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Rose

Como era de costume, eu acordei assim que o sol nasceu. Levantei da cama com cuidado para não acordar o Dimitri e desci até a cozinha para supervisionar o café da manhã que Rose estava preparando.

Depois de ver que tudo estava em ordem, eu voltei para o quarto e tentei acordar Dimitri sutilmente, o cutucando de leve.

– Mais cinco minutos. - resmungou.

– Já está quase na hora do café, acorde. - falei sutilmente.

– Não, vem pra cá você também. - ele puxou meu braço e eu praticamente fui arremessada na cama.

– Dimitri! - tentei me levantar, mas ele me abraçou e me apertou    contra si. A gente tem que se arrumar e ir trabalhar!

– Daqui a cinco minutos. - insistiu.

– Ok, chega. Levante, isso é uma ordem! - falei num tom mais grosso.

Ele me largou e sentou na cama, me encarando.

– Agora que chamei a sua atenção, será que a gente pode se arrumar e tomar café da manhã juntos? - voltei ao meu tom doce.

– Você é esperta demais. - riu. Ele levantou e calçou seus chinelos.

– Achei que não tivesse medo de mim. - sorri de canto.

– E não tenho, mas toda vez que escuto essa sua voz de comandante, automaticamente eu sinto a obrigação de te dar tudo o que eu tenho. É mais forte do que eu. - deu de ombros.

Nós descemos para o café da manhã e depois, seguimos até a garagem.

– Vamos no seu carro ou no meu? - perguntei.

– Posso pedir uma coisa incomum? - ele sorriu ansioso.

– Pode.

– Deixa eu dirigir aquela Mercedes preta, por favor! - implorou apontando para um dos carros do meu pai.

– Bem... eu não sei se a gente devia. Imagina o que todos vão achar quando chegarmos lá num carro desses.

– Pois é, imagina! - ele disse como se isso fosse a melhor coisa do mundo.

– Se isso vai fazer você se sentir bem, por que não? - sorri de lado.

– Ótimo! - comemorou.

– As chaves devem estar aqui em algum lugar. - tateei por baixo do capô e encontrei. – Achei! - entreguei na mão dele.

– Ai meu Deus, ai meu Deus! - murmurou destravando.

Nós dois entramos no carro e antes de dar a partida, ele observou todo o painel, totalmente encantado com a luxuosidade.

Quando o primeiro ronco soou, Dimitri riu como uma criança que acabara de ganhar o melhor brinquedo da loja.

– Isso é incrível! - falou quando chegamos até a rua. – Por que você só usa um carro enquanto tem tantos outros incríveis na sua garagem?

– Sou uma pessoa pública, não gosto de ficar chamando a atenção por aí. - dei de ombros.

– Então por que tem os carros?

– Não fui eu que comprei. Meu pai e meu irmão tinham um hobby de arrematar carros de luxo em leilões. Eu por outro lado, nunca tive interesse em ter os melhores carros, um já me basta.

– Por que leilões? - franziu a testa. – Dá pra comprar numa concessionária.

– Não é apenas pelo carro, mas pela história. Esse carro já pertenceu à alguém importante, que eu não me lembro quem é porque nunca me interessei. - ri.

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