, Fujiwara. Esqueceu que chegou depois?- Aizawa alfinetou e eu franzi as sobrancelhas, definitivamente não tinha contestação- Bakugou pode ser um pouco difícil de conviver, mas não pode negar que é habilidoso. Abandone esse ressentimento e mostre para ele a importância de trabalhar em equipe, por favor.

- Tudo bem, eu vou tentar.- prometi sem muito entusiasmo e ele sorriu em agradecimento- Não vai mesmo nos dizer como nós complementamos?

- Vai descobrir na hora certa, por enquanto preciso que foque em...detestá-lo menos.

- Se ele controlar a boca suja dele, ficaremos bem.- Aizawa deu ombros- Não suporto gente arrogante.

- Talvez uma surra resolva, ele não está acostumado a perder- Aizawa sugeriu e eu dei risada, chocada com o comentário- Isso, claro, desde que seja justa.- acrescentou rapidamente.

- Pode deixar.- levantei da cadeira e pretendia sair quando ele pigarreou- Algo a mais?

- Queria te avisar que a sua turma vai treinar com os alunos do terceiro amanhã- meu coração disparou, achei que fosse ter mais tempo- Vai ficar bem?

- Vou sim.- menti, me obrigando a vestir um sorriso convincente- Obrigada por me contar.

- Ok...só não comente com mais ninguém por agora, eles vão anunciar no horário da aula- assenti- Boa noite, Miranda.

- Boa noite, Aizawa.






Os alunos já estavam em seus dormitórios no momento em que retornei, o lugar estava vazio e mantive os meus passos silenciosos ao subir as escadas. Destranquei o número 312 e fui direto para a minha escrivaninha, já puxando o que eu queria da gaveta.

Sabia que não teria condições de dormir nesse estado e decidi me empenhar em reproduzir a imagem, suplicando para que meus dedos parassem de tremer. Esbocei e rabisquei o formato de duas silhuetas até que meus pensamentos enfim clareassem. Minha respiração se estabilizou e as lágrimas que escorreram ao ficar sozinha, cessaram com alguns minutos.

ALL I NEED | Bakugou x OcOnde histórias criam vida. Descubra agora