Capitulo 11 - Provocação

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Kageyama

Antes eu estava só a desconfiar sem ter a certeza se era isso mesmo. Mas depois de pesquisar melhor sobre o assunto, pude constatar realmente que eu fiquei excitado sexualmente diante de certas reações do Hinata.

Admito, não sou bom em lidar com essas coisas. Se precisei da internet para entender o que eu sentia afetivamente pelo Hinata, imagina em relação a essas questões mais promíscuas. Pois por mais que eu já tivesse lá meus dezesseis anos, nunca senti excitação por nada até então, nem mesmo naquelas revistas e materiais obscenos que Oikawa-san levava pro treino na minha época em Kitagawa Daiichi. Mas sentia agora pelo Hinata.

O ruivo ainda via-me como sempre, com muita pureza no olhar e foco só nos sentimentos de afeto e companheirismo, sem maldades em mente. O pior é que depois de toda essa pesquisa e da constatação final, não tinha como eu olhar Hinata da mesma forma. Sentia-me muito sujo com isso, pois eu via que eu me tornava descontrolado, e essas reações me remetiam à fraqueza.

Hinata estava normal até agora, isso mostrava que ele era forte o bastante para não ser tomado por esse sentimento hormonal primitivo o qual eu estava passando. Eu tinha que conseguir superar isso, então fui para a escola com bastante confiança, pois com confiança, tudo se consegue.

Hoje fui um pouco mais frio com Hinata na hora do intervalo e disse que, ao invés de ficarmos sozinhos no vestiário do clube, seria legal comermos um lanche juntos no refeitório para armazenarmos energias para o treino. Ele mostrou leve chateação no começo, mas depois de eu mencionar o vôlei ele logo aceitou animado. Até então correu tudo bem. Senti o clima de sempre entre nós. E não fiquei mal por não tê-lo dado um único selinho ainda. Isso me aliviou, pois significava que eu não era um descontrolado que não conseguia ficar um minuto perto do Hinata sem beijá-lo.

Durante os nossos treinos no vôlei foi mais tranquilo ainda. Eu conseguia me focar boa parte do tempo nos aperfeiçoamentos das minhas habilidades individuais assim como as em grupo.

Entretanto, Hinata estragara minha concentração. Algumas coisas que ele fazia na maior inocência, eu estava vendo como algo um tanto sensual. E não eram lá grandes coisas. Por exemplo, Hinata sempre tinha o costume de lamber os lábios quando recebia um bom levantamento e estava prestes a fazer sua cortada. Era um gesto bobo, mas na minha visão era bem erótico... O pensamento acabou fazendo-me errar o levantamento.

E eu fico puto quando erro levantamento.

- Kageyama...? – O ruivo pendeu a cabeça de lado.

- F-foi mal! Foi meio curto, no próximo eu acerto! – Falei duro, sentindo as bochechas corarem levemente.

- Não liga, Kageyama! Prepare-se para a recepção! – Exclamou o capitão Daichi-san, se pondo em pose de expectativa. Eu imediatamente respirei fundo e tentei esvaziar minha mente de tudo. Do estresse, da pressão, da sensualidade do Hinata. Foquei só na precisão de mira e controle de força para executar levantamentos perfeitos.

Assim, continuamos nossas partidas treineiras. A respiração realmente ajuda a abaixar o nível de ansiedade, pois conforme eu o fazia, mais leve e controlado eu ficava. O que me permitiu jogar o restante dos jogos com melhor foco. Minha cara de paisagem se via presente e executei as jogadas das melhores formas possíveis até o fim. O que era o normal. Para mim, sempre foi fácil conter reações corporais e expressivas.

Mas apesar de me manter na postura, eu ainda dava umas olhadas em Hinata durante o restante do treino de forma bem discreta, obviamente. Não apenas seu rosto, mas eu mirava seu corpo também... Seus braços, suas pernas, seu pescoço, um pouco de suas costas e barriga quando ele dava saltos e sua camisa levantava... Todas as partes dele que estavam expostas eu observava.

You Little DumbassWhere stories live. Discover now