Capítulo 4

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Nós passamos quase a noite toda acordados, nos divertindo juntos. Eu tenho que dizer, isso está sendo muito especial pra mim, passar bons momentos com ela, e espero que continue assim. Será que ela ainda vai querer ser minha amiga quando descobrir que sou um vampiro? Eu espero que ela não se afaste de mim, porque se isso acontecer, minha depressão vai voltar, e pode ser o fim eternamente.

-- Sunoo - ela começa enquanto andávamos por um parque deserto, porém iluminado. - Me diz uma coisa: por que estamos carregando essas sacolas de compras até agora?

-- Eu também não sei. - sorrimos. - Quer voltar em casa?

-- Melhor a gente voltar mesmo, não consigo ficar tanto tempo sem dormir. Ah, eu posso dormir na sua casa, né?

-- Claro que pode, mas.. não no meu quarto. - corei.

-- Se você dissesse o contrário, você iria apanhar agora. - rimos.

-- Não se preocupe, não faria nada de mau com você.

Voltamos a minha casa, e eu senti um leve frio na barriga. Eu não costumo sentir essas coisas com frequência. Deixamos nossas compras todas na sala, então eu a levei lá encima, mostrando o quarto onde ela iria dormir essa noite.

-- É bem bagunçado, mas dá pra dormir. - falei. - Desculpe, esse é o melhor quarto disponível.

-- Tudo bem. - ela sorriu levemente, vindo até mim. - Obrigada.

-- Que nada, era isso ou você dormia no sofá.

-- Não - riu fraco. - Obrigada por fazer eu me divertir essa noite, eu não me divirto assim desde que eu tinha sete anos. - pegou uma de minhas mãos. - Fazia muito tempo que eu não tinha um amigo como você.

-- Um bom amigo? - sorri.

Ela beijou meu rosto, eu fiquei surpreso, e completamente envergonhado.

-- Boa noite. - falou finalmente, já indo se deitar na cama. - Nossa, a cama é bem fofinha. - deu pulinhos leves. - Ah, desculpa.

-- Tudo bem - sorri mais uma vez. - Eu também pulava muito nessa cama quando era criança. - me sentei na mesma. - Esse quarto era meu, antes de acontecer uma grande tragédia com minha mãe. - sumi com o sorriso.

-- O que aconteceu? - perguntou. - Desculpa, não quero me intrometer nos seus assuntos de família.

-- Tudo bem. - suspirei. - Minha mãe... eh, não sei o que deu nela, mas quase matou a mim e meu pai, então... meu pai a matou, pra que não houvesse mais perigo algum. Ele disse que fez aquilo pra me proteger, mas.. mesmo ela ter tentado me matar, eu sinto falta dela. - me entristeci.

Percebi ela se aproximando, logo me abraçou. A quentura de seu corpo me confortou, seu abraço era aconchegante, e a abracei de volta.

-- Eu sinto muito por tudo isso. - separa o abraço. - Queria fazer alguma coisa pra te reanimar, estava tão bom.

-- Bom - esqueci a tristeza e voltei a sorrir. - Tem uma coisa que eu gosto de ver sempre que fico assim. Vem comigo.

Peguei sua mão, a levei até o topo de casa, no terraço, onde ela estava com a lanterna de seu celular ligada.

-- Pode desligar a luz. - falei.

-- Mas tá tudo escuro.

-- Confie em mim.

Meio receosa, mesmo assim apagou a luz, então o céu se iluminou com as estrelas, muitas estrelas, era uma vista linda, incrível.

-- Nossa - ela estava encantada, sorrindo, enquanto observava o local. - Aqui é sempre estrelado assim?

Vampire ○Kim Sunoo○Where stories live. Discover now