X -men

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Andrew

Eu não queria machucar Caterine por isso, a deixei sozinha.
Aos poucos estou aceitando minha doença. Não sei ao certo o porque, mais eu conseguia controlá-la mais. Entretanto, sua força ainda era maior do que minha parte lucidez.
Havia dois lados sentido de mim. Um dizendo que há outro homem com ela, e o outro, dizendo que é apenas loucura minha.
No entanto, os dois lados sabiam que ela não me amava, e eu precisava que ela me amasse.
A possibilidade de haver outro mexia comigo. Aflorava meu lado psicótico porém, no fundo, eu gostava dele.
O lado "psicótico" fazia com que ela não me abandonasse por medo e pena. Mas ela está certa, eu mataria qualquer um para tê-la comigo, inclusive ela mesma.
Deixei meu carro em sua casa e sai correndo pela cidade.
Parei próximo a um hospital e memórias vieram em minha cabeça.
" Você vai ficar bem garoto -dizia-me vovó.
Estávamos no hospital, eu tinha tido fortes dores de cabeça e a Televisão me mandava destruir tudo.
Vovó ficou muito triste quando destruí seu lindo sofá novo, mas depois ela não ligou muito, apenas cuidou de mim.
Saímos do hospital tarde da noite, eu fui obrigado a fazer vários exames e vovó saiu chorando quando viu os resultados.
A perguntei o que tinha de errado comigo e ela respondeu que eu era um menino saudável, apenas tinha um olhar diferente do mundo.
-Mas eu só tenho 9 anos - disse a ela .
-Não é preciso ter idade para enxergar além.
-Vovó, eu sou um X -men ? -ela soltou pequenos risos quando disse isso.
-Você é o meu X-men . "

Agora eu entendia o que significava "enchergar além". Em palavras mais diretas, eu era louco. E não havia idade pra ser louco.
Ela me chamou de X-men até seu último dia de vida, quando em seu leito disse que me amava e que sempre cuidaria de mim.
-Sinto tanto a sua falta - disse para mim mesmo.
Começou a chover e eu não sai do lugar.
Eu não queria sair.
Eu queria apenas um colo para chorar, e a única pessoa que me fornecia esse colo, está a metros de baixo da terra.
Entretanto, me obrigo a me levantar e sair do meu lugar. Ando pela chuva de volta a casa de Catarine, onde deixei meu carro.
Quando chego, vejo que ela está sentada na porta olhando pro nada, até que me vê :
-Andrew! - grita - Onde estava?
-Não muito longe.
-Tudo bem, aqui estão as chaves do seu carro. -Estende a mão para entregá-las.
-Obrigado - pegos-as de sua mão- Te vejo amanhã ?
-Talvez.
Chegou mais perto dela, dou-lhe um beijo casto nos lábios e vou embora, antes que uma crise possa acontecer.
Quando chego em casa, todas as luzes estão apagadas. Presumo que está vazia.
Ando em direção ao meu quarto até que ouço barulhos no escritório do meu pai e vou até lá. Entro sem bater pois ouço gritos e barulho de vidro quebrando lá dentro.
Assim que a abro, vejo meu pai batendo violentamente na minha mãe. Vou em sua direção e lhe dou um soco na cara, o que o faz cair.
-Andrew, meu filho! Vá embora antes que se machuque. - grita minha mãe
Meu pai se levanta e vejo que seu nariz está sangrado e meio torto. Ele se joga contra mim e derruba nós dois. Tenta me dar socos e cospe na minha cara sem nunca deixa de gritar.
-Você é o culpado desse inferno! Eu devia ter mandado essa vadia abortar você!
Eu podia não amar minha mãe, mas eu odiava ainda mais o meu pai.
Saio debaixo dele e desconto toda a minha raiva. Ouço minha mãe gritar para que eu pare, mas não o faço. Espanco-o até deixá-lo inconsciente. Quando paro, minha mão está sangrando também:
-Andrew, o que você fez ?
-O QUE EU FIZ? Ele estava te espancando, iria matá-la. Onde estão os empregados dessa casa? -grito
-Ele deu folga a todos - diz ela choramingando.
-Porque ele estava te batendo? - pergunto
-Eu não sei-diz chorando
-Vocês dois mentiram a vida inteira pra mim. Fale a verdade pelo menos uma vez.
-EU JÁ DISSE, eu não sei.
-Ele sempre bate em você ?
Ela acena que sim com a cabeça. Sinto nojo da minha própria mãe. "Você também é assim" - escuto uma voz .
-NÃO SOU ! -grito para a voz.
"Bateu em Catarine "
Dessa vez não digo nada, a voz tinha razão.
De repente, muitas vozes começaram a falar ao mesmo tempo, como se fossem crianças cassoando de mim.
Minha dor de cabeça volta e eu desmaio

Ciúme psicóticoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora