26

97 9 3
                                    

Rose

Meu coração batia apressadamente dentro do meu peito. As mãos suavam como se aquele fosse um grande acontecimento. Mas de fato, era.

A última vez que me lembro de ter tido um encontro com alguém eu ainda estava na faculdade. Talvez tivesse perdido o jeito e estragasse tudo, ou talvez eu só estivesse me alto sabotando com esses pensamentos negativos.

Como o jantar ia ser em casa, eu vesti algo que vestia no meu dia a dia, deixei meu rosto sem nenhuma maquiagem e não me preocupei muito com meu cabelo. Apenas o lavei, penteei e deixei secar naturalmente.

Dispensei meus empregados pelo resto do fim de semana, assim me sentiria mais à vontade em casa.

Sentei no sofá enquanto aguardava a chegada dele. E como sempre muito pontual, a campainha tocou às 19:00 em ponto.

Dei uma olhada no espelho antes de ir abrir a porta e depois de respirar fundo, eu destranquei e lá estava ele, com algumas sacolas de compras, um buquê de rosas e um sorriso singelo no rosto.

– Olá. - eu disse sorrindo.

– Olá.

– Pode entrar. - dei espaço e ele entrou na sala. – Vamos até a cozinha colocar essas coisas lá. E aí você vai poder começar a cozinhar, porque eu to famintaa! - cantarolei.

– Também tô! - riu. – Vai ser a primeira vez que eu vou experimentar um prato totalmente vegano.

– Não vou prometer nada, afinal, quem vai cozinhar é você. - deixamos as coisas sobre o balcão.

– E isso é pra você. - ele me entregou o buquê.

– Obrigada. - respirei fundo com as flores contra o meu nariz. Eu adorei.

– Ótimo. Estava com medo que você pudesse ser alérgica.

–Não tenho nenhuma alergia. Bom, que eu saiba. - ri. – E então, o que você vai preparar?

– Isso, minha cara, é uma supresa. Onde você deixa as panelas?

– Não faço ideia.

– Como não? - ele riu.

– Dimitri, eu não sei nem fritar um ovo! - meio dramático, mas era verdade.

– Sendo assim, hoje você me ajudará e aprenderá como sobreviver sozinha. - brincou.

– Isso vai ser desastroso.

– Bom... ele ficou atrás de mim, abraçou minha cintura e aproximou seus lábios da minha orelha. – Desastroso, mas muito divertido. - sussurrou me causando arrepios.

– Então me ensine. - fiquei de frente pra ele e enlacei meus braços em seu pescoço.

Mãos à obra, senhorita Mazur! - me deu um selinho rápido e logo se afastou até os armários.

Fiquei ali em pé, o observando enquanto ele pegava as panelas que iria precisar e depois desembrulhava os ingredientes. Cada gesto dele prendia a minha atenção e eu não conseguia desviar o olhar nem pensar em mais nada. Era quase angelical.

Me libertei dos meus pensamentos quando ele me ofereceu algumas verduras e uma faca, para que eu picasse tudo.

Desengonçada e sentindo uma dificuldade tremenda, eu consegui, mesmo que devagar, cortar as verduras em cubinhos.

Enquanto cozinhávamos, a gente conversava sobre os hobby's que tínhamos, incluindo o único em comum, o videogame. Foi a conversa mais leve e mais sincera que eu já tive com alguém e eu simplesmente não queria parar de falar sobre como eu adorava o fato de não precisar ser tão formal com ele.

Dona De Mim | RomitriWhere stories live. Discover now