CAPÍTULO DEZ - CHAOS IS ALWAYS WELCOME

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Bom, isso até a última semana.

Porque agora, toda tranquilidade que eu costumava ter, dispersou-se.

Me sentia cada vez mais sufocado. Impaciente.

A sensação que comecei a ter era de que eu e Yoongi estávamos nos distanciando emocionalmente. Algumas vezes, parecíamos estar em polos diferentes no qual não existia compatibilidade. Ele se mantinha dormindo e despertando ao meu lado todos os dias, enquanto eu ainda buscava formas de lidar com isso, de entender essa proximidade tão... Tão absorta. Em certos momentos, eu acreditava na legitimidade de seus sentimentos e desejos, mas em outros, pensava que tudo aquilo, todo aquele teatro era só mesmo um teatro. Uma conveniência.

Eu amo Yoongi e sei que ele me ama, mas acho que somente isso não estava sendo mais suficiente.

"Como 'tão sendo os treinos com o Hoseok? Ele tem implicado muito com você?". Essa foi uma das muitas perguntas que me fez logo após termos transado no decorrer desses dias.

Hoseok. Hoseok. Hoseok. O tempo inteiro. Hoseok fazia-se presente na maior parte de nossas conversas.

Isso me deixava louco. Doente de raiva. Mas eu não podia descontar em Yoongi, afinal, não só me encontrava ciente de seus sentimentos, como compartilhava deles.

"Se você diz que não sente nada por ele, como consegue lidar tão bem com o fato de eu sentir? Como consegue ficar comigo e não se sentir ameaçado por alguém que você não suporta?" Eram perguntas e mais perguntas que me deixavam o tempo inteiro sem argumentos. E eu me via prestes a surtar por saber que ele só questionava para ouvir de minha própria boca. Porque Yoongi não precisava de respostas. Ele sabia de tudo, sempre sabia.

E apesar disso, o assunto "nós" nunca era de fato mencionado. Não permitíamos que todas as pendências dos últimos dias, dos últimos anos, fossem abordadas agora. Visto que, de uma forma ou outra, estava bom desse jeito. Estava confortável.

Não pretendíamos parar. Eu não pretendia parar.

Já era a terceira semana de treino. A cada dia, eu me encontrava mais encurralado naquela situação. Hoseok agia tão profissionalmente que chegava a me atormentar. Por vezes, trocamos olhares um tanto desafiadores mas não passava disso, até porque, essa já era a única maneira na qual normalmente conseguíamos nos comunicar.

Como em todas as manhãs, terminei de me arrumar e diferente dos outros dias, segui para a sala da inteligência, já que estava chovendo e o pátio da mansão podia estar escorregadio. Então decidimos avançar para as técnicas de estratégia e improviso em missão.

— Bom dia, corazón — Bom, dentre todas as suas manias, me chamar desse jeito foi a única que ele não abandonou.

E antes que eu pudesse responder qualquer coisa, nossos olhares se encontraram pela primeira vez, eu o encarei pela primeira vez naquele dia e sinceramente, se soubesse não teria saído do quarto.

O filho da puta tinha pintado o cabelo. Jung Hoseok estava ruivo.

Juro que quis muito disfarçar. Tentei com todas as forças não deixar meu corpo apresentar nenhuma reação para aquela surpresa. Mas... Porra, ele ficou tão lindo, tão gostoso... Não como se antes já não fosse.

— B-bom dia, Hoseok — Não acredito que eu gaguejei — Mudou de visual? — Tentei parecer descontraído enquanto me concentrava em puxar uma cadeira para mim, sem me permitir olhá-lo.

— Pois é, enjoei do loiro... Gostou? — Nos encaramos de novo. Dessa vez, ele tinha uma caneta presa entre os dentes, enquanto um sorriso petulante revelava todas as suas intenções.

HOLLYWOOD'S BLEEDINGDonde viven las historias. Descúbrelo ahora