Me levantei, virando imediatamente para não mostrar meu rosto queimando como um tomate cozido. Ela sabia como usar as frases certas para me fazer sentir qualquer coisa que quisesse, e agora, eu estava morrendo de vergonha por estar agindo como uma adolescente no colegial sendo elogiada pela crush.

Desabotoei minha camiseta, tirando em seguida o sutiã e o short que estava vestindo. Ouvi ela respirar fundo e quando me virei para sua frente, foi inevitável não perceber seus olhos brilhante captando e admirando cada detalhe meu.

— Você é linda. — me deu espaço. — Entre aqui.

Meu corpo se arrepiou ao entrar em contato com a água, mas esquentou sob seu olhar analítico. Camila estava mais pra frente, permitindo que eu ficasse atrás. Quando encostei minhas costas na hidro, ela deitou as suas sobre meus seios e soltou um murmúrio prazeroso quando nossos corpos trocaram de temperatura. Enlacei sua cintura de forma carinhosa e apoiei o queixo na curva do seu ombro. Eu amava o cheio doce, marcante que sua pele tinha. Perfume de mulher madura. A maciez, aquele dourado reluzente. Ela era uma mulher vaidosa, então eu imagino os cuidados que tinha. Suas costas eram decoradas com pequenas pintas e uma camada fina, quase imperceptível de pelos finos, visto apenas de perto. Tocar nela era como acariciar um tecido aveludado. Gostoso, gentil.

— Bem melhor. — sussurrou, virando seu rosto pra mim e tocando a ponta do meu queixo com seus dedos. — De perto você é ainda mais linda.

Preensei os lábios, sentindo meu rosto queimar novamente com o elogio. Fala alguma coisa, estúpida. Responde ela!

— Sua pele, nossa… — respirou fundo, deixando que eu percebesse um brilho em seus olhos. — É maravilhosa. Saudades de quando eu tinha sua idade e não tinha tantas marcas de expressão.

— Não seja boba, esse é o seu charme. A maturidade, os traços de mulher. — abaixei a cabeça tentando evitar que ela olhasse nos meus olhos. — Você é linda assim.

— Obrigada, mesmo eu achando que um botox em algumas partes no rosto para dar uma esticada não iria me fazer mal.

— Não acho que você precisa. — voltei a fita-la. — Te incomoda?

— Antes não. — se acomodou melhor em meu colo. — Agora sim. Faço quarenta anos daqui um ano e longos meses, então é normal que eu queira recuperar o tempo que perdi sem cuidar de mim mesma. Protetor solar faz toda diferença, acredite nisso. Se eu pudesse voltar a sua idade e me dar este conselho, com certeza eu faria, então por enquanto eu faço questão e peço que você use, até mesmo nos tempos nublados.

— O que você fazia na terra enquanto eu era um feto na barriga da minha mãe?

 A pequena mudança de assunto fez Camila fechar os olhos e rir abertamente. Sorri, era bom vê-la assim. 

— O que eu disse?

— Você é hilária, menina. — gargalhou mais uma vez. — Eu falando sobre cuidados aos quarenta e você faz questão de me lembrar que enquanto sua mãe estava grávida eu já estava aqui na terra há dezoito anos vivendo a vida adoidado.

— Desculpa, não quis ofender ou te chamar de pré histórica, embora você seja.

Me arrisquei, mesmo com o cu trancando. Ela adorava contrastar nossas idades, então eu entraria no seu jogo também.

— Lauren Michelle Jauregui! — Camila se fez de ofendida, virando pra mim com os lábios entreabertos. — O que você disse?

— Vejo que alguém fez o dever de casa direitinho, até meu nome completo decorou. — rimos juntas. — Eu estou brincando, Camz. Gosto da sua idade, da sua maturidade, de tudo o que aprendo com você.

OUTSIDERWhere stories live. Discover now