Vampire ○Kim Sunoo○

Capítulo bônus 1

••Sunoo POV••

Se passaram vinte anos, nosso casamento nunca esteve tão bem. Nos cinco primeiros anos, por algum motivo, não estávamos indo tão bem, mas agora estamos tão felizes, tão bem um com o outro, e mais, logo teremos nosso primeiro filho. Acho que demoramos um pouco pra isso, mas nossa idade não importa.

Como sou uma pessoa ansiosa, fiz questão de arrumar o quarto de hóspedes como o quartinho do nosso bebê. Tudo bem, ela ainda está no início da gravidez, mas já quero deixar tudo preparado.

-- Já posso abrir? - ela perguntou sorrindo, enquanto eu a vendava com as mãos e a guiava até o quarto do bebê.

-- Só mais um pouquinho. - sorri animado. Demos mais alguns passos, então paramos de andar. - Agora sim, pode olhar.

Tirei minhas mãos de seu rosto, ela deu passos lentos pra frente, apreciando o lugar. No meio do quarto, estava o berço, eu mesmo o montei. Tá, meu pai me ajudou. O quarto era todo branco, por ainda não sabermos o sexo do bebê, e eu consegui algumas pelúcias, deixando as menores dentro do berço, e as maiores em cima de um tapete felpudo no chão.

-- Amor - ela se emocionou. - Isso tá perfeito.

-- Gostou mesmo? - a abracei por trás.

-- Eu adorei. - pousou suas mãos sobre sua barriga, então, as segurei e acariciei.

-- Logo esse quarto vai ter uma criança, brincando, rindo, nos chamando de mamãe e papai.

-- Mal posso esperar. - virou o rosto e me beijou. - Só você pra fazer essas coisas, ainda estou no meu primeiro mês da gravidez, geralmente isso se faz com cinco meses, seis.

-- O importante é que o quarto está pronto. Eu só não tive tempo de comprar as roupinhas ainda.

-- Isso nós dois podemos fazer juntos quando soubermos o sexo do bebê. Tudo bem?

-- Tá. - beijei seu rosto. - Venha, vamos jantar, hoje nós vamos sair juntos.

-- Não corre o risco de aparecer outro caçador, né? - se preocupou. - Niki disse que encontrou um semana passada na floresta.

-- Não vamos a floresta - sorri. - Hoje é uma noite especial.

Após jantarmos, lavei a louça (pois ela já está reclamando de dores nas costas), e saímos juntos. Eu a levei até o topo de um edifício, lá, preparei algo muito especial. Afinal de contas, além de estarmos esperando nosso bebê, hoje que estamos completando vinte anos de casados. Para os humanos, vinte anos é muita coisa, mas para nós vampiros, é apenas o início.

-- Sunoo, você é de ouro. - ela disse assim que chegamos lá. - Parece que voltamos no tempo.

-- Você lembra, né? - sorri. - Há vinte anos atrás, quando descobri que estava apaixonado por você. - puxei a cadeira pra ela se sentar. - Você pagou um lanche pra mim naquela lanchonete, mesmo comigo dizendo que não precisava. - ri fraco.

-- Então foi nesse momento que você se apaixonou por mim? Quando eu te dei comida? Olha.

-- Não amor - ri. - Eu já te amava naquela época, eu só descobri mesmo depois dos nossos encontros. - me sentei de frente pra ela. - Foram noites incríveis com você, minhas primeiras saídas noturnas com alguém. - lancei um olhar apaixonado. - Primeiro amiga, depois namorada, noiva, esposa, e agora, mamãe.

-- Ainda não. - corou. - Depois que minha mãe faleceu, foi muito difícil pra mim, e agora não sei a quem pedir conselhos maternos quando a criança nascer.

-- Nós vamos conseguir juntos. - peguei suas mãos sobre a mesa. - E mudando esse clima - peguei algo do bolso. - Comprei isto pra você.

Atenciosa, pegou o presente, encarando a joia fascinada. Tirou o colar da caixa de veludo, depois me olhou sorrindo.

-- É lindo. Mas o que significa o kanji?

-- Significa família. - sorri. - O Niki me ajudou com isso, já que é japonês nativo. Eu também tenho um - mostrei o pingente no meu pescoço. - Pra combinar.

-- Que fofo. - sorriu mais. - Pode colocar em mim?

-- Claro. - me levantei e peguei o colar de suas mãos. - Com licença.

Ela segurou seus cabelos, então prendi o pingente em seu pescoço. A luz do luar refletiu no colar, isso a fez ficar mais bonita ainda. Corei bobo, pois ela estava fazendo charme pra mim, como fazia de costume.

-- Por que minha esposa tinha que ser tão linda? - falei. - Ainda bem que existe uma lei dos vampiros que não permite intrusos em nosso relacionamento.

-- Ainda bem. - suspirou. - Você soube que o Yeosang finalmente vai se casar também?

-- Amém. Assim ele larga do seu pé de vez. - rimos juntos.

Passamos a noite inteira lá, conversando, relembrando os bons momentos de quando nos conhecemos, e quando o sol deu sinal de que iria nascer, fomos embora. Fiz questão de a acompanhar até a cama, ela estava cansada, aposto que gravidez não é nada fácil.

Depois que essa criança nascer e crescer, vou ensinar tudo o que eu sei. Menos caça. Meu pai não pode mais me controlar, não como antes, e como eu que vou ser pai logo logo, vou educar meu filho ou filha da minha maneira. Claro, com S/n também. Eu cresci sem minha mãe, não foi fácil, espero que meus filhos não passem por isso também.

Ela adormeceu, enquanto eu cantava baixinho e acariciava seus cabelos. Sorri e depositei um beijo em sua testa, sussurrando um "durma bem" em seguida. Queria muito ir dormir também, mas decidi ficar acordado e limpar a casa, já tem um tempo que não fazemos uma faxina, e ela não está tendo condições ultimamente, ou seja, sobrou pra mim. Como o homem da casa, essas também são minhas obrigações, ela vai sentir orgulho de mim quando perceber.

Os meses passaram e nosso filho nasceu, foi emocionante. Ele é tão lindo quanto a nós dois, e é tão bem comportado. Ela cuidava dele a noite enquanto eu saía pra caçar, trazer alimento pro nosso pequeno ainda em crescimento, e de dia, ele dormia tanto que ficávamos aliviados por poder descansar também.

Outros virão em breve, vamos ter vários filhos, já estou fazendo planos com isso. Quero dizer, ela não gostou muito da ideia, me disse que não quer ter tantos filhos, primeiro que vai sair tudo dela, e segundo que não saberia se daria conta de cuidar de todos. Pensando bem, deixa pra lá. De qualquer forma, estamos felizes de todo jeito.

Espero que continue assim, que não apareça problemas, nossos filhos cresçam saudáveis e bem educados, e que nada de ruim aconteça, haja o que houver.

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Obs: família - 家族 (KAZOKU)